O JOAQUIM BARBOSA NÃO SABE CONTAR ATÉ DEZ
João Eichbaum
Quando comecei a acompanhar
o julgamento do mensalão, ao vivo e a cores, pensei que iria enriquecer meus
conhecimentos. E havia lógica nisso: afinal tinha na tela da televisão,
supostamente, onze homens de “notório saber jurídico e ilibada conduta”. Senão
todos, quase todos mestres, doutores, especialistas na ciência do Direito.
Não me espantei com a
vaidade dos ministros, porque essa “capitis deminutio” de caráter já está
ínsita na própria aceitação do cargo. Hoje, mais ainda, quando, além do simples
assentimento para vestir a toga, o candidato sai à cata de padrinhos de todas
as cores, tamanhos e matizes. E se pedirem ao candidato que venda a alma ao
diabo em troca de tão insigne honra, tenho certeza de que ele, sem pestanejar,
se prostrará aos pés de Satanás para chamá-lo de mestre e senhor.
Então, noves fora a vaidade,
o resto, para mim, seria uma grande lição de doutos e ilibados senhores.
Antes não tivesse começado a
assistir o julgamento.
A partir dele, me convenci
de que os ministros sabem menos do que qualquer advogado com uma boa carga de
experiência. Em matéria de conhecimento de Direito eles não são expoentes. E em
matéria de experiência deixam muito a desejar porque, vivendo no Olimpo, sem os
pés no chão, desfrutando daquele palácio deífico, em pouco tempo desaprenderam
o que é ser povo, o que é viver no dia a dia, lutando para sobreviver.
Exatamente por falta de
experiência na vida, por deficiência de conhecimento das pessoas, dos seres
humanos, dos bons e dos maus, eles têm uma enorme dificuldade de fixação das
penas.
Mas, afora esses defeitos,
com a chegada do Joaquim Barbosa a imagem que se tinha do STF desandou. Sua
intemperança, sua agressividade, sua intolerância e o riso sardônico com que o
ministro afrodescendente recebe as opiniões contrárias dos colegas, estão
tornando o Supremo um bom alvo de bazófia, de deboche. As discussões que ele
protagoniza, verdadeiras pândegas, nos fazem retroceder no tempo, no tempo em
que havia lavadeiras, personagens sempre lembradas nos “bate-bocas”.
Ontem, no lançamento da
campanha contra a violência sob o lema, “Conte até dez”, o presidente da OAB
nacional, Ophir Cavalcante fez um acréscimo, que retrata o desapontamento de
quem acreditava na “conduta ilibada dos ministros: “conte até dez, STF”.
Acho que o problema do
Barbosa é só matemática.
Um comentário:
Gostei muito do comentário. Acho que alguém precisa aprender a "contar até dez".
Mas ainda não descobri um sistema excelente de escolha de ministros do supremo, que também não acho bom que lá chegassem apenas juízes de carreira.
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