terça-feira, 30 de abril de 2013


TROCANDO AS BOLAS

João Eichbaum

Assim, ó. Primeiro foi o Fux, que se ajoelhou na frente de meio mundo, pedindo para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Na área judiciária, seu padrinho era o advogado Sérgio Bermudes, patrão da filha dele. E espalhou por aí: o Fux é um excelente juiz, é grande jurista. O recado foi passando de boca em boca, até chegar aos ouvidos da área jurídica do governo.
Na área política, o Fux chegou ao Grande Chefe, espécie de Touro Sentado, o homem de mais de uma cara, de mais de um nome, de mais de uma identidade, conhecido atualmente como Zé Dirceu. Em troca da toga de ministro, o Fux prometeu a absolvição do dito Zé Dirceu.
De posse da toga, a primeira coisa que fez o Fux foi rasgar o artigo 226, § 3º da Constituição Federal. Acabou com a diferença de sexo para o acasalamento. Decretou que agora pode homem com homem, mulher com mulher. E nessa reforma constitucional foi acompanhado até pelo Peluso, que queria ser padre.
Depois, reformou o Código de Processo Penal, exatamente para condenar o Zé Dirceu, a quem tinha prometido absolvição: agora se pode condenar por presunção, porque a “teoria do domínio do fato” está acima da lei.
Mais tarde, o mesmo Fux concedeu uma liminar, se metendo na pauta do Congresso, ao exigir que os vetos fossem levados a plenário por ordem de antiguidade.
Agora, o Gilmar Mendes manda suspender a tramitação de um projeto que limita para partidos novos o tempo na TV e a participação no Fundo Partidário.
Bom. Em revide a tudo isso, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou um projeto de emenda constitucional, que  faz do Congresso uma instância superior ao STF, nos casos de “súmula vinculante” e “declaração de inconstitucionalidade”.
Agora, com essa aprovação na CCJ, o mundo está vindo abaixo. E toda a imprensa mete o pau no Nazareno Fonteles, autor da proposta.
Já eu, como disse ontem, vejo todos no mesmo nível: ministros e congressistas. Ninguém é melhor do que ninguém. Ninguém tem mais moral do que ninguém. Ponham os ministros no Legislativo e os congressistas no Judiciário e a cacaca vai ser a mesma.
O Judiciário pediu e levou. Os juízes sairam dos autos e foram para as telas de TV, para as manchetes. E começaram a se achar. Mas não sabem distinguir os limites entre a jurisprudência e a legislação.
Bem feito.

segunda-feira, 29 de abril de 2013


 DESCONFIANÇA NA JUSTIÇA

João Eichbaum

Primeiro foi o falado “controle externo do Judiciário”. A magistratura toda se levantou para bradar contra essa conspiração, que procurava atingir a “independência” do poder atribuído aos homens de toga.
Os brados dos juízes não foram suficientes para abafar a idéia, mas serviram para lhe dar contornos menos drásticos.
O tal de “controle externo” se chama hoje Conselho Nacional de Justiça, um imenso cabide de empregos e espaços para apadrinhados, que ainda não disse, e nunca dirá a que veio.
Experimente, você, cidadão, representar contra um juiz, desembargador ou ministro que não cumpre seus deveres. Você, que não sabe lidar com computador, primeiro vai ter que  domar as teclas, cadastrar sua assinatura e enviar, via eletrônica, o seu pedido. Seu pedido nem chegará ao conselheiro. Vai ficar no meio do caminho, na lixeira eletrônica do “ juiz auxiliar”.
Sem falar que os conselheiros, propriamente, têm que administrar o seu tempo, entre as aulas nas universidades, as viagens para o Rio de Janeiro, São Paulo, o Tribunal Eleitoral, as conferências, e o amor, naturalmente, que sem ele ninguém vive. Ah, me esqueci de referir que eles também têm outras funções jurídicas, ou judiciárias. Só não me perguntem se as cumprem, ou se apenas assinam o que os assessores decidem.
Como não deu em nada o CNJ, agora foi aprovada uma proposta de emenda constitucional que eleva o Congresso ao patamar de segunda instância do Supremo: “súmulas vinculantes” e declaração de inconstitucionalidade passarão pelo crivo do Poder Legislativo, segundo a proposta.
Este é o primeiro passo para oficializar a desconfiança nessa Justiça, que decide com escores apertados e só falta ir para os pênaltis.
Mas, quem é que bota a toga de ministro nessas criaturinhas que, depois de vestidas com a roupa preta, se acham donas do mundo e rainhas da cocada preta? Essas criaturinhas que rastejam aos pés de políticos, bispos, cardeais, empresários, implorando sua nomeação para os tribunais, essas criaturinhas, pergunto, quem faz delas ministros dos tribunais superiores?
Não seria necessário arrancar os alicerces do Judiciário para melhorar a Justiça. Bastaria escolher as pessoas honestas e verdadeiramente capacitadas para o cargo de ministro. Aí o Judiciário deixaria de legislar e não despertaria tesão no Legislativo para julgar.
Não. Estou exigindo o impossível. Essa classe política desqualificada, que vai do Maluf ao Renan Calheiros, escolhida pela consciência boçal de um povo cabresteado pelo "bolsa-família" e outras esmolas, não tem referências sobre capacidade e honestidade. Não teria como escolher melhores ministros.
Então, que nos lixemos:o governo nos "fucks". 

