quinta-feira, 19 de julho de 2012

DINHEIRO JOGADO PARA CIMA




João Eichbaum

Noticiam os jornais que “já está à disposição da presidente Dilma Rousseff o novo helicóptero francês batizado de VH-36 Caracal”. O brinquedinho foi comprado na gestão do Lula, “ao preço de aproximadamente 30 milhões de euros – cerca de RS$ 75 milhões”.
Bem, para que se servem os políticos de helicópteros?
Se vocês não sabem, é para “inspecionar” regiões tomadas pelas secas ou pelas enchentes.
Mas para que precisam eles “inspecionar” essas regiões abaladas por calamidades? Vai adiantar alguma coisa? A presença deles no local servirá para fazer chuva onde existe seca, ou parar a chuva onde tem enchente? Não têm eles assessores, gente especialista em avaliar catástrofes? Ou eles não acreditam nas notícias da imprensa e têm que ir ao local para ver se é verdade mesmo, ou se é mera invencionice da oposição?
Pois é, o Lula comprou, e agora a Dilma terá à sua disposição um helicóptero de cerca de setenta e cinco milhões, vindo da França, só para ver de cima as desgraças.
Para quem não sabe, o Brasil tem uma empresa que fabrica helicópteros: a Helibrás. E tem vários modelos.
Para esses passeiozinhos que os presidentes e governadores fazem, só para se certificar de que a natureza andou aprontando, qualquer helicóptero serve. Não precisa de helicóptero especial.
Mas nem precisaria comprar helicóptero da Helibrás, para só para usá-lo nessas ocasiões. Todo mundo sabe que o exército, a marinha e a aeronáutica têm helicópteros. Que não servem para nada, claro, que estão lá pelos hangares e pelos pátios só esperando por alguma guerrinha, coisa que está difícil nos mercados da América Latina.
Então, bastaria pedir emprestado um helicóptero desses que não servem para nada e sair com ele a “inspecionar” os males da natureza.
Enquanto isso, os setenta e cinco milhões poderiam ser destinados à saúde. Com essa dinheirama toda dava para construir algum  hospital, por exemplo. Ou incentivar a pesquisa, para a fabricação de medicamentos. Ou simplesmente adquirir vacinas, as vacinas que desapareceram, enquanto a gripe A vai tomando conta.

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