quarta-feira, 18 de julho de 2012

TRISTE ESTATÍSTICA




João Eichbaum

Aludi outro dia ao baixo nível cultural do prefeito de Nova Prata, que mandou incluir no currículo escolar dos alunos dos colégios municipais a leitura diária da crônica do Paulo Santana.
Hoje tenho explicações científicas para esse e outros disparates.
De acordo com os dados publicados no último Indicador do Analfabetismo Funcional (Inaf), somente 26% da população brasileira pode ser considerada plenamente alfabetizada.
 Sim, eu disse somente vinte e seis por cento.
A pesquisa, que desembocou nesse triste e humilhante percentual, teve por objeto a análise da capacidade de leitura e compreensão de textos dos entrevistados.
Os analfabetos funcionais representam 27% por cento da população, cuja maioria, 47%, revela os que têm apenas a alfabetização básica, entre os quais se inclui o Lula, naturalmente. Só 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas. E 38% dos que conquistaram diploma de curso superior tem insuficiente capacidade de compreensão de leitura e de criação de texto. Quer dizer: tem doutor analfabeto aos montes.
Na área do Direito é uma vergonha. Qualquer analfabeto funcional compra diploma. Digo compra, porque faz cursinhos “a distância” ou entra em qualquer faculdade particular, sem ter o domínio pleno do vernáculo. Tanto assim que nem se arriscam a ingressar numa Universidade Pública.
Mais do que nunca, hoje, na era da informática, “nada se cria, tudo se copia”. E é por isso que a Justiça virou um caos. Qualquer advogado, que não passa de analfabeto funcional, vai à internet, copia uma quilométrica petição e ingressa em juízo. Os processos se avolumam exatamente por isso, porque é fácil copiar. Se não tivessem a facilidade da cópia, a maioria dos advogados não saberia peticionar e teria indeferidas suas petições, resultando na diminuição dos processos.
Mas, com o alto volume de processos, os juízes (muitos dos quais se incluem nos 27% dos analfabetos funcionais) não dão conta e os processos são despachados por outros analfabetos, aqueles que fazem parte dos 47%, os estagiários, os assessores, os secretários, cuja formação não passa da alfabetização básica.
Não é preciso me alongar, porque tenho certeza de que meus leitores fazem parte dos 26%: são plenamente alfabetizados. Para esses, o que escrevi  é  suficiente para explicar os sucessos do Paulo Santana, do Lula, de tantos outros políticos, e a razão pela qual a Justiça não merece crédito. 





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