sexta-feira, 26 de abril de 2013


 ONU: OBSCURANTISMO
TARDA MAS NÃO FALHA
 

Janer Cristaldo


Há dois anos, comentei o livro Deutschland schafft sich ab (A Alemanha se destrói), de Thilo Sarrazin, no qual ex-diretor do Bundesbank e membro do Partido Socialdemocrata Alemão (SPD) acusa os imigrantes turcos e alemães de constituírem “o coração do problema”, devido à sua escassa integração e sua dependência massiva das ajudas sociais. Em 2009, às vésperas do 20º aniversário da queda do Muro, em entrevista para a revista Lettre International, dizia Sarrazin:

“A integração requer um esforço por parte de quem quer se integrar. Eu não respeito quem não quer fazer este esforço. Não tenho porque reconhecer aqueles que vivem das ajudas públicas, mas negam a autoridade do Estado que as outorga, não educam seus filhos e produzem constantemente mais meninas com véus. Isto vale para 70% da população turca e 90% da população árabe em Berlim”.

E mais: alegou que os imigrantes muçulmanos "produzem constantemente meninas com lenços na cabeça" e faziam parte de "uma subclasse que não faz parte do ciclo econômico normal. Um grande número de árabes e turcos (em Berlim) não têm nenhuma função produtiva a não ser no comércio de frutas e verduras".

O autor ainda alertava: “A gente que bebia no bar do Titanic tampouco se dava conta de nada: a orquestra tocava, todo mundo estava bem, e nas primeiras horas ninguém notou o problema. Apesar disto, estavam condenados à morte, porque a água continuava entrando na nave”.

Tais denúncias têm sido condenadas pelas esquerdas européias, em nome do tal de multiculturalismo, como racistas e xenófobas. A defesa do ilícito virou norma entre os intelectuais do Velho Continente: os imigrantes ilegais têm todo o direito a permanecer em território europeu. Foi criado até mesmo um neologismo inadequado para definir quem defende o Estado de direito: islamofobia. Literalmente, medo do Islã. Ora, os europeus não têm exatamente medo do Islã. Têm, isto sim, é asco.

Intelectuais de esquerda julgaram ofensivas as observações de Thilo Sarrazin sobre os imigrantes muçulmanos, embora os promotores tenham rejeitado as acusações, citando as leis de liberdade de expressão. No entanto, um comitê da ONU – esse festival permanente de discursos inúteis - discordou e acusou a Alemanha de violar uma convenção anti-racismo.

O obscurantismo tarda, mas não falha. O comitê para a Cerd (Eliminação da Discriminação Racial) repreendeu a Alemanha com um texto forte, dizendo que o país violou uma convenção internacional. É o que dizem os jornais. O que está em jogo são aquelas declarações polêmicas feitas em 2009, sobre turcos e os árabes, que segundo Sarrasin, sugavam o governo e eram incapazes de se integrar, entre outras coisas. 

De acordo com o Comitê da ONU, as palavras de Sarrazin constituíram uma violação da Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Ou seja, afirmar o óbvio virou crime. Fica proibido afirmar que imigrantes árabes e turcos vivem à custa da generosidade européia. A ONU está tentando transformar a Europa, berço da democracia e da livre expressão do pensamento, em republiqueta de Terceiro Mundo, onde impera a vontade de quem tem detém o poder. Pretenderá a ONU proibir o livro de Sarrazin?

"Esta é uma decisão histórica", disse a TBB Turkish Union, a organização cultural que submeteu o caso ao comitê, numa declaração feita na quinta-feira passada. "O Cerd determinou que os comentários de Sarrazin atingem um sentimento de superioridade racial ou ódio racial e contêm elementos de incitação à discriminação." Afirmar o óbvio agora é racismo.

Há mais de três anos, comentei Os últimos dias da Europa, no qual o historiador alemão Walter Laqueur analisa os problemas da imigração africana e muçulmana na França, Alemanha, Reino Unido e Espanha. Para dar uma idéia do livro, vou ater-me ao Estado alemão que, a crer-se no relato do autor, rendeu-se definitivamente à barbárie islâmica.

