João Eichbaum
As multidões não são cegas. Nem surdas. Como aglomeração de seres humanos, elas são as que mais se aproximam dos animais ditos inferiores. Porque das funções do cérebro a única que as domina é a dos sentimentos.
Resumindo: as multidões vêem e ouvem, mas não pensam, não raciocinam, não elaboram juízos de valor
O indivíduo, quando se integra na multidão, perde sua personalidade, deixa de raciocinar, se entrega à emoção coletiva, é dominado pelo ente maior.
O “Rock in Rio”, Por exemplo. Haverá coisa mais ridícula, mais sem sentido, do que milhares de pessoas pulando, gritando, emitindo sons histéricos, suando ou se deixando encharcar pela chuva, para se entregar a sentimentos inenarráveis, na frente de afro-americanos com caras de bandido, brandindo guitarras e soltando berros de macacos, numa tonalidade que quase nada têm a ver com as notas musicais elaboradas por Guido d!Arezzo?
E as multidões do futebol? O que é aquilo? O que há de humano numa multidão que se entrega à histeria quando, entre onze homens, um deles consegue colocar uma esfera de couro dentro dum retângulo?
E a multidão que se aglomera na Praça de São Pedro, no Vaticano, para ver o Papa? O que é que o Papa tem de diferente? O que é que o distingue dos demais seres humanos? O que é que o distingue dos seres humanos que dormem nas praças, que passam frio e fome?
E as multidões que se dirigem a Meca, como gado levado para o estábulo?
E os pequenos aglomerados das missas? Qual é o sentido de pessoas se reunirem numa igreja, para ouvirem discursos que não levam a nada, para louvar um deus que nunca mostrou as caras?
O sentido das coisas. As multidões não pensam no sentido das coisas.
E são as multidões que consagram modelos, artistas de cinema e novela, os políticos como Lula, os chutadores de bola tipo Ronaldinho e o Ronaldo, ou seja, os beneficiários das emoções das multidões que não pensam.
É por isso que o mundo está nessa merda. Porque as multidões, ao invés de pensar, ao invés de impor sua força para proporcionar a cada indivíduo um lugar ao sol, se deixam dominar, se deixam levar como escravos de emoções e sentimentos fúteis, que enriquecem pobres de intelecto como Lula ou Ronaldinhos e Ronaldos, sem se dar conta de que muitos dos indivíduos que as compõem passam fome, frio, não têm emprego, assistência à saúde, casa para morar.
Não é que o Lula, ou que os Ronaldos dentuças sejam espertos e inteligentes. A multidão é que injetou neles qualidades que jamais aflorariam se tivessem sido mantidos no ambiente social de origem.
As multidões são o ser humano irracional que, por não pensar, dá valor a quem não o tem. E é essa inversão de valores que domina o mundo, gerando o desequilíbrio social, enaltecendo poucos e aniquilando muitos.
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