quinta-feira, 5 de julho de 2012

A PARTÍCULA DO DIABO


João Eichbaum

A bíblia foi escrita por pessoas ignorantes, para outras, mais ignorantes ainda.
No tempo em que ninguém cogitava de explicações, de lógica, de raciocínio, era muito fácil atribuir tudo a “Deus”. Era consenso: “Deus”, tinha criado o universo, a lua, as estrelas, o céu, o mar, o homem, fazendo-o de barro, e a mulher, de osso.
Ninguém discutia isso. A religião era a ciência de então.
Mas, felizmente, as coisas foram mudando, o homem foi evoluindo, exercitando o seu intelecto, desenvolvendo sua capacidade de analisar, seu senso crítico.
Então, a “criação” do universo, atribuída a um deus, embora ainda não se tivesse atinado com a "causa", começou a deixar de ser dogma, deixou de ser conclusão absoluta, graças a essa capacidade do homem, de não aceitar simplesmente as coisas, sem analisá-las.
Como não são todos os homens que exercitam e desenvolvem tal capacidade, a maioria continuou preferindo a crença, ao invés da ciência, pela simples razão de que essa é uma posição muito cômoda: para que pensar? não vou perder meu tempo, não vou resolver nada...
Mas os poucos homens que pesquisaram, estudaram, analisaram, chegaram à conclusão de que toda a matéria é composta por prótons, neutrons, elétrons, ingredientes do átomo. E agora foram mais fundo, chegando à partícula invisível, o bóson de Higgs presumivelmente, por enquanto, o pilar indispensável da constituição da matéria.
Essa partícula foi apelidada de “partícula de Deus” porque ela seria o início de tudo, a condição sem a qual não existiria o universo com toda a matéria que nele se encontra.
Por aí se vê que até os cientistas, pelo menos alguns, ainda se deixam dominar por ideias religiosas ou por mitos, que os impedem de ser mais realistas. Para os realistas, o elemento invisível deveria ser chamado “a partícula do diabo”, porque seria o começo da destruição da idéia de “Deus” – pelo menos como “criador” do universo.

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