Laqueur nos traz relatos insólitos dos bairros de Kreutzberg, Wedding, Neukoelln e outros habitados por turcos. Neles existem bancos, agências de viagem, lojas e consultórios médicos turcos. Rapazes param as pessoas nas ruas e lhes dizem que, se não são muçulmanas, devem deixar as redondezas. Isto não é sentimento de superioridade racial ou ódio racial.

As crianças alemãs têm sido expulsas de playgrounds. Na escola, os não-muçulmanos são pressionados a jejuar durante o ramadan, as garotas não-muçulmanas são coagidas a usar roupas parecidas com as das garotas muçulmanas ou, pelo menos, saias, calças ou camisetas que não sejam consideradas indecentes. Pais de estudantes tiveram conhecimento de que, sejam quais forem as orientações que a escola lhes dê, a mesquita e suas aulas têm sempre a prioridade. Isto também não é um sentimento de superioridade racial ou ódio racial. Muçulmano pode discriminar à vontade. Alemão não pode nem criticar.

O Cerd também fez um ultimato à Alemanha, dando ao país 90 dias para informar ao comitê sobre as medidas que tomará para lidar com a opinião. Ele também recomendou que o país "reveja suas políticas e procedimentos em casos de suposta discriminação racial" e distribua amplamente essas informações aos promotores e órgãos judiciais. A tendência da Alemanha é abrir as pernas. "O documento com a opinião do comitê está no Ministério da Justiça e será revisto", disse o governo ao jornal Der Tagesspiegel. 

A ONU quer entregar os europeus de pés e mãos atadas aos bárbaros. Sem que possam exercer sequer o direito de protestar. Se bem conheço os bois com que lavro, em breve a moda chega até nós.



quinta-feira, 25 de abril de 2013


Senado paga R$ 14,6 mil por mês para garçons nomeados secretamente em 2001 servirem cafezinho


Por Jorge Serrão – do Alerta Total

O Brasil ganha hoje, literalmente de bandeja, mais uma prova da falência múltipla das instituições pseudorepublicanas. O Senado tem sete garçons com salários entre R$ 7.300,00 e R$ 14.600,00. Certamente, o trabalho de servir cafezinho aos nossos ilustres senadores é uma das missões mais bem remuneradas do mundo. A revelação do jornal O Globo sobre o gasto amargo do cafezinho no Legislativo parece café pequeno perto de outros gastos secretos e inimagináveis.

Esse singelo exemplo de desperdício do dinheiro público é apenas uma pontinha dos diversos gastos sem qualidade na administração federal. Somando-se o dinheiro perdido com a corrupção e as despesas inúteis, temos a justificativa cínica para a máquina administrativa tupiniquim nunca conseguir cortar gastos. A consequência automática é aumento do déficit público e necessidade constante de manter altíssima a carga de impostos para bancar as mordomias e roubalheiras estatais.

O caso dos garçons do Senado é apenas uma singela alegoria de nosso regime capimunista – autoritário, perdulário e ineficiente. Os profissionais foram nomeados em 20 de setembro de 2001 por ato secreto da direção geral do Senado. Oficialmente, os garçons são classificados como “assistentes parlamentares”. Além de servirem cafezinho, podem cumprir outras atividades de “apoio” para justificar a excelentíssima remuneração no Legislativo.

Mordomias escandalosas e privilégios injustificáveis como o do caríssimo serviço de cafezinho do Senado se multiplicam entre os três poderes federais. O desrespeito completo ao dinheiro público, bancado pelos altos impostos pagos pelo otário cidadão-eleitor-contribuinte, também é comum nas  gastadoras, incompetentes e corruptas máquinas administrativas dos estados e municípios. Um País que funciona tão errado assim fica condenado a ser sempre subdesenvolvido e gerenciado pelo Governo do Crime Organizado – cujos integrantes têm vida de marajás.

Eis o alto preço que pagamos pelo Golpe de 1985 – que instaurou a Nova República - e pelo atual Golpe Militante Petralha – que prepara a perpetuação no poder com alguns golpes programados no Legislativo. Primeiro, a aprovação do projeto que impede a criação livre de novos partidos políticos, tirando-lhes o direito ao tempo de televisão e aos recursos do fundo partidário. Depois, com a aprovação do soviético sistema da lista fechada dos partidos para a eleição de deputados e vereadores. Por fim, com a criação do “financiamento público de campanha eleitoral” (estatizando o sistema político, sem acabar com o financiamento ilegal aos políticos pela via dos diversos tipos de “mensalões”).

O triste é que os desinformados cidadãos-eleitores-contribuintes brasileiros cairão facilmente no golpe institucional que prepara o Brasil para embarcar no “Socialismo do Século 21” – que já opera descaradamente na Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Cuba. O esquema político corrupto e mentiroso do Foro de São Paulo está prestes a nos brindar com o “Triunfo de sua Vontade”.

