sexta-feira, 20 de julho de 2012

FIDELIDADE DE CÃO E DE CAN...DIDATO




João Eichbaum

A diferença básica entre os humanos e os outros animais reside nas funções do cérebro. No homem, a função cerebral por excelência se expressa através da inteligência. Nos outros animais, através do  instinto.
Assim como a inteligência varia de homem para homem, também nos animais o instinto varia, de animal para animal. Há muitos patamares que separam a inteligência do Tarso Genro da inteligência de Werner von Braun, ou de Einstein, por exemplo. 
O instinto das pombas é mais forte e mais abrangente  que o instinto dos pardais. O instinto dos cães é mais agudo do que em qualquer outro animal, que viva próximo do homem. Por isso, a domesticação de um cão é bem mais fácil do que a domesticação de um gato.
Li ontem no jornal local a emocionante narrativa que fizeram os coveiros e outros funcionários do cemitério desta cidade. Uma cachorrinha vinha quase todas as tardes ao cemitério e se dirigia para uma sepultura, que se supõe seja de seu ex-dono. Lá, deitava e dormia, aproveitando o silêncio de mármore do cemitério. Fez isso durante um mês. Depois, não voltou mais.
A cachorrinha aprendeu e ensinou a lição menos esquecível, que é a da fidelidade.
É fascinante esse fato. Como explicar que, em meio a milhares de jazigos e sepulturas, o animalzinho encontrasse o do seu dono?
Só a agudeza do instinto pode explicar esse fenômeno. Nenhuma outra explicação é possível para um acontecimento de tal envergadura, que só a natureza pode produzir.
Se todos os cães tivessem a mesma agudeza de instinto, os cemitérios estariam sempre cheios de cachorros. Então, decididamente, assim como nos outros animais o grau de instinto varia, também no homem a inteligência está sujeita a graus mínimos e máximos. Assim como uma minoria de animais tem instinto máximo, também a minoria dos outros animais, os humanos, tem inteligência máxima.
Nos animais de instinto, a rapina é maior que a fidelidade, da mesma forma que, nos animais de inteligência, o jogo sujo prepondera sobre a honestidade.
E por maior que seja a fidelidade dos animais humanos, ela nunca será igual à dos cães.
Se tiverem dúvida, perguntem à Ana Amélia Lemos.

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