João Eichbaum
Dia desses, o Janer Cristaldo abordou em uma crônica as crendices no espiritismo, relatando casos de pessoas que se entregam aos “médicos do além”, na esperança de curar suas doenças e, principalmente, na esperança de enganar a morte.
Dizia ele que tais pessoas, quando não alcançam a cura desejada, atribuem aos médicos de carne e osso, aqueles que se sustentam na ciência, o fracasso do tratamento. Se têm sucesso, atribuem-no aos “espíritos”.
O medo da morte – já tenho dito muitas vezes, e acho que não sou o único a fazê-lo – é que leva as pessoas a acreditarem em deuses e almas do outro mundo, a partir de sua concepção da existência desse outro mundo.
A maioria absoluta das pessoas não se conforma com a idéia de morrer, não aceita, como absoluta, a verdade de que a vida tem um fim irremediável.
É que a vida é tão boa, para que morrer?
Então, limitadas às coisas do dia a dia, ao viver cotidiano, à convivência com os que lhe são caros, as pessoas – a maioria, repito – as pessoas, negando o fim, aceitam a religião, seja ela qual for, para conviver com a idéia de eternidade.
Algumas religiões prometem o céu, a eterna convivência com deuses, anjos, querubins, serafins, etc. Outras prometem uma vida muito melhor, com não sei quantas virgens à disposição do cliente morto, para o que der e vier. Outras, uma volta para a terra, para outra vida, no corpo de outra pessoa.
Quer dizer: não há unanimidade. Cada religião inventa o que lhe convém, para espantar a idéia da morte, do fim eterno. Ou seja, os deuses, nesse, como em muitos outros pontos, não chegaram a um acordo.
Até hoje, ninguém voltou do “outro mundo”para convencer os incréus de que a vida eterna existe. Os demais, os crentes, não precisam de prova, porque acreditam assim mesmo, em qualquer coisa. O que custaria para os deuses dar uma provinha para os não crentes? Para eles não seria melhor a unanimidade?
Não era exatamente sobre isso que pretendia falar, mas sim sobre a morte do senhor Gianechini, pai de um ator de novelas. É que, tanto o pai, como o filho, ambos com câncer, se entregaram à “medicina do além”.
Para o pai do ator, o procedimento não deu certo: os espíritos não corresponderam e ele foi enterrado ontem.
A pergunta que resta é: e agora o ator vai continuar acreditando nessa “medicina do além”?
Penso que sim, vai acreditar. Afinal, a Dilma, que teve a mesma doença, sem apelar para o “além”, mas só para o Lula, aí está, lépida e faceira, se oferecendo pra resolver a crise européia, ao mesmo tempo em que tem que lidar com a corrupção do PC do B, isto é, batendo escanteio e cabeceando na área, porque é que ele, o Gianechini, não haveria de se safar com a “medicina do além”?
terça-feira, 18 de outubro de 2011
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