O LULA SE LIVROU DE MAIS ESSA
João Eichbaum
O Lula é que nem muçum,
difícil de pegar. Primeiro escapou da ação penal 470, aquela que está mandando
para cadeia o Zé Dirceu e menos do que quarenta ladrões. Não sei se por burrice
ou conivência do Ministério Público Federal, ele escapou.
Ao invés de colocá-lo como
primeiro na lista dos réus, o MPF o deixou fora e botou o Zé Dirceu a puxar o cordão.
Se a exclusão do Lula foi
por falta de provas, o mesmo deveria ter acontecido com o Zé Dirceu. Presunção
por presunção, é inegável que o interesse maior em ter o
Congresso na mão era do Lula. Afinal, a incumbência de governar era dele e não de seus
companheiros de partido.
Encarada desse ponto de
vista a questão, se pode afirmar, sem receio de erro, que a Procuradoria Geral
da República foi leniente para com o ex-torneiro mecânico, não usando contra
ele a mesma presunção que fez figurar o Zé Dirceu na lista dos denunciados.
Mas, como nem todo mundo
gosta do amarelo, nem todo mundo gosta do Lula também. Na turma do Direito
Público da Procuradoria Geral da República havia quem não estivesse a fim de
dizer “amén” para as patacoadas do aposentado mais bem pago deste país. Aí
nasceu a ação de improbidade administrativa.
Nasceu, mas não se criou.
Foi extinta, debaixo do argumento de que o Presidente da República só responde
por crime de responsabilidade e não pode ser réu em ação de improbidade.
Está certo o juiz Paulo
Cezar Lopes. Ele não fez como aquela juíza de Santa Maria que só faltou soltar
foguetes para comemorar o recebimento de uma ação de improbidade administrativa
que envolvia, entre outros, a então governadora do Rio Grande do Sul, Yeda
Crusius. Só depois de uma batalha, que lhe custou incalculável desgaste
emocional e político, Yeda conseguiu, no Superior Tribunal de Justiça, a
exclusão do processo.
E vocês sabem por quais razões
ela foi excluída do processo? Pelas mesmas razões que agora motivaram a
extinção do processo contra o Lula: ela só poderia responder por crime de
responsabilidade.
Deu empate. E não adianta
agora a Procuradoria Geral da República querer ir para os pênaltis. Ela tem mais é que selecionar melhor os procuradores.
Um comentário:
Gostei do comentário, que torna assuntos jurídicos árduos bem compreensíveis aos leitores comuns.
Postar um comentário