quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


Justiça, a 235ª vítima da tragédia em Santa Maria/RS

Ticiano Figueiredo

No dia 27 de janeiro de 2013 a população brasileira acordou com a triste e desesperadora notícia de que mais de 200 pessoas haviam morrido em razão de um incêndio ocorrido no interior de uma casa noturna, na cidade de Santa Maria, interior do estado do Rio Grande do Sul.

Tão logo o fato veio à tona, a mídia escrita, falada e televisionada imediatamente trataram de buscar um culpado por toda aquela situação. Inicialmente teria sido o segurança que, por não ter visto fumaça nem fogo, impediu, em um primeiro momento, a saída dos clientes, pensando se tratar de uma tentativa de se evadir do local sem pagar o que foi consumido.
Em seguida a “culpa” passou a recair sobre a banda, que teria programado um show pirotécnico – ao que parece uma característica do grupo musical, bastante conhecido na região – sem observar as normas de segurança.
Por fim, a responsabilidade chegou aos sócios do estabelecimento, eis que em tese estariam funcionando com o alvará vencido e sem equipamentos e plano de fuga adequados para o local.
Não demoraria muito e – diante da enorme repercussão que os fatos tomaram na imprensa – alguma autoridade pública se valeria dessa tragédia para catapultar sua exposição nos órgãos de imprensa nacional. Não demorou!
No dia seguinte a esses tristes fatos, a população brasileira acordou com a notícia de que foi decretada a prisão temporária dos donos do estabelecimento comercial onde o incêndio ocorreu e dos músicos que teriam iniciado o show pirotécnico no interior da boate.
A fim de justificar o seu pedido de segregação cautelar dos envolvidos, o delegado responsável pelo inquérito policial apareceu em rede nacional alegando que tal medida foi tomada para ajudar a esclarecer como o fogo começou e por que as pessoas não conseguiam sair da boate.
Ou seja, escancaradamente a autoridade policial, responsável pelas investigações prendeu os supostos responsáveis por esses tristes fatos, para que estes possam esclarecer questões técnicas, distorcendo, assim, de forma flagrante o uso indevido dessa gravíssima medida cautelar. Ora, não bastava interrogá-los para isso?
Conforme se depreende do art. 1° da Lei n° 7960/89, a prisão temporária é medida de exceção no direito penal brasileiro é somente deve ser utilizada quando houver fundadas razões de autoria e participação de um cidadão nos crimes abaixo elencados e desde que sejam imprescindíveis para o deslinde da investigação:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
Ora, em qual dessas hipóteses aquelas pessoas se enquadrariam? Homicídio doloso, em razão de um possível dolo eventual? Só se considerarmos que os donos do estabelecimento e os artistas da banda em algum momento assumiram o risco e aderiram ao resultado morte. Nesse caso, impõe-se reconhecer que o dolo destes foi literalmente o de suicídio, já que um dos sócios, inclusive, está internado em razão da fumaça inalada e um dos artistas morreu.
Mas, ainda que se admitisse a hipótese de homicídio doloso, é certo que até o presente momento a instância penal não foi instaurada, não há sequer denúncia oferecida. Há, sim, uma série de fatos a serem esclarecidos, os quais, a princípio, não necessitam da prisão dos donos da boate e dos músicos para serem explicados.
Mais uma vez, portando, o Direito Penal teve sua função distorcida pelo "Estado Midiático Policialesco sem Direito".
O que aconteceu em Santa Maria foi extremamente trágico e doloroso para toda a sociedade, em especial para os familiares das vítimas.
Mas, pelo que se viu na mídia até o momento, sequer foi instaurada a ação penal e não há qualquer fato que justifique a prisão dos responsáveis – nem a notícia de que os computadores da boate não foram queimados, mas sim desapareceram do local. Porém, se este foi o argumento utilizado para decretação da medida cautelar de segregação da liberdade, pobre dos músicos, que sequer poderiam entregar os tais computadores, já que não são donos do local...
Ademais, a recentíssima mudança na norma processual, ao trazer a possibilidade de uso de medidas alternativas à prisão, escancarou a excepcionalidade desse tipo de cautelar. Note-se que seria possível ao juiz, por exemplo, proibir os investigados de comparecer ao local dos fatos, de manter relações ou se aproximar de determinada pessoa, poderia, ainda, impor a estes o comparecimento periódico em juízo, dentre outras.
É inequívoco, portanto, o uso indevido feito pelo delegado desse tipo de medida cautelar de segregação da liberdade. Mormente quando não se sabe nem se estes “presos” responderão por crime doloso ou culposo, crime cuja pena final será privativa de liberdade ou restritiva de direito.
Ou seja, muito provavelmente a medida cautelar a que os empresários e músicos encontram-se submetidos é muito mais gravosa do que futura e incerta sentença definitiva.
A não ser que ordem pública, a instrução criminal, a futura aplicação da lei penal ou ordem econômica estivessem em risco – o que deveria ser demonstrado com base em dados concretos e não a partir de meras ilações e criações mentais dos órgãos investigatórios – nada justifica a prisão daqueles cidadãos.
Seria prudente, sim, prender as autoridades públicas responsáveis por esse manifesto abuso de poder. Da mesma forma seria prudente providenciar a inclusão de um novo crime no ordenamento jurídico pátrio: "excessiva vontade de aparecer na mídia"
Note-se que não se está aqui falando sobre a responsabilidade civil acerca dos fatos ocorridos na cidade de Santa Maria. Essa sim é objetiva e, provavelmente, imporá aos responsáveis pelo local da festa o ônus de ressarcir todos os danos morais e materiais das vítimas e familiares da tragédia daquela cidade.
Contudo, essa objetividade jamais poderá alcançar a responsabilidade penal segundo os ditamos do nosso ordenamento jurídico pátrio. Essa deverá ser apurada respeitando os princípios e garantias individuais conseguidas a duras penas pela nossa sociedade, sem, jamais, sofrer qualquer interferência dos veículos de comunicação.
Lamentável...
Às vítimas e familiares dessa tragédia nacional, meus sinceros sentimentos. Que DEUS possa confortá-los nesse momento de dor incontrolável!
Ao direito penal, meus pêsames diante da morte da justiça e do Estado Democrático de Direito... Não temos mais justiça... Temos justiceiros!
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* Ticiano Figueiredo é advogado Criminalista sócio do escritório Figueiredo & Ranña Advogados Associados. É bacharel em Direito pela Universidade de Brasília, especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra e secretário-geral do Instituto de Garantias Penais
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·                                 FONTE: Migalhas –www.migalhas.com.br

