O ESPÍRITO DO IMPÉRIO ROMANO SEM PSCICOGRAFIA DO CHICO XAVIER
João Eichbaum
O encanto envolvente do fausto, do poder, da
ostentação, da variação de companhia na cama, e da sacanagem em geral sempre
seduziu o homem. Do mesmo modo que, antes dele, eram seduzidos os deuses.
Nós, os primatas mais recentes, ainda guardamos na
memória o que a história conta sobre o império romano, nesses itens.
Assim como lançaram as bases para que o Direito se
transformasse numa ciência, os romanos se aproveitaram das bases da democracia
desenhada pelos gregos, para inventar a demagogia. Muitos de seus políticos
foram mestres nessa espúria transformação. Com um discurso fácil, pegajoso,
estelionatário, atraíam e seduziam a multidão. O “circo” encantava os pobres e
o “pão” lhes enchia a barriga. Por isso eles amavam os Césares.
Ocupavam-se das guerras os romanos e as cultivavam (de
bello galico, de bello civile), mas não descuravam da demagogia
E a demagogia foi tão bem assimilada pelas gerações
vindouras, que nunca mais abandonou a face da terra, atravessando todos os
séculos que encontrou pela frente. Hoje o casuísmo, que domina a volúpia pelo
poder, tem levado muitos governantes a se afastarem do lídimo Direito criado
pelos romanos, para ficarem com a parte pior deles, a demagogia. Então confiam
a seus “doutores” a criação de um direito pobre, distante da ciência, feito de
afogadilho para atender às emergências da demagogia.
No Brasil, por exemplo, a Constituição, que não passa
de uma colcha de retalhos, remendada a toda hora, de acordo com a vontade dos
governantes, permite que o Poder Executivo legisle através de “medidas
provisórias”. E de equívocos se fazem leis, e de leis se fazem moedas de troca.
Não é preciso falar muito sobre a Itália do parlapatão
e mulherengo Berlusconi. Não é preciso ir longe. Fiquemos no Brasíl, em Cuba,
na Venezuela, no Paraguai, na Argentina.
Em qualquer um desses países, o que domina é a volúpia
do poder, que não tem medida, nem preço, mas tem um instrumento de que não
abrem mão os políticos: a demagogia.
No Brasil, a corrupção corre solta, o sexo rola também,
misturado com os cartões corporativos: nunca há de faltar uma “Virgínia Lane”
ou uma “Rose” para os políticos. Que o digam os lupanares de Brasília. E no
item lascívia a desfaçatez é tanta que até a pensão alimentícia devida por um
senador já foi colocada na conta dos contribuintes.
Enquanto distraem
o povo com “copa do mundo”, “bolsa-família” e “fome zero”, os politiqueiros
profissionais fazem negociatas, tricotam
acordos espúrios, se esbaldam em surubas políticas, (é dando que se recebe) promovem
nomeações por conveniência, enriquecem, escorcham com impostos, pardais,
radares, multas e pedágios os que trabalham honestamente, e entregam a
segurança, a saúde, a educação e o transporte às traças., ficando com boa parte
do dinheiro da república (horas extras, verbas de indenização, 15 meses de
subsídio, etc, etc, etc.)
Para nós resta o pior. De Roma herdamos a podridão política,
da qual nem o reinado papal escapou. Com seus cabelos cor de ouro e seus
cintilantes olhos azuis, a lasciva Lucrecia Borgia, filha do papa Alexandre VI,
foi nomeada “papisa” pelo próprio pai.
E vocês queriam o quê? Que os brasileiros fossem melhores
que os Borgia?
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