João Eichbaum
A diferença básica entre os
humanos e os outros animais reside nas funções do cérebro. No homem, a função
cerebral por excelência se expressa através da inteligência. Nos outros animais, através do instinto.
Assim como a inteligência
varia de homem para homem, também nos animais o instinto varia, de animal para
animal. Há muitos patamares que separam a inteligência do Tarso Genro da
inteligência de Werner von Braun, ou de Einstein, por exemplo.
O instinto das
pombas é mais forte e mais abrangente
que o instinto dos pardais. O instinto dos cães é mais agudo do que em
qualquer outro animal, que viva próximo do homem. Por isso, a domesticação de
um cão é bem mais fácil do que a domesticação de um gato.
Li ontem no jornal local a
emocionante narrativa que fizeram os coveiros e outros funcionários do
cemitério desta cidade. Uma cachorrinha vinha quase todas as tardes ao
cemitério e se dirigia para uma sepultura, que se supõe seja de seu ex-dono.
Lá, deitava e dormia, aproveitando o silêncio de mármore do cemitério. Fez isso
durante um mês. Depois, não voltou mais.
A cachorrinha aprendeu e ensinou a
lição menos esquecível, que é a da fidelidade.
É fascinante esse fato. Como
explicar que, em meio a milhares de jazigos e sepulturas, o animalzinho
encontrasse o do seu dono?
Só a agudeza do instinto
pode explicar esse fenômeno. Nenhuma outra explicação é possível para um
acontecimento de tal envergadura, que só a natureza pode produzir.
Se todos os cães tivessem a
mesma agudeza de instinto, os cemitérios estariam sempre cheios de cachorros.
Então, decididamente, assim como nos outros animais o grau de instinto varia,
também no homem a inteligência está sujeita a graus mínimos e máximos. Assim
como uma minoria de animais tem instinto máximo, também a minoria dos outros
animais, os humanos, tem inteligência máxima.
Nos animais de instinto, a
rapina é maior que a fidelidade, da mesma forma que, nos animais de
inteligência, o jogo sujo prepondera sobre a honestidade.
E por maior que seja a
fidelidade dos animais humanos, ela nunca será igual à dos cães.
Se tiverem dúvida, perguntem à Ana Amélia Lemos.
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