 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


O MUNDO ESTÁ SALVO: PRENDERAM OS GURIS DA BANDA

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Por ganharem menos do que um motorista do Sarney, os professores da UFSM tiveram que fazer greve. Agora, em janeiro, você estaria na praia, no meio de belas gatas, tomando sua cervejinha, curtindo um descanso merecido, depois do duro ano letivo. Mas teve que ficar aqui, agüentando esse calor de inferno, por causa da maldita greve. Greve feita porque a Dilma, do mesmo modo que o doutor “honoris causa” Lula, não reconhece o valor dos professores universitários.
Então, não havendo outro modo de matar o tempo e esperar as férias, a única coisa que lhe restava  era curtir a noite, na Boate Kiss. E foi pra lá que você foi no sábado.
E aí um dos guris da banda acionou um sinalizador. Primeiro aquelas faíscas. Depois a fumaça, logo a seguir, o pânico desencadeado pelo berro “fogo!”. Então, você não quis saber de mais nada, saiu correndo, acossado pela fumaça. E, com a fumaça, vinha também no seu encalço aquela multidão desesperada. Os gritos, os empurrões, as pessoas que tombavam na sua frente e que você pisoteava, o pavor que se espalhava, não foram superiores ao medo que você sentia de encontrar a morte, antes de encontrar a única porta que o levaria para a vida.
Você teve sorte. Porque conhecia a boate. Sabia que ela só tinha uma saída, que não tinha portas de emergência, nem ventilação suficiente, nem rota de fuga. Você só não sabia que, apesar de tudo isso e ainda com plano contra incêndio já vencido, ela foi liberada pelos bombeiros, os mal pagos soldados do Tarso Genro.
Ainda bem que você não morreu...
Se você tivesse morrido, não saberia que a Dilma Rousseff, abandonando uma reunião no Chile, voou até Santa Maria, comovida, fungando, com lágrimas nos olhos. Ela não conhecia vocês, que estavam na boate, não sabia que vocês existiam, estava se lixando para seus problemas, mas veio voando, para chorar por vocês, para dar um beijo nas mães, para consolar os pais. E trouxe o ministro da Saúde com toda sua equipe. Tudo à nossa custa.
Ah, sim, como você não morreu, você quer saber o que é que veio fazer aqui o ministro da Saúde, depois de um incêndio. Ele não é bombeiro, nem entende nada de rescaldo. Então, saiba que ele veio fazer o que não fez antes: equipar melhor os hospitais.
E como não morreu, você também pôde ficar sabendo que, ao tomar conhecimento da tragédia, o Tarso Genro tratou primeiro de ir ao velório duma senhora de 87 anos, mãe do seu colega político, o José Fortunati, com quem quer se unir para se reeleger governador. Depois veio para mais um de seus atos oficiais funéreos. Como não sabia exatamente o que devia fazer aqui, ele trouxe o Secretário da Segurança, o Chefe de Polícia, e outros mais, para darem explicações. E não as deram. Ninguém aproveitou para inspecionar a vergonheira do presídio, nem explicou porque foi interditada a boate do DCE e não o foi a Kiss.
 Ainda bem que você escapou da prontidão da morte, e pôde ver tudo isso, essa procissão de políticos que, carregando o próprio andor, correram para o local da tragédia, na segunda-feira: onde há tragédias, há povo e câmeras.
Mas nenhum daqueles que representam o poder público bateu no peito, admitindo a falha da máquina estatal. E certamente todos eles respiraram aliviados pela salvação do mundo, quando a Justiça pegou para “Cristo” os guris da banda que tocava na boate.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013


O ESTADO


João Eichbaum

Sabendo de antemão que seria apedrejado diante dos elogios à Dilma e ao Tarso Genro, com relação ao trágico episódio de Santa Maria, o colunista Túlio Milman, da Zero Hora, já começa dizendo:” talvez alguns leitores desanimem na segunda linha e nem cheguem ao fim do texto”.
De fato, a perspectiva era essa. Com tantos, com centenas, talvez milhares de heróis que se dedicaram, de uma forma ou de outra, a auxiliar no resgate e no atendimento às vítimas, na assistência aos familiares, no reforço aos profissionais da área, vem o Túlio Milman elogiar a Dilma, por que ela viajou do Chile para Santa Maria, determinando “à sua equipe” que fizessem a “a coisa funcionar”.
Convenhamos. Essa é demais. Quando a Dilma aqui chegou, já estava tudo andando, sem que ninguém precisasse mandar. E tudo andando organizadamente, sem atropelo, tudo funcionando, como se já tivesse sido ensaiado.
Foi o povo que mostrou sua força, seu caráter, sua honestidade, seu amor ao próximo. Muito antes de ter a Dilma dito à sua equipe que “fizessem a coisa funcionar”, a “coisa” já estava funcionando, e muito bem (não há outro advérbio que se possa usar. O “bem”, nessa hora, nem soa adequadamente).
O elogio do Túlio Milman ao Tarso Genro, se limitou à “presença” deste e sua disposição para dar entrevistas e “prestar esclarecimentos”.
Ora, é exatamente isso que o Tarso gosta de fazer: de aparecer. E ele precisa “aparecer”, porque as obras do seu (mal denominado) governo não aparecem. E é por isso que ele está presente em qualquer desgraça.
Vocês sabem para que servem as presenças da Dilma,  do Tarso e de “suas equipes” numa hora dessas?
Só para atrapalhar. Onde eles vão, vai aquele batalhão de jornalistas, fotógrafos, câmeras, seguranças e puxassacos em geral. E isso só serve para atrapalhar quem realmente está trabalhando.
O Estado não se confunde com as pessoas. O Estado, através dos seus executivos, que são os funcionários, está onde deve estar, independentemente de quem seja o mandatário político.
 Mas políticos demagogos acham sempre que “l’état c’est moi”, que o Estado são eles mesmos, ou pior, que eles estão acima do Estado.
Vocês já imaginaram se, para socorrer as vítimas e proceder aos resgates, os funcionários tivessem que aguardar a chegada do Tarso e da Dilma?
Por favor, Túlio Milman. Vá escrever sobre futebol. Talvez seja sua área.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