A pergunta fundamental é: os segmentos esclarecidos – minoria na sociedade brasileira – terão condições políticas de reagir a tempo de reverter o golpe contra o Estado Democrático de Direito? Ou todos seremos engolidos pelo avassalador e corrupto sistema do Governo do Crime Organizado no Brasil?




quarta-feira, 24 de abril de 2013


DE  DE BOATOS,  PECADOS E FICÇÕES JURÍDICAS

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Em espaço ocupado nas páginas de  A Razão, a jornalista Celina Fleig Mayer esconjura essa espécie de obsessão que se alastra pela cidade, essa quase ganância em busca de mais culpados para ocuparem os lugares ainda vazios do banco dos réus: tudo por conta do incêndio na boate Kiss.
O ponto de partida para a manifestação da jornalista foi a  publicação do livro do padre Lauro Trevisan, que agora está contabilizando, além dos direitos autorais, um depoimento para a polícia.
Conforme Celina, uma enfermeira teria dito, de modo categórico, que alguém, não identificado, lhe havia passado a informação de que, entre os corpos amontoados no caminhão que carregava os mortos, havia gente viva.
O número de "quês", necessários para a construção da frase, além dos tropeções da língua, revela que se trata de boato, desses boatos sem origem, sem carimbo, que passam de boca e boca: diz-que-diz. Poder-se-ia deduzir então que a intimação do padre tivesse ligação com esses boatos, pois o referido clérigo teria relatado em seu livro a “descida” de alguns jovens, “com a permissão do Pai”, para se misturarem aos corpos sem vida.
A suposição era de que a polícia pretendia chegar à ponta da meada, queria ver onde iria dar esse diz-que-diz, responsável pelas insônias das noites sem fim dos familiares das vítimas. Insatisfeitos com os indiciamentos e, pior ainda, com os arquivamentos, eles passaram a se mobilizar como um quarto poder, que não tolera o revés e diante do qual nenhuma porta se fecha. E transformaram a busca por culpados num canto de sereia, que seduz a polícia.
Mas, naquele corre-corre, naquele desespero, naquela luta contra a morte, haveria pessoas suficientemente qualificadas, e em número também suficiente para auscultarem, um por um, todos os corpos, em busca de sinais vitais? Haveria gente suficiente para salvar os que ainda estavam, com toda a certeza, vivos, procurando sair de dentro daquele inferno de fogo e fumaça venenosa, e ao mesmo tempo se dedicar aos cuidados daqueles que já não apresentavam sinal algum de vida?
E o padre poderia esclarecer alguma coisa a respeito?
Ou simplesmente queria a polícia saber de que fonte foi ele tirar a inspiração para dizer que o “Pai” permitiu a volta de alguns à vida? Na condição de representante de Deus, seria ele dotado do privilégio de contato direto com o Todo Poderoso?
Qualquer pessoa, medianamente sensata, não veria nos escritos do padre senão uma divagação descompromissada, algo tipo assim... qualquer coisa para chegar às setenta páginas do livrinho. Nada mais que isso. Algum deus permitiria vida por alguns minutos, talvez nem isso, para nada? Só para complicar a cabeça das pessoas? Para dar trabalho à polícia?
Bom, se não fosse para chegar à fonte desses boatos, por que haveria a polícia de ouvir o padre? A alguém poderia  ocorrer que a polícia agora, além de crimes, investiga também pecados. E, para isso, ninguém melhor que um padre...
Mas, falar em falsidade ideológica, equiparar um livro a “documento de conteúdo obrigatoriamente veraz, para efeitos jurídicos”, é ir muito além das núvens, é passar de viagem pela  “porta do céu” do padre Lauro. Sem chance alguma de obter a permissão do “Pai” para retornar a essa boa vida na terra.


terça-feira, 23 de abril de 2013


O INFLUXO DA NALGA  NA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

João Eichbaum
joaoeichbau@gmail.

