João Eichbaum
Vocês leram certo. São os podres, mesmo, não os poderes.
O que é bem feito tem que
ser elogiado. A Zero Hora traz hoje uma matéria digna de todos os encômios: os
desmandos e o descontrole administrativo do Poder Legislativo do Rio Grande do
Sul.
Através de brilhante reportagem
investigativa o jornal mostra como o nosso dinheiro é jogado ao léu, sem
controle, sem escrúpulo, exatamente por aqueles que se dizem “representantes do
povo”.
Uma funcionária, que
ingressou no quadro de servidores da Assembléia Legislativa “como servente,
pelo regime CLT. Adquiriu estabilidade, passando a ter os mesmos direitos do
servidor do quadro.” Ela tem um salário básico de R$ 3.028,91, acrescido de
quatro gratificações de função a que se soma a atual, no valor de R$ 10.491,
12. O total de seus rendimentos mensais chega a R$ 24.300,00.
Ela ganha tudo isso para
passear com o seu cachorrinho todas as tardes. Diz que trabalha de manhã.
São R$ 170.000.000,00 –
isso, cento e setenta milhões – os gastos da Assembléia Legislativa por ano.
Dinheiro que sai do nosso bolso, que pagamos embutido no que comemos, no que
vestimos, nos remédios que tomamos, no transporte que temos que usar para ir ao
trabalho, onde damos duro oito horas por dia.
Para que serve esse
parlamento? Em que ajuda ele o progresso do Estado? Qual a sua contribuição
para as necessidades básicas do cidadão?
A resposta, naturalmente, é
nada, porque o parlamento estadual é um zero à esquerda dentro do contexto
produtivo. Nem mesmo para controlar as finanças, o dinheiro que ele arranca de
nós, contribuintes, ele serve.
Essa senhora que foi
apanhada em flagrante, levando seu cachorrinho para sujar as ruas em pleno
horário de expediente, servirá como bode expiatório, claro. Mas ela é o produto
da irresponsabilidade, da semvergonhice. Como ela há muitos outros, dentro da
Assembléia Legislativa, com salários astronômicos, para fazer nada.
Nada, não. O atual
parlamento gaúcho gasta o nosso dinheiro só para aprovar os desmandos do Tarso
Genro, como a criação de cargos em comissão, a elevação de taxas do DETRAN, e
da contribuição previdenciária dos funcionários que realmente trabalham, sem
função gratificada.
Precisa dizer mais?
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