MORTE SEM BUROCRACIA


João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Não adianta escrever para quem morreu. Não adianta também escrever para quem, agora, está mergulhado na dor, dominado pelo desespero da perda, dando de ombros para o mundo, para a vida, para tudo aquilo que não diga respeito ao ser amado que tombou sem ar, foi pisoteado e transformado em número, ficou exposto seminu, ou sem identidade, debaixo duma lona, no chão de uma praça de esportes.
Então, o que resta é escrever para os vivos.
Experimente você botar um negócio qualquer, um mercadinho, um escritório, uma lojinha de fundo de quintal. Você terá de correr entre Herodes e Pilatos um sem número de vezes, até que o Corpo de Bombeiros, com agenda cheia, encontre um tempinho para vistoriar o local pretendido para a instalação do seu negócio.
Ah, como você é um joão ninguém, não tem amigos políticos, não amigos influentes e, sobretudo, não tem dinheiro, vocês estará esmagado pela burocracia e pela má vontade de funcionários mal pagos e de mau humor. E vai ralar muito até conseguir instalar seu negocinho, se os bombeiros permitirem, é claro.
Falo isso, porque sei que você, nessas condições, sem dinheiro, sem influência, sem padrinhos políticos jamais conseguiria instalar uma boate em pleno centro da cidade, numa cidade como Santa Maria, por exemplo, num prédio apertado entre dois outros, com uma única saída. Ainda mais – e principalmente – porque você precisaria calafetar totalmente eventuais aberturas e revestir o prédio com material para conter o som, a fim de não se incomodar com a vizinhança. E material desse tipo é comburente. Então, além de não ter dinheiro para fazer tudo isso, você não conseguiria instalar essa boate, porque está na cara que, sem rota de fuga, sem saídas de emergência, sem brigadas de incêndio e sem influências, bombeiro nenhum aprovaria seu projeto.
Ainda bem que você não tem nada disso. Você é pobre e pode dormir tranqüilo e está livre de vir a público para dar desculpas idiotas. E sua consciência jamais o acusará de ter matado mais de uma centena de jovens, por ganância.

 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


EM NOME DE JESUS 

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Rolava a maior devoção na igreja. Eram quarenta pessoas rezando, cantando, suplicando a Deus, fazendo oferendas para se livrarem de doenças e males em geral e agradecendo ao Senhor por ter ele se esquecido do fim do mundo, programado para dezembro do ano passado.

A postura teatral, mãos levantadas para cima, olhos fechados, era o cenário ideal.
Alguém gritou, atrás dos piedosos fiéis, alto e bem forte:
“Em nome de Jesus”!
E quando o povo se voltou, para ver quem assim exclamava, com o tanta emoção, colocando na voz uma convicção até maior do que o pastor, viram três homens, armados de revólver, e ouviram a mesma voz, completando:
“É um assalto”.
A cena a seguir foi a mesma de sempre, de que não fica fora nenhum dos figurantes em assalto coletivo: todos quietos, deitados no chão, se mijando de medo. 
E aí os mensageiros do nome de Jesus foram se apoderando, em primeiro lugar, do dízimo, que os fiéis guardavam para entregar ao pastor, o tesoureiro de Deus, como pagamento por todas as graças recebidas. Juntaram numa sacola, além do dízimo, alianças, anéis, relógios, celulares, etc.
Depois exigiram as chaves de um automóvel que lhes havia chamado a atenção, um “Strada”. O dono, sem titubear, as entregou.
Os piedosos assaltantes tiveram uma ligeira dificuldade para obter a chave de  um segundo veículo, um Vectra. Mas a dificuldade foi arredada, não pela misericórdia de Deus, mas pela mão deles: fizeram uma menina de doze anos, sob a mira de um revólver, os levar até o dono do carro.
De posse das chaves deram as mesmas ordens que a burocracia dos assaltos exige:
“Fiquem deitados, esperem vinte minutos.”
E acrescentaram:
“Temos o rádio da polícia. Se vocês chamarem a Brigada, voltaremos e mataremos todos”.
E, antes de sair, bradaram, colocando na voz a mesma tonalidade pungente, usada por todos os representantes de Deus na terra:
“ Fiquem na paz do Senhor”.
O fato aconteceu em Caxias do Sul, na semana passada.
O nome da Igreja, onde ocorreu o assalto é Pentecostal do Amor de Deus...
Precisa algum comentário?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Blindagem oficiosa a Rose lhe dá até direito a entrar e sair do fórum pela garagem para despistar a imprensa


*Jorge Serrão

Mesmo indiciada por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência e corrupção ativa, Rosemery Nóvoa Noronha continua com privilégios dignos de uma ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo que é a melhor amiga do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rose conseguiu permissão especial para entrar e sair pela garagem do Fórum Criminal, sem ser vista pela imprensa, sempre que for prestar depoimentos.

Embora o procedimento seja absolutamente dentro das normas, indica que Rose recebe tratamento especial como investigada na Operação Porto Seguro. A cada 15 dias, Rose tem a obrigação de se apresentar à juíza Adriana Zanetti, da 5.ª Vara Federal Criminal. Mas não se sabe se ela entregou à Justiça o Passaporte diplomático que sempre usou nas viagens que fez sozinha ou acompanhando o chefe Lula – que até agora sequer foi convidado a prestar esclarecimentos sobre o comportamento da afilhada e sua relação pessoal ou de “trabalho” com ela.
Nos bastidores petistas e no governo, a orientação é anular ao máximo qualquer exposição de Rose – principalmente no noticiário. A mídia amestrada pelas grandes verbas oficiais já vem noticiando o mínimo ou nada do Rosegate. Além disso, nenhuma das suspeitas sobre ações de negócios e viagens ao exterior fora da agenda oficial de Rose deverão entrar no processo da Operação Porto Seguro. 

A interpretação do privilégio é bem clara. Como Rose ocupou uma posição na escala mais alta do poder, como melhor amiga e pessoa da mais elevada confiança do ex-Presidente da República, a pseudo-lógica da quase anomia vigente no Brasil lhe concede o suposto direito a uma blindagem. Nada custa lembrar que esta mesma proteção, em nome do interesse do Estado, da segurança nacional ou da conjuntura econômica, serviu, direitinho, para o nome de Lula ser mantido bem longe do escândalo do mensalão – embora, injustamente, toda culpa tenha sido imposta, pela teoria do domínio do fato, a José Dirceu – que era o ministro-chefe da Casa Civil colado em Lula.