Não ouvi de terceiros. Quem me contou foi ela própria. A Graziela - chamemo-la assim, embora eu saiba que ela gosta que a tratem por “Grazi” - é uma mulher menos do que lindérrima, mas tem uma compensação que a faz ultrapassar esse superlativo: é sensual. Ninguém diz que ela tem uma filhinha de dois anos. Só não me perguntem quem é o pai, porque não sei.
 Tendo passado no vestibular de Direito da Unisinos, onde qualquer um passa, desde que conheça as letras do alfabeto, ficou fascinada pelo mundo jurídico.
Então, como precisava trabalhar, foi à luta, disposta a enfrentar a batalha, a receber muitos “não”. Mas foi com seu corpinho de sereia, sem barriga, ubres salientes, manequim trinta e seis na parte de cima, e quarenta e dois, na parte mais aberta da curva abaixo do quadril: um biótipo que combina com o gosto dos machos.
Assim, preparada para qualquer batalha, foi em busca do seu espaço. Esse, é claro, só poderia ser o foro, o tribunal, um cartório qualquer. Pois foi ao foro e logo deu de cara com um aviso na porta do primeiro cartório cível: “estamos cadastrando candidatos para estágio”.
Parece que a palavra “cadastrar” tinha sido empregada de propósito. Se o candidato fosse macho, precisando trabalhar, sob a pressão da necessidade, leria com rapidez o anúncio, e na certa daria as costas. Se, para ser estagiário, precisaria ser “castrado”, preferia ficar sem o emprego.
De sorte que a maioria era formada por candidatas do glorioso sexo feminino. Nossa amiga Grazi entre elas.
Antes de entrar no cartório, viu que tinha uma maquininha dessas que emitem senhas. Apanhou a sua senha e ficou esperando entre senhores engravatados, jovens barbudos, de tênis e camisa para fora das calças, e menininhas de jeans colados no corpo.
Quando chegou sua vez, disse a que vinha, queria informações sobre a vaga de estagiário. “É com o escrivão”, explicou a atendente, que foi chamar o chefe.
Aí então, estava a nossa amiga ouvindo do escrivão tudo o que era necessário para se candidatar ao cargo, como declaração da escola, prova de residência, disponibilidade de horário, etc, quando seu informante foi interrompido por um senhor que estava mais para meia idade do que para a adolescência:
- O que deseja a moça?
- É candidata a estagiária, doutor. Estou lhe informando sobre  os requisitos.
E a resposta do doutor:
- Manda ela passar no meu gabinete.
Era o meritíssimo juiz. Ele estava entrando no cartório, viu a nossa Grazi de costas e pensou: “é o meu número”!
O que a Grazi não me contou é se ela teve que fazer o teste do clunis.
Ora, ora... Não venham me dizer que vocês não sabem o que é clunis!
Clunis, meus caros, é um substantivo latino da terceira declinação, que significa, nalga. Certo?  E foi pelo seu belo clunis, benza Deus, que a Clunis, digo, a Grazi, arrumou o serviço. E ela agora está lá no foro, despachando, dando sentenças, deferindo e indeferindo.
A única coisa que ela me confidenciou foi o seguinte: só não disse pro juiz que eu tenho uma filha...!
Dizem que o teste da nalga é o mais aplicado pelos juízes que querem estagiárias e secretárias. E passa no teste a candidata cujo clunis tem o tamanho que o colo do meritíssimo exige.
E vocês não sabiam a razão da existência de tanta matéria fecal nos despachos e sentenças, né?

segunda-feira, 22 de abril de 2013


SÓ NO BRASIL
João Eichbaum
joaoeichbau@gmail.

Alguém aí se lembra do nome do último ministro do Trabalho defenestrado pela Dilma?
Ajudo vocês: Leonel Brizola Neto, conhecido apenas como Brizola Neto.
Agora, outra pergunta: alguém conhece o currículo desse cara? Alguém sabe onde ele trabalhou?
Ajudo vocês, de novo: nunca trabalhou na vida.
E sabem porque ele nunca trabalhou? Porque teve exemplo vivo na família. Seu avô, Leonel Brizola, também nunca trabalhou, pelo menos depois de adulto. Começou sua vida política, quando ainda era estudante de engenharia, mas nunca trabalhou como engenheiro. Só fez política.
Ah, sim, e tem um detalhe importante: ele casou com a Neusa Goulart, irmã do João Goulart, herdeiros de uma grande fortuna em gado e fazendas.
Então, pra quê trabalhar?
Foi por isso que Leonel Brizola se deu o luxo de nunca trabalhar: tinha casado com uma herdeira de grande fortuna. E enquanto as vacas pariam, ele fazia discursos e ganhava dinheiro também na política.
Fruto desse exemplo, o Brizola Neto, antes de entrar para a política só teve uma atividade: surfista.
Acho que não preciso me estender.Tivemos um Ministro do Trabalho que nunca trabalhou na vida. É mole ou querem mais?
Pois agora, esse ex-ministro, depois do pontapé que a Dilma lhe pespegou na bunda, não tem nem onde cair morto, porque não tem renda e nem profissão. Tem um patrimônio no valor cento e oitenta e nove mil reais, que deve ser sobra da fortuna da mãe. Está sendo sustentado pelos parentes.
Mas uma virtude a gente tem que reconhecer nele: não é estelionatário, enganador, mentiroso. Senão, jamais sairia da política. E ainda viraria nome de rua, de praça, de estrada.

sexta-feira, 19 de abril de 2013



XEQUE-MATE
Arlindo Montenegro

Em 1734, um judeu alemão, Amshel Moses Bauer, ourives e agiota, residente em Frankfurt, mudou seu sobrenome para Rothschild, abriu a Matriz do que viria a ser a mais poderosa rede bancária do mundo. Emprestou dinheiro a todos os reis e nobres europeus, financiando ambos os lados das guerras.

