sexta-feira, 30 de novembro de 2012


NOVELA MEXICANA COM ALI BABÁ E OUTROS LADRÕES

João Eichbaum

Assim, ó. Rosemary Nóvoa de Noronha, casou com José Cláudio de Noronha e fez uma filhinha, a Mirelle.
Rosemary tem porte de mulherão, com um par de peitos de boa qualidade, lábios espessos, um olhar de languidez sensual, e o cabelo escorrido que nenhuma mulher “sexy” dispensa.
Com todo esse currículo ela foi assessora do José Dirceu – você já ouviu esse nome de algum lugar, não é? – durante doze anos.
De outras qualidades, além dessas, ninguém fala. Mas só essas já bastariam para que o José Dirceu a apresentasse para o Lula, que a colocou, imediatamente na sua assessoria.
Não vou falar aqui das viagens que ela fez com o Lula, sem constar da lista oficial da equipe, para não chamar a atenção da dona Marisa, nem insinuar bobagens,  tipo que ela sempre ocupava nessas viagens um apartamento próximo do Lula, para atendê-lo em suas necessidades imediatas.
Só vou resumir tudo assim: quando o Lula passou a faixa presidencial para a Dilma, um dos seus pedidos foi o de que mantivesse a Rosemary como chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, com um salário de mais de onze mil reais.
Com intimidade suficiente para chamar o Lula de “Luiz Inácio”, a Rosemary não só se arrumou na vida como arrumou emprego para o marido e para os amigos Paulo e Rubens Vieira. Depois de colocá-los no governo, cobrou um emprego também para sua filha, a Mirelle.
A coisa andava assim  nesse pé, quando entrou um personagem chamado Cyonil em cena. Cyonil da Cunha Borges, auditor do TCU, recebeu uma cantada do Paulo Vieira, amigo da Rosemary: tocar  um parecer favorável à empresa Tecondion, que opera no Porto de Santos, e é cliente de “consultoria” de José Dirceu, por trezentos mil pilas. 
Cyonil recebeu só cem mil e não recebeu a resto. O resto, os duzentos, que não foram pagos, transformaram o Cyonil em pessoa honesta e ele jogou os dejetos humanos do Paulo Vieira no ventilador.
E aí deu nisso: polícia federal na parada, os irmãos Vieira, a Rosemary, a filha dela e outros figurantes demitidos.
Agora que a coisa fedeu, o Lula diz que foi apunhalado pelas costas, o José Dirceu diz que nada tem a ver com isso, a Dilma diz que apertou o botãozinho do “phodam-se”, e sobrou até para o, agora, ex-marido da Rosemary, José Cláudio, cuja única colaboração consistiu em botar a mulher, com aquela belezura toda, na vitrine do poder.
Ou vocês queriam que uma novela mexicana terminasse bem, com esses personagens felizes para sempre?

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