A divina amiga do endeusado Lula já prestou depoimentos “bem longe dos olhares profanos da imprensa” nos dias 7 e 21 de janeiro. Apesar de todas as evidências contra ela, Rose sequer foi detida nas primeiras-horas da operação Porto Seguro. E nem será depois, pois o caso, quando virar processo, deve demorar os costumeiros quase dez anos para ser julgado. Da primeira instância até os infindáveis recursos ao Superior Tribunal de Justiça e, depois, ao Supremo Tribunal Federal, ao providencial transcorrer de uma década, os eventuais crimes praticados já terão compensado pela lentidão na aplicação da pena.

A defesa de Rosemary alegou que ela vive com trauma da exposição a que vem sendo submetida desde o estouro da Operação Porto Seguro, em 23 de novembro. Por isso Rose conseguiu o direito a entrada e saída pelas portas dos fundos do Judiciário. É como se a apadrinhada de Lula fosse um diamante raro que precisa ser protegido dos olhares da mídia e da sociedade, e não como alguém que terá de responder à Justiça como suposta líder de um megaesquema de compra de pareceres técnicos de órgãos federais. O tratamento especial dispensado a Rose fere qualquer princípio de igualdade, isonomia.

Para que o caso dela não aparecesse como um privilégio, o Judiciário até deu um jeitinho. A Coordenadoria do Fórum Criminal Federal de São Paulo editou a portaria 6/2013. A regra prevê que qualquer juiz poderá solicitar “o isolamento temporário e extremamente necessário dos acessos e/ou passagens pelos corredores e halls das entradas principais e dos elevadores, com apoio da Seção de Segurança do Fórum e até de reforço policial, a fim de garantir e preservar a integridade física das partes envolvidas nos autos dos processos”. 

O texto da portaria também recomenda aos jornalistas que tiverem interesse em fazer imagens na parte interior do fórum com câmera de vídeo, máquina fotográfica ou similares “devem requerer autorização prévia via petição aos respectivos juízos das varas”.

* Fonte Alerta Total- serrao@alertatotal.net 

 

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


PREÇO DA MISSA: R$ 45.000.00

João Eichbaum

Pelo jeito, Deus anda meio atrapalhado nos seus negócios...
Claro, são muitas as empresas do mesmo grupo, a Igreja Católica Apostólica Romana, S.A. Cada empresa tem orçamento próprio e quer incrementar sua receita, para  mostrar serviço perante o Chefe.
Querem ver?
A arquidiocese de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, paga cerca de quarenta e cinco mil reais para outra empresa do mesmo grupo pertencente a Deus, a Rede Vida de Televisão, pela transmissão de uma missa mensal.
Quando alguém reclamou que era muito dinheiro para uma missa só, a arquidiocese veio dar explicações: não, não é só missa, tem ainda três minutos de catequese incluídos no preço.
Ah, bom, então tá. Com três minutos de catequese desembarcarão milhões de almas no atracadouro do céu. Contaram para o arcebispo e ele acreditou.
Mas, o que eu queria comunicar, mesmo, para vocês, é que essa missa de quarenta e cinco mil reais, que inclui uma gorjeta de três minutos de catequese, é rezada em segunda-feira.
Missa em segunda-feira. Já pensaram?A igreja lota de velhinhos que, na falta do que fazer, tratam de investir na alma, porque da carcaça dolorida do corpo nada mais podem esperar, salvo as insídias da velhice.
Dia desses assisti, pela televisão, a milionária missa. Então ouvi e vi coisas assim. Durante o ofertório o povo desfilava pelo corredor central, levando “oferendas”. Não foi possível distinguir em que essas consistiam. E desde aquele momento, até o fim da missa, corria pela tela o endereço do site do Santuário da Medianeira e o número da conta e da agência do Banco do Brasil, onde poderiam ser depositadas “as oferendas”. Quer dizer, Deus se integrou na era eletrônica. Não tem mais aquela de “olhai as aves do céu...”
E para completar, vi o bispo fazer um sinal da cruz sobre os cestinhos cheios de oferendas, que o povo levara, pedindo que Deus se dignasse “transformar aquelas oferendas no corpo e no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
É uma estranha liturgia. Negócios bancários não combinam com missa, e o escambo de dinheiro pelo corpo de Jesus Cristo soa como rito pagão de péssima qualidade.
Mas são coisas como essas que explicam coisas piores, tipo ter que suplicar a Deus para que ele “tenha piedade de nós”.
Sendo ele um deus onipotente, onisciente, onipresente, etc. e tal, será que não nota que o cara tá precisando? Será que ele não vê o suplício dessa vida inventada por ele? É preciso suplicar pra que ele se ocupe da gente, quando a gente tá numa pior? É preciso demovê-lo da indiferença? Será que ele não sabia que, mandando dois pecadores se “multiplicarem” no mundo, ia dar nessa merda toda?
Terei de me recolher a um convento, fazendo votos de castidade, para não trair nenhuma das minhas paixões estabelecidas, e estudar teologia. Preciso exorcizar a idéia de que inventaram um Deus cheio de defeitos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Globo reforça divulgação do Troféu Algemas de Ouro por Lula apoiar Lei dos Meios de Cristina Kirchner


Jorge Serrão*

Desde que apoiou a antidemocrática “Ley de Medios” da amiga e companheira do Foro de São Paulo Cristina Fernández de Kirchner, criticando “o monopólio da mídia” em sua última viagem à Argentina, Luiz Inácio Lula da Silva virou alvo fácil e preferencial das Organizações Globo. Não foi à toa que O Globo deu amplo destaque à recente “anti-premiação” conquistada por Lula: o Troféu Algemas de Ouro. Com a providencial ajudinha das Organizações Globo, amplia-se a desconstrução de imagem do mito Lula.

