"Carteira Social de travestis
e transexuais poderá ter validade no Poder Judiciário
Representantes do Observatório contra a Homofobia formalizaram nesta quinta-feira (28/6) pedido de adoção da Carteira de Nome Social de travestis e transexuais pelo Poder Judiciário. O documento foi entregue ao corregedor-geral da Justiça em exercício, desembargador Voltaire de Lima Moraes, em encontro realizado no Palácio da Justiça.
A
Carteira Social de travestis e transexuais já é válida no âmbito do Poder
Executivo, de forma pioneira no País, desde maio deste ano. Na prática, se
aceito pelo Judiciário, o documento poderá ser apresentado por transgêneres em
órgãos oficiais do Poder, nas circunstâncias em que for exigido, evitando
constrangimentos e garantindo a identidade de gênero desses indivíduos.
Para
o diretor do Departamento de Direitos Humanos da AJURIS, Mauro Evely Vieira de
Borba, a solicitação formal, feita no Dia do Orgulho Gay, tem relevância. “É
significativo que nesta data seja realizado este ato para garantir o
reconhecimento do direito à diversidade. O Poder Judiciário vai dar um passo
importante para assegurar a dignidade dessas pessoas”, comentou.
O
vice-presidente Administrativo da entidade, Eugênio Couto Terra, estima que o
reconhecimento da identidade social pelo Poder Público pode ser indutor de
prática semelhante pela sociedade civil, o que ampliaria a garantia de direitos
de transexuais e travestis. “A iniciativa começa pelos poderes instituídos. O
Estado tem de ser um defensor da não-discriminação e deve estimular medidas nesse
sentido”, avalia.
O
desembargador Voltaire de Lima Moraes manifestou apoio à proposta e ressaltou
que o Estado deve assegurar condições para que as opções de gênero ocorram sem
discriminação. “Estamos numa sociedade plural e, para que seja plural efetivamente,
é preciso que todos ocupem espaço, mas com dignidade”, observou.
Já a
desembargadora aposentada Maria Berenice Dias ressaltou o pioneirismo da ação e
a mobilização das organizações civis. “Todas as entidades reunidas no
Observatório estão aqui para dar referendo a esse gesto iniciado pela AJURIS.”
A Carteira de Nome Social foi instituída pelo Governo do Estado por meio do
Decreto 49.122/2012. Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte também já adotaram
medida semelhante.
Criado
a partir de iniciativa do Departamento de Direitos Humanos da AJURIS, o
Observatório contra a Homofobia mobiliza também Ministério Público, Ministério
do Trabalho e Emprego, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS), Secretaria de
Segurança Pública do Estado, Brigada Militar, Polícia Civil e movimentos
sociais. O objetivo do grupo é acompanhar a apuração de práticas delitivas e
ações discriminatórias contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais (LGBT)."
COMENTÁRIO
DO JOÃO EICHBAUM:
É a vitória do anormal sobre o normal, da animalidade sobre a racionalidade. Lésbicas e bichas têm mais direitos do que os demais cidadãos: no mínimo a duas identidades...
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