Quando seus cinco filhos chegaram à maioridade, ele os enviou para abrir filiais em Viena, Londres – onde já funcionava o Banco da Inglaterra, - Paris e Nápoles. O primogênito ficou em Frankfurt. As gerações posteriores desta família, até os nossos dias, atuam com um único propósito: usura, lucro e poder, custe o que custar, doa a quem doer.

Duzentos anos após a morte do patriarca do clã Rothschild, seus descendentes e sócios controlam todo o complexo sistema financeiro do planeta, continuam promovendo guerras, especializaram-se em negociar clandestinamente com armas e drogas, forjar “crises financeiras” e enviar sicários para eliminar presidentes e personalidades influentes que ousaram ensaiar a resistência aos seus interesses. Alguns exemplos marcantes constam da história dos EUA.

O Banco da Inglaterra estava contrariado com a jovem colônia americana, onde seus  interesses eram contrariados pelas ideias democráticas nascentes. Os Rothschild enviaram emissários, investiram pesado e em 1913, associados aos Rockfeller, Harriman, Morgan e outros banqueiros. golpearam a economia dos EUA, tomando a Reserva Federal para mãos privadas. Já controlavam o Banco Central da Inglaterra, passaram a fundar e controlar sucessivamente outros Bancos Centrais na Europa e mais recentemente os Bancos Centrais do planeta.

O trabalho de controle total ganhou novas instituições e Continua sendo aprimorado, de modo impositivo até os nossos dias, sem que os economistas oficiais e a mídia divulguem em linguagem popular o assalto efetuado valendo-se da atuação de lobistas e muita corrupção. Agora na velocidade das comunicações eletrônicas.

Os mercadores do dinheiro alcançaram seu objetivo principal: associar o poder financeiro num bloco único, que decide através dos Bancos Centrais onde e como os recursos do planeta devem ser aplicados. A globalização financeira antecede a submissão política total, sem “preocupação com aqueles que fazem as Leis”.

No século passado, Franklin D . Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos (1933 a 1945), afirmou: "Em política, nada ocorre por acaso. Cada vez que um acontecimento surge, pode-se estar seguro que foi previsto para levar-se a cabo dessa maneira." Economia e política são interdependentes. As discordâncias no cume da pirâmide são formais, reunindo jogadores que eliminam peças para que reste no tabuleiro um único rei.

Como exemplo doméstico, um presidente suicidou-se e outro renunciou declarando sua incapacidade de vencer as “forças ocultas”, outros foram depostos. Em 1964 os militares tomaram o poder. Alguns peões impelidos a figurar neste jogo foram mortos. Mas a população continua crescendo e produzindo, pagando mais impostos, alienada dos processos econômicos e políticos decididos a portas fechadas.

As previsões políticas têm como base a competência, a organização das forças produtivas, os recursos naturais, as influências e alinhamento aos interesses internacionais. Finalmente, o domínio de avançadas tecnologias de comunicação “de uso restrito”, isto é, plataformas eletrônicas monopolizadas pelo Estado, meios para a informação em tempo real, elaboradas em sua versão final para manter o engano.

Este é o ambiente onde vivem os humanos e o poder a que todos estão submetidos. É um planeta evoluindo para condições em que, a informação, o saber, a clareza de objetivos pessoais, a eleição de princípios e valores se tornam imprescindíveis para a saúde e bem estar das pessoas. As ideologias, filosofias e filiações religiosas, importam menos que acreditar em si mesmo, conhecer as próprias forças e construir o próprio espaço com a mente aberta, exercendo o livre arbítrio, a liberdade espiritual.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Arlindo Montenegro é Apicultor.

quinta-feira, 18 de abril de 2013


BONECAS TROPEÇAM NA BÍBLIA

Janer Cristaldo


Que época, esta nossa! Chegamos a um ponto em que urge defender um pastor evangélico picareta e analfabeto. Os tempos andam tão bicudos que Silas Malafaia já se considera um paladino das liberdades democráticas. Leio na agência Estado que o pai do vocalista do Mamonas Assassinas, Hildebrando Alves, vai entrar na Justiça contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) por danos morais. 

Na semana passada, Feliciano afirmou durante um culto que sabia o que havia causado o acidente de avião na Serra da Cantareira, em 1996, que matou todos os integrantes da banda. "O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus. Lá na Serra da Cantareira, ao invés de virar para um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças", disse o pastor.

Para começar, o pai do desmiolado – tão desmiolado quanto o filho - não é parte competente para processar o pastor. Se alguém sofreu danos morais foi o defunto e defunto não processa. Se alguém foi caluniado, foi Deus. E o tal de deus tem outras instâncias que não as dos mortais. Uma suprema instância na qual só ele é juiz. Uma espécie de Joaquim Barbosa das esferas celestes. 