Lula “venceu” com 65,69% dos 14.547 votos válidos registrados pelo Movimento 31 de Julho. Só não “ganhou” com mais folga porque a petralhada fraudou a votação eletrônica, na vã tentativa de salvar o chefão Lula. Os malandros usaram um programa de automático que criava perfis falsos no Facebook para direcionar os votos para candidatos a corruptos ligados ao PSDB e DEM. Os fraudadores conseguiram 38% do total de 23.557 votos, mas não conseguiram tirar a algema dourada do campeão.

O organizador da eleição, Marcelo Medeiros, aproveitou a cerimônia de entrega simbólica do prêmio, em tarde carnavalesca no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, para exaltar o grande vencedor: “Depois de eleger poste, o ex-presidente Lula mostra que ainda tem fôlego para ganhar mais eleições daqui para frente. Foram três candidatos que fizeram jus à premiação. Todos eles se destacaram nas páginas do jornal, mas o ex-presidente se sobressaiu. No ano passado, ele foi responsável por um dos momentos mais lamentáveis da história brasileira ao tentar chantagear um ministro do Supremo. Acho que por sua atuação em 2012, e nem quero lembrar de Valérios e Rosemarys, ele mereceu esse troféu e o cheque simbólico de R$ 153 milhões”.

No voto (im)popular, Lula superou concorrentes de peso. O Troféu Algemas de Prata ficou como ex-senador Demóstenes Torres, com 21,82% dos votos. O grande amigo e parceiro de Lula, o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), faturou o Troféu Algemas de Bronze (com 4,55% da votação. Os vitoriosos concorreram com Jader Barbalho (PMDB-PA); Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Paulo Maluf (PP-SP); Fernando Pimentel (PT-MG), José Roberto Arruda (sem partido-DF), Erenice Guerra e o empreiteiro Fernando Cavendish.

Lula certamente não vai comentar o Troféu Algemas de Ouro, que agora será um forte motivo de chacota contra ele e a petralhada. Mas o ilustre premiado ainda terá de dar explicações públicas sobre vários escândalos: 1) as denúncias de Marcos Valério no pós-mensalão; 2) as ações da apadrinhada e amiga Rosemary nas falcatruas vindas à tona na Operação Porto Seguro; 3) uma possível revelação que possa surgir sobre suas ligações com a Delta do Fernando Cavendish. 

O silêncio injustificável de Lula ajuda ele mesmo a se destruir. Na interpretação popular, vale o ditado “quem cala consente”... Como homem público e ex-Presidente da República por dois mandatos, Lula tem a obrigação de dar explicações palpáveis e verdadeiras sobre todos os escândalos que envolvem seu nome. Se não cumprir o dever democrático, a sabedoria da história saberá lhe cobrar um alto preço, na hora certa.

Ser eleito, com tanta margem, a personalidade mais corrupta de 2012, foi apenas mais um passo do mito Lula rumo à decadência final.

* Fonte Alerta Total-
 serrao@alertatotal.net

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


A VOLTA DO RENAN, O REI DO GADO


João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Mônica Veloso é o nome da mina. Ela apareceu na Playboy muito melhor do que veio ao mundo, com frontespício e traseiro de sereia, ubres rijos, cheios de saúde, e bumbum arredondado por natureza. É morena, de cabelos negros, e tem um olhar de tigresa no cio, com inquietantes encantos de mulher.

Sabe o Renan Calheiros, da dupla Zé Sarney e Renan? Pois o Renan não resistiu, deitou e rolou – literalmente.
Até aí, tudo bem. Afinal, diante de uma criatura com tamanhos predicados, não é qualquer um que tem coragem para dizer “eu fora”. Ou vocês conhecem alguém que gosta de seios encostando na barriga e traseiro mais mole que espuma?
Mas, quando aparece aquele item que não está na lista de muita gente, com a mulher perdendo as formas originais e os contornos que lhe garantiriam papel em filme para adultos, a coisa começa a mudar de figura: a relação oxida, a paixão deixa de ser labareda, o amor é cotado em cifrão.
Isso, cifrão. Criança fora do casamento é sinônimo de incomodação e pensão alimentícia.
Foi o que aconteceu. Mal o bebê berrou no mundo, a mamãe já interpretou a choradeira como “quero os meus direitos”. Então ela correu para o Renan e apresentou a conta de suas dádivas de prazer. O Renan coçou o queixou, disse “hum”, mas sentiu que tinha de abafar o devastador escândalo.
A empreiteira Mendes Júnior, que está sempre nas bocas, participando da receita que o governo contabiliza com o nosso dinheiro, assumiu a paternidade da criança, para alívio do senador das Alagoas.
Não, pera lá. Não é o que vocês estão pensando. Ela resolveu bancar a pensão alimentícia para o filho que o Renan pensa que é dele.
Então, cada mês, Cláudio Gontijo, representante dos interesses da Mendes Júnior junto ao Renan e ao governo federal, levava uma bolada para aquela mamãe, que aos poucos vinha recuperando a antiga forma.
Sabem quanto? Quatro mil e quinhentos reais para o aluguel de um apartamento de quatro quartos em Brasília e mais doze mil reais- eu disse doze mil reais -  de pensão alimentícia.
Mas a coisa veio a furo, fedeu, e o Renan teve que se explicar. E explicou. Que não era nada daquilo. Que ele tinha dinheiro para bancar a pensão, e mostrou sua contabilidade: milhões com venda de gado, deixando para trás todos os reis da espécie.
Então a Comissão de Ética do Senado, fechando os olhos para o óbvio, resolveu aceitar a tese de que o Renan Calheiros era o melhor criador de gado do país, com um tino comercial que nenhum do ramo tem. E absolveu o alagoano no processo de cassação de mandato.
O Renan ficou na moita muito tempo, preferindo não ser lembrado. Mas agora, crente de que suas relações perniciosas com a Mendes Júnior foram esquecidas, ele está voltando, para retomar a cobiçada cadeira de presidente do Senado. E a turma toda taí, batendo palmas.
É assim: vergonhoso. Mas nada que esteja fora dos padrões da dupla Zé Sarney e Renan, chefes da república norte-nordestina, da qual o resto do Brasil não passa de simples colônia.

