terça-feira, 10 de julho de 2012

OS PODRES




João Eichbaum

Vocês leram certo. São os podres, mesmo, não os poderes.
O que é bem feito tem que ser elogiado. A Zero Hora traz hoje uma matéria digna de todos os encômios: os desmandos e o descontrole administrativo do Poder Legislativo do Rio Grande do Sul.
Através de brilhante reportagem investigativa o jornal mostra como o nosso dinheiro é jogado ao léu, sem controle, sem escrúpulo, exatamente por aqueles que se dizem “representantes do povo”.
Uma funcionária, que ingressou no quadro de servidores da Assembléia Legislativa “como servente, pelo regime CLT. Adquiriu estabilidade, passando a ter os mesmos direitos do servidor do quadro.” Ela tem um salário básico de R$ 3.028,91, acrescido de quatro gratificações de função a que se soma a atual, no valor de R$ 10.491, 12. O total de seus rendimentos mensais chega a R$ 24.300,00.
Ela ganha tudo isso para passear com o seu cachorrinho todas as tardes. Diz que trabalha de manhã.
São R$ 170.000.000,00 – isso, cento e setenta milhões – os gastos da Assembléia Legislativa por ano. Dinheiro que sai do nosso bolso, que pagamos embutido no que comemos, no que vestimos, nos remédios que tomamos, no transporte que temos que usar para ir ao trabalho, onde damos duro oito horas por dia.
Para que serve esse parlamento? Em que ajuda ele o progresso do Estado? Qual a sua contribuição para as necessidades básicas do cidadão?
A resposta, naturalmente, é nada, porque o parlamento estadual é um zero à esquerda dentro do contexto produtivo. Nem mesmo para controlar as finanças, o dinheiro que ele arranca de nós, contribuintes, ele serve.
Essa senhora que foi apanhada em flagrante, levando seu cachorrinho para sujar as ruas em pleno horário de expediente, servirá como bode expiatório, claro. Mas ela é o produto da irresponsabilidade, da semvergonhice. Como ela há muitos outros, dentro da Assembléia Legislativa, com salários astronômicos, para fazer nada.
Nada, não. O atual parlamento gaúcho gasta o nosso dinheiro só para aprovar os desmandos do Tarso Genro, como a criação de cargos em comissão, a elevação de taxas do DETRAN, e da contribuição previdenciária dos funcionários que realmente trabalham, sem função gratificada.
Precisa dizer mais?


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