É obviamente estúpido o que disse pastor. Mas estupidez semelhante foi repetida durante décadas pela Igreja Católica, a respeito do Titanic. Em meus dias de guri, li em meu livrinho de religião – Luz do Céu – que o naufrágio era a resposta divina à humana arrogância. Alguém teria dito: “este navio nem Deus afunda”. E mesmo que ninguém tivesse dito, era preciso encontrar a frase. O bom Deus teria se sentido desafiado e posto um iceberg na rota do barco. Até hoje, certamente, tanto padres como pastores devem andar repetindo a história por aí.

Nenhuma religião resolveu satisfatoriamente a relação entre a existência de Deus e a do mal. Onde estava Deus durante o holocausto? – esta pergunta perpassou a segunda metade do século passado. Até mesmo um vice-deus, o Bento XVI, andou acusando o chefe. A pergunta ganhou até mesmo uma versão bem recente: onde estava Deus durante a tragédia de Santa Maria? O fato é que Deus estava onde sempre esteve, seja qual for o lugar que isto queira dizer. 

O Deus judaico é punitivo. Fustiga seu próprio povo, quando este dele se afasta. E o recompensa quando os judeus voltam ao redil. O Velho Testamento está recheado de castigos divinos: desde o dilúvio universal até a transformação de um milionário, o fiel Jó, em um mendigo, como um teste para sua fé.

Mais estúpidos ainda são os argumentos do pai do inútil: "Ele (Feliciano) é louco. Deus não mata ninguém, Deus é amor. O acidente que aconteceu foi uma fatalidade, eles viajavam muito de avião". De que Deus estará falando este senhor? Trata-se de mais um desses pobres diabos que empunham o deus bíblico sem jamais ter lido a Bíblia. Se alguém mata um homem, é um assassino. Se mata milhões, é conquistador. Se mata todos, é Deus - dizia Jean Rostand. Quando me falam de “deus é amor”, saco minha Bíblia do coldre:

É um livro edificante. Começa com um genocídio dos bons, o dilúvio. No Pentateuco, encontramos incitações ao genocídio a toda hora. Javé ordena Israel a matar os amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus, jebuseus, mais tribos do que massacrou Maomé. O bom deus dos judeus e cristãos manda massacrar, arrasar, degolar, destruir cidades, matar tudo que respire. 

Quanto a ódio aos judeus, só o santo homem Moisés – o interlocutor entre Jeová e os judeus - mandou degolar três mil judeus. No Novo Testamento, no Apocalipse, o Cordeiro volta para exterminar o que sobrou da humanidade.

No Levítico, por exemplo, podemos ler:

E o homem que se deitar com a mulher de seu pai descobriu a nudez de seu pai; ambos certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles. Semelhantemente, quando um homem se deitar com a sua nora, ambos certamente morrerão; fizeram confusão; o seu sangue será sobre eles. Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles. Também a mulher que se chegar a algum animal, para ajuntar-se com ele, aquela mulher matarás bem assim como o animal; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.

E, quando um homem se deitar com uma mulher no tempo da sua enfermidade, e descobrir a sua nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão extirpados do meio do seu povo.

A Bíblia é livro que justifica a escravidão, o incesto, a poligamia, assassinatos e massacres. Josué aprisiona os filhos e as filhas de Acam, seu gado e ovelhas e os apedreja até a morte. Ora, se Acam esconde o tesouro pilhado na cidade de Ai, seus filhos e filhas não cometeram crime algum. 

Em Juízes, o levita de Efraim pega um cutelo, corta sua concubina em doze pedaços e os remete a todo território de Israel. Quando moleques chamam o profeta Eliseu de careca em Bethel, este os amaldiçoa em nome do Senhor. Duas ursas saem do mato e devoram 42 crianças.

Nos Salmos, lemos: “Feliz quem agarrar e esmagar teus bebês contra a rocha”. 

Ao morrer, o sábio rei Davi pede a seu filho, Salomão, para matar Joab. Antes do último suspiro, manda o filho trazer a cabeça de Shimei para o túmulo com sangue. Só então consegue morrer em paz. No livro de Ester, Haman prepara uma forca para Mordecai, mas Ester faz com que Haman e seus dez filhos fossem enforcados na forca construída por Haman. Os judeus foram então autorizados a assassinar mais de 75 mil súditos do rei. A Bíblia está encharcada de sangue, do Gênesis ao Apocalipse. 

Não por acaso, Tácito via os cristãos como pessoas que odiavam a humanidade. Difícil saber quem diz mais bobagens, se o pastor Feliciano ou seus acusadores. No fundo, o pecado mortal do pastor não foi proferir sandices, mas acusar – em coerência com sua fé – a aguerrida máfia das bonecas. 