 


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


O ESPÍRITO DO IMPÉRIO ROMANO SEM PSCICOGRAFIA DO CHICO XAVIER

João Eichbaum

O encanto envolvente do fausto, do poder, da ostentação, da variação de companhia na cama, e da sacanagem em geral sempre seduziu o homem. Do mesmo modo que, antes dele, eram seduzidos os deuses.
Nós, os primatas mais recentes, ainda guardamos na memória o que a história conta sobre o império romano, nesses itens.
Assim como lançaram as bases para que o Direito se transformasse numa ciência, os romanos se aproveitaram das bases da democracia desenhada pelos gregos, para inventar a demagogia. Muitos de seus políticos foram mestres nessa espúria transformação. Com um discurso fácil, pegajoso, estelionatário, atraíam e seduziam a multidão. O “circo” encantava os pobres e o “pão” lhes enchia a barriga. Por isso eles amavam os Césares.
Ocupavam-se das guerras os romanos e as cultivavam (de bello galico, de bello civile), mas não descuravam da demagogia
E a demagogia foi tão bem assimilada pelas gerações vindouras, que nunca mais abandonou a face da terra, atravessando todos os séculos que encontrou pela frente. Hoje o casuísmo, que domina a volúpia pelo poder, tem levado muitos governantes a se afastarem do lídimo Direito criado pelos romanos, para ficarem com a parte pior deles, a demagogia. Então confiam a seus “doutores” a criação de um direito pobre, distante da ciência, feito de afogadilho para atender às emergências da demagogia.
No Brasil, por exemplo, a Constituição, que não passa de uma colcha de retalhos, remendada a toda hora, de acordo com a vontade dos governantes, permite que o Poder Executivo legisle através de “medidas provisórias”. E de equívocos se fazem leis, e de leis se fazem moedas de troca.
Não é preciso falar muito sobre a Itália do parlapatão e mulherengo Berlusconi. Não é preciso ir longe. Fiquemos no Brasíl, em Cuba, na Venezuela, no Paraguai, na Argentina.
Em qualquer um desses países, o que domina é a volúpia do poder, que não tem medida, nem preço, mas tem um instrumento de que não abrem mão os políticos: a demagogia.
No Brasil, a corrupção corre solta, o sexo rola também, misturado com os cartões corporativos: nunca há de faltar uma “Virgínia Lane” ou uma “Rose” para os políticos. Que o digam os lupanares de Brasília. E no item lascívia a desfaçatez é tanta que até a pensão alimentícia devida por um senador já foi colocada na conta dos contribuintes.
 Enquanto distraem o povo com “copa do mundo”, “bolsa-família” e “fome zero”, os politiqueiros profissionais fazem  negociatas, tricotam acordos espúrios, se esbaldam em surubas políticas, (é dando que se recebe) promovem nomeações por conveniência, enriquecem, escorcham com impostos, pardais, radares, multas e pedágios os que trabalham honestamente, e entregam a segurança, a saúde, a educação e o transporte às traças., ficando com boa parte do dinheiro da república (horas extras, verbas de indenização, 15 meses de subsídio, etc, etc, etc.)
Para nós resta o pior. De Roma herdamos a podridão política, da qual nem o reinado papal escapou. Com seus cabelos cor de ouro e seus cintilantes olhos azuis, a lasciva Lucrecia Borgia, filha do papa Alexandre VI, foi nomeada “papisa” pelo próprio pai.
E vocês queriam o quê? Que os brasileiros fossem melhores que os Borgia?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De Jorge Serrão
Alerta Total - serrao@alertatotal.net


DEVENDO ALTO

O economista Ricardo Bergamini apresenta o quadro demonstrativo da Dívida Líquida da União, segundo a fonte original Secretaria do Tesouro Nacional, com base em novembro de 2012:

1) Dívida Interna - R$ 2.734,5 bilhões.

2) Dívida Externa Líquida - R$ 93,0 bilhões.

3) Dívida Líquida Total (Interna e Externa) - R$ 2.827,5 bilhões (64,5% do PIB).

Cadeia bem remunerada


O INSS vai pagar até R$ 971,78 por mês para famílias de presos, em 2013.

A pensão dos presos é maior do que a recebida por trabalhadores assalariados que precisam se afastar do emprego por doença ou acidente.


Para receber, o detento precisa estar na condição de segurado, tendo contribuído para o INSS com salário de contribuição igual ou menor a R$ 915,05 até um mês antes da prisão.
Privilegiados

Os presos beneficiados custam R$ 37,6 milhões ao mês aos cofres da Previdência Social.

Do total de 549.577 presos em todo o Brasil, apenas 38.362 recebem o auxílio-reclusão.

De repente, os condenados no mensalão poderão pedir para receber o benefício, ainda mais se comprovarem que são cidadãos de baixa-renda.

Profissional necessário

O conhecido italiano Mássimo Signoracci, o mais famoso embalsamador do mundo, já fez esse serviço em dois papas, viajou repentinamente para Cuba... 

“O que será que ele foi fazer na ilha da prisão, da repressão, da violação constante dos direitos humanos, e onde está fazendo tratamento contra um câncer o presidente da Venezuela?”

Oportuna pergunta do leitor Benone Augusto de Paiva, de São Paulo...

 

 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


OS MENTIROSOS ESTÃO DESAPARECENDO
João Eichbaum
Joaeichbaum@gmail. com
Em Cuba, de há muito, desapareceu o Fidel Castro. Foi desaparecendo aos poucos, adquirindo aquele perfil de morto vivo, até que não poder enganar mais.
Na Argentina, o Kirchner disse adeus há muito tempo, foi perdendo aos poucos a capacidade de lograr o povo com promessas que ele sabia que não podia cumprir.
Na Venezuela, o palrapatão Hugo Chaves, está sendo devorado por  um câncer.
Aqui no Brasil, o Lula está entre dois fogos: um hacker, que pede vinte e cinco milhões, para não dar conhecimento ao mundo de todas as falcatruas do ex- sindicalista, e o Marcos Valério, que já contou para o Gurgel todas aquelas semvergonhices em que o Lula esteve metido.
Então, meus amigos, parece que a América Latina está voltando para o seu mundo verdadeiro, onde ninguém esconde nada: a verdade está debaixo do nariz de todo o mundo.
O povo da América Latina, que nunca teve, como líder, alguém  à  altura de um Churchill, de um Charles de Gaulle, de um Roosevelt, de um Adenauer, de um Willy Brandt, foi obrigado a se contentar com tipos como Getúlio Vargas, Perón, Hugo Chaves, Lula, Sarney, Collor, e por aí vai.
Deu no que deu. Continuamos um continente de Terceiro Mundo, atolado na pobreza e na corrupção.
Agora, aqui no Brasil, estamos nas mãos de um “hacker” e de um estelionatário, já condenado pelo Supremo. É deles que depende o futuro (mais uma vez e sempre o futuro) da pátria. Se eles conseguirem terminar com a liderança do Lula, os heróis serão eles.
E continuaremos na terceira divisão.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


