quarta-feira, 4 de julho de 2012

O CATOLICISMO DESPENCANDO




João Eichbaum

De acordo com a estatística oficial, o catolicismo está em baixa no Brasil: de 1960 até 2010, o número de católicos despencou de 93,1% para 64,6%. Acrescida a esses dados a circunstância de que a população aumentou consideravelmente nesse período, o tombo da Igreja Católica no país foi de muito mais alto do que se pode depreender pelas estatísticas.
Os fatos não acontecem sem causa. O deus da Igreja Católica não iria dar às costas para o “maior país católico do mundo”, assim, de uma hora para outra, sem motivos. A promessa de que a Igreja seria edificada em cima duma pedra, contra a qual não prevaleceriam as portas do inferno, não seria tão facilmente esquecida, como promessa de político.
A causa só não enxerga quem não quer: os concílios denominados Vaticano. A Igreja Católica começou a perder adeptos exatamente a partir da época desses concílios. Ao simplificar os ritos, a cúpula da Igreja despiu o mistério, que sempre foi a grande força da liturgia. Lá, onde o rito ainda é mantido, na frente do Vaticano, o povo comparece em massa, mas nas igrejas por esse mundo afora onde tudo se banalizou, o violão substituiu o órgão, o canto sacro virou moda de viola. As igrejas deixaram de ser aquelas edificações engrandecidas pela arte, para serem simples locais de reunião, um salão como  muitos outros. Os seminários e conventos estão desaparecendo, a procura pela carreira sacerdotal é insignificante.
Quem for a uma dessas igrejas do Edir Macedo e a uma igreja católica pouca ou nenhuma diferença verá no rito, que não passa de teatralização. A diferença só está nos “milagres de cura” que os pastores do Edir prometem a quem pagar o dízimo.
Além disso, despindo seus sacerdotes da sotaina que os diferenciava, a Igreja facilitou os desmandos pessoais de muitos padres. Sem a batina e sem a tonsura, também abolida, eles se sentem livres, iguais a qualquer um, podem ir a toda parte sem serem identificados, da zona do meretrício a qualquer bailão. Que o digam as aberrações sexuais de muitos padres e o abandono da carreira sacerdotal.
Se era intenção do Concílio Vaticano buscar o crescimento apostólico através da participação do povo nos rituais, o tiro saiu pela culatra. E o resultado está aí nas estatísticas.



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