Cúpula de lobistas, juízes e políticos têm dossiês sobre patrimônio de R$ 700 milhões da família Lula


Jorge Serrão

A família de Lula da Silva teria um patrimônio de mais de R$ 700 milhões em imóveis, participações acionárias em empresas, além de investimentos em títulos públicos brasileiros e papéis do tesouro de países europeus, principalmente da França, em cujos bancos os Silva teriam três caixas de segurança para depósitos.
Tais informações sobre a polpuda fortuna de Lula e seus familiares circulam, abertamente, entre conversas dos principais lobistas do eixo Brasília-RJ-SP. A cúpula do Judiciário, as principais figuras do Ministério Público Federal e muitos senadores e deputados já teriam os famosos dossiês contendo esses mesmos dados.

Por isso, transforma-se em ação de alto risco político qualquer tentativa de investigação rigorosa sobre escândalos envolvendo pessoas próximas a Lula – como foi o caso do Mensalão e agora é o caso da Operação Porto Seguro. Na avaliação de lobistas, políticos e da elite do Judiciário todos os caminhos investigados levam a Lula. E o tamanho do patrimônio de sua família não tem mais como ficar escondido – se for alvo de uma ação pente fino, absolutamente dentro da lei.
No País da impunidade, no qual a corrupção opera com ares de normalidade nas relações público-privadas, a sorte de Lula é que ele não está sozinho na impossível ocultação de uma riqueza ostentada. Pelo menos 40 senadores têm patrimônio acima de R$ 1 bilhão – a maioria totalmente incompatível com o salário e a atividade pública e privada do dia-a-dia. A situação é idêntica no chamado “alto clero” da Câmara.

Qualquer apuração oficial que tente relacionar patrimônio com corrupção recebe, nos bastidores, uma mafiosa pressão oculta e contrária de senadores, deputados e empresários (com quem fazem negócios). A impunidade acaba premiada e generalizada por causa da Justiça lenta e da falta de condições políticas e técnicas para uma livre atuação de órgãos públicos (como a Polícia Federal, Receita Federal, COAF e Banco Central). 


Assim, o Ministério Público dificilmente tem provas objetivas na hora de oferecer as denúncias. Condenações só acontecem quando o Judiciário aplica o chamado “rigor seletivo”, apelando para teorias como a do “domínio do fato”, que ficou famosa depois de empregada no julgamento dos réus do Mensalão. E as punições só se tornam  viáveis quando existe uma grande pressão das conhecidas “forças ocultas” transnacionais – geralmente contrariada ou muito prejudicada em negócios pelos esquemas de corrupção política.

A maior preocupação de Lula é que ele se transformou em alvo de poderosos inimigos externos. Ele hoje sofre duros ataques, chantagens e espionagens ilegais financiadas pelos mesmos sujeitos que o colocaram no poder e, por extensão, ajudaram a construir o belo patrimônio de sua família. A Oligarquia Transnacional que controla de fato o Brasil já descarta o PT e seus líderes.

Por isso, a previsão é de troca de marionetes para a eleição presidencial de 2014. Tudo tende a ficar do jeito parecido – com os esquemas de corrupção funcionando para impedir que o Brasil cresça e se desenvolva -, porém com personagens “renovados” na cúpula do poder. Lula e seus aliados se transformaram em objetos descartáveis. O negócio é esperar para ver como acontecerá o descarte...

Fonte: Alerta Total - serrao@alertatotal.net 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


O PARÁGRAFO DE MOISÉS


João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Segundo a mitologia judaico-cristã, houve um ente superior, assexuado, eterno, chamado Deus, que, entediado pela rotina da eternidade, decidiu criar este planeta terra, onde colocou seres viventes, com a finalidade única de o adorarem.

Depois de ordenar “faça-se isso, faça-se aquilo”, resolveu botar a mão na massa, ops, no barro e modelou um boneco, no qual não deixou de encaixar um pinto. Pinto pra quê? Ah, sim, quando se deu conta de que o pinto, sem mulher, não servia pra nada, criou a mulher, a Eva. Fez o macho Adão de barro e tirou dele uma costela para fazer a mulher.
Depois, segundo a mesma lenda, o ente, por fofoca duma serpente, teria brigado com os dois seres. Os pobres diabos, que não tinham pedido para vir ao mundo, foram expulsos do paraíso, onde haviam feito um estágio probatório. Atrás da expulsão veio a ordem de  “se multiplicarem”.
“Multiplica-te”. Não é exatamente esse o verbo que a gente usa, para mandar longe alguém que  aprontou. O que a gente diz é “te phode”.
Pois bem. Então Deus, irado, enfurecido, pê da cara, disse esse palavrão que a Bíblia não publica, e expulsou Adão e Eva do paraíso (mas deixou lá a pecadora serpente), sem lhes dar direito à reincidência.
Que castigo, hein! Ele bem que poderia ter inventado, ou imposto, outros castigos, com tanta ou até maior intensidade de prazer do que esse, o de “multiplicar-se”. Mas, inventou esse, que é bom e concentra a essência do melhor dos prazeres conhecidos. Que seja feita sua vontade.
Só que tem o seguinte. Muitos anos depois, quando a turma descobriu como é bom o “multiplicar-se”, Deus inventou outra regra, limitando a primeira. Convocou Moisés - um cara que nem podia tirar folha corrida, porque tinha um homicídio no currículo - para introduzir um parágrafo, estabelecendo a proibição de “pecar contra a castidade” e, outro, pior ainda, de “desejar a mulher do próximo”.
Ora, meus amigos, se ele tinha poderes para multiplicar a humanidade, criando bonequinhos que nem precisavam de pinto, e fazendo mulheres com costelas dos ditos bonequinhos, por que é que  mandou os caras se “multiplicarem” daquele jeito, que é a melhor coisa do mundo? Será que ele não sabia que isso é tão bom assim? Ou só foi descobrir depois que a Sara, mulher do pai Abraão, começou a dar pro Faraó?
Ao descobrir que o ato de “se multiplicar” era bom, Deus instaurou uma repressão feroz contra o sexo. Além da proibição genérica de “pecar contra a castidade”, estabeleceu outra mais dura, vetando a mulher do próximo como  opção para o ato de se multiplicar.
 Então, esse parágrafo introduzido através de Moisés, restringindo a multiplicação só com a patroa, é que ninguém entende. Antes, quando a coisa estava liberada geral, não havia problemas, a Sara fez o que fez, o Abraão traçou a empregada Hagar, a Tamar se fez de garota de programa para encarar um “love” com o sogro. Tudo numa boa.
A proibição mudou para pior o homem e o mundo. Nem o filho que Deus gerou na Maria, mulher do próximo, consertou o estrago.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013



Jorge Serrão

O providencial problema climático que provoca a falta de água da maioria dos reservatórios para geração de energia hidrelétrica se transforma em uma boa oportunidade para o governo Dilma Rousseff agradar as grandes transnacionais de energia que têm gás a carvão sobrando para vender a preços altos. Eis o motivo pelo qual o Ministério das Minas e Energia – gerido pelo esquema de José Sarney – pretende manter as usinas térmicas ligadas por mais tempo que o necessário.

Como de costume, quem vai pagar a conta é o consumidor final, via aumento de tarifas de energia. O governo insiste no ilusionista discurso de que promoverá uma queda de tarifas em até 20%, no médio prazo, enquanto admite que pode ser obrigado a praticar aumentos nas tarifas, no curto prazo, para compensar os altos gastos com as térmicas. No fundo, por trás de tudo, está o plano de mudar o jogo de investidores no setor elétrico brasileiro, diminuindo a participação do esquema hidrelétrico para a metade da matriz.

O plano faz parte de uma guerra de bastidores com investidores internacionais – hoje identificados como os patrocinadores de uma guerra de dossiês e sistemas ilegais de espionagem para atingir membros do atual governo, tendo como alvo principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tungada promovida pelo governo Dilma no sistema Eletrobrás – gerando falta de ganhos e consequentes prejuízos para os grandes investidores de fora – faz parte da tática de mudar as peças do jogo energético. 

A intenção oficial é que as térmicas tenham mais presença na matriz energética do Brasil, chegando a 20% do mercado gerador. Elas deixariam de ser usinas de complementação para se transformarem em usinas de base – mesmo que isto contrarie compromissos ambientais assumidos pelo Brasil. O governo também quer novas empresas (e parceiros) investindo em fontes renováveis de energia – como energia eólica e biomassa – que podem atingir 30% de participação da matriz de energia. 

Outra clara intenção do governo é aliviar a intensa pressão sofrida por investidores do setor de óleo e gás. O jeitinho é aumentar os ganhos das petroleiras aproveitando a falta de água nos reservatórios para justificar mais gastos com a chamada “energia suja”. De cara, Petrobrás e Raizen (Shell) terão bons lucros com a venda de gás a preços mais altos para financiar a geração de energia termelétrica. Com elas lucrando, os investidores também se acalmam, enquanto ganham tempo para diversificar suas aplicações nas novas alternativas energéticas que o governo pretende oferecer.

O drible do governo já está indicado. Resta saber se o mercado vai aceitar a jogada em combinação. Por enquanto, os investidores (principalmente da Eletrobrás) não desejam trégua contra o governo. É forte a tendência de que sejam movidos processos no exterior para anular a assembleia geral da Eletrobras que causou os megaprejuízos. 

Fonte:  serrao@alertatotal.net


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


BOLSAS E COTAS

João Eichbaum

A mãe do Badanha era uma dessas por aí. Depois de umas que outras, certa noite deitou com um afrodescendente - vamos dizer assim, porque o adjetivo “negro” foi banido do vernáculo por lei.
Aí, tal como vocês estão pensando, nove meses depois, o Badanha veio ao mundo, patrocinado pelo SUS.
Do pai, nunca se soube quem era. A bem dizer, nem ela mesma, a mãe do Badanha, poderia dizer com certeza quem seria mesmo o progenitor. Aí o Badanha foi crescendo e, à medida que foi crescendo, foram surgindo irmãozinhos e irmãzinhas engrossando a família, que só tinha mãe.
Até que o Lula apareceu. Sabe o Lula? É, isso mesmo, o patrão da Rosemary.
Então, o Lula apareceu e instituiu uma esmola oficial, conhecida como “bolsa-família”. A mãe do Badanha se inteirou do assunto, pedindo informações aqui e ali, e correu para botar as crianças na escola. Escola pública, é claro. Aí começou a receber, mensalmente, o “bolsa-família”, que era a verba complementar dos seus programas. Se tivesse carteira assinada, trabalho formal, seria diferente, não teria direito à esmola oficial. Então, o negócio era continuar a exercer a antiga profissão da Madalena, aquela que lavou os pés de Jesus Cristo.
O Badanha era burro e preguiçoso pra xuxu, vivia matando aula, mas foi passando de ano em ano, porque a Secretaria de Educação proibia a reprovação dos alunos. Só começou a ler no terceiro ano, exatamente como prevê o projeto do Ministério da Educação.  
Assim foi: concluiu o primeiro e o segundo grau numa escola pública, onde os professores faltavam, faziam greve, se aposentavam e não eram substituídos. Mas o Badanha chegou lá. Nunca soube o que era batente porque os michês da mãe eram incrementados com o bolsa-família. Nunca soube o que era estudar, porque o governo garantia a sua aprovação.
Então, assim, ó: filho de negro, ops, de afrodescendente, aluno de escola pública, e carente, o Badanha tinha tudo para ser aprovado no vestibular da UFRGS. Levou de barbada, amparado no direito das cotas.
Quando a coisa começou a apertar e ele sentiu que teria de procurar emprego, veio uma salvação de Brasília: a ajuda de custo para universitário carente, leia-se cotista. Quatrocentos pilas por mês! Para que trabalhar?
Daqui a algum tempo o Badanha estará disputando o mercado de trabalho.
Disputando? Vocês é que pensam. Ele está plenamente confiante de que o governo do PT providenciará: cota de emprego para desqualificados.
Mas, se a lei não vier até lá, de qualquer maneira ele já estará garantido: será deputado. Pelo PT, é claro.