Há horas venho afirmando que a bicharada iria tropeçar na Bíblia. Tropeçou.


quarta-feira, 17 de abril de 2013


QUANDO DA PORTA DO CÉU DESCE A CIZÂNIA

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Jornal da capital publicou, semana passada, constrangedora matéria sobre o padre Lauro Trevisan, autor de um livro intitulado “Kiss – Uma Porta Para o Céu”: setenta páginas, escritas em quatro dias, depois da tragédia.
No pelourinho moral para o qual foi levado, nem o aspecto pessoal do padre foi poupado de uma crítica velada. A matéria jornalística, depois de mencionar a etapa octogenária do referido representante de Jesus Cristo em Santa Maria, faz uma alusão à sua cabeça desabastecida de cabelos brancos, ao mesmo tempo em que invoca a eficácia do tingimento.
Um extenso currículo de nada exemplares particularidades também foi exposto, lançando diante dos olhos do leitor a idéia, muito nítida, de que o sacerdote não é, ou nunca foi, chegado ao múnus pastoral. Em outras palavras, o texto jornalístico não favorece a impressão de que o padre Lauro Trevisan seja um protótipo de pastor, a quem Jesus Cristo confiaria suas ovelhas. Um tópico é deveras insinuante: “é um padre controverso que soma meio século de sacerdócio sem ter comandado uma paróquia”.
A enumeração de seu patrimônio é capaz até de cutucar com vara curta o Leão da Receita: “Trevisan tem muitos bens em Santa Maria. Dono de editora, livraria e teatro, costuma transitar pela cidade em carros importados”.
O texto  não foge de ligeira referência também à disciplina do padre, aludindo à censura que lhe teriam imposto “diferentes bispos”.
Pertencendo a uma sociedade religiosa, a dos palotinos, de tradição histórica em Santa Maria, Lauro Trevisan não está diretamente subordinado ao bispo, mas deve obediência aos dirigentes da entidade.
Entrevistado, o padre Edgar Ertl, vice-provincial, não teve meias palavras e chamou à pública atenção seu subordinado, porque ele não cumpre a promessa sacerdotal de pobreza, já que se intitula padre e empresário.
Tudo isso teve nascedouro na insatisfação dos familiares das vítimas da boate Kiss, pelo modo como Trevisan aborda o tema, viajando na maionese: duas ou três vítimas teriam “retornado do céu” para o caminhão frigorífico que transportava os corpos.
Atiçados para impedirem a circulação do livro, os familiares das vítimas despertaram a atenção da imprensa, que acabou trazendo o padre para o centro de um palco que Santa Maria até agora não abandonou.
Compreendem-se os sentimentos daqueles que perderam entes amados,  surpreendidos pela morte, quando estavam celebrando a vida e que, antes da morte, talvez tenham sido torturados pelo sofrimento, pela angústia de saberem que ali estava terminando tudo.
Até se pode perdoar, mas não se compreende a falta de sensibilidade ao limite que impõe o respeito pelas dores dos outros.
Mas, nada disso justifica o atropelo dos direitos, seja de quem for. Santa Maria necessita de paz, não de cizânia. Mesmo que essa passe pela " porta do céu".
Mas, pelo visto, antes de entrar na porta do céu, o padre vai ter que passar pela porta da Delegacia de Polícia: foi intimado para depor sobre o livro!
Que crime ele teria cometido? Ou a polícia agora já apura pecados também?


terça-feira, 16 de abril de 2013


DA SÉRIE “ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA”

João Eichbaum

Os sessenta anos do Luiz Fux serão comemorados no Rio Janeiro, no dia 26 vindouro.
Tudo bem. Quem é que não gostaria de chegar aos sessenta anos, comemorando e, sobretudo, bebemorando, com os cabelos pintados?
Até aí, portanto, nada de mais.
Acontece,  porém, que quem vai pagar a festa será o advogado Sérgio Bermudes. A mansão do causídico servirá como ponto de encontro da elite jurídica e judiciária do país.
Para quem não sabe, Sérgio Bermudes é um advogado que faz parte da biografia do Fux, como de outros ministros do Supremo e do Superior Tribunal de Justiça. Com trânsito livre nas várias esferas do poder, de qualquer um dos três poderes, Sérgio Bermudes trabalha no varejo e no atacado com aquela varinha mágica que dá jeito em tudo. Principalmente na nomeação de ministros. Fux foi um deles.
Agora, essa festa, para a qual estão convidadas cento e quarenta pessoas, é sugestão da advogada Marianna Fux. Pelo sobrenome vocês podem imaginar que tem ligação com o Luiz Fux: é filha dele.
Então, entendam: a festa foi sugerida pela filha, mas vai ser realizada e paga pelo advogado Sérgio Bermudes. Por que?
Saibam vocês que essa filha do Luiz Fux trabalha no escritório do Sérgio Bermudes e quer ser desembargadora. E a maneira mais fácil de passar de empregada a desembargadora, sem ter que mostrar qualidade, talento, vocação para julgar, independência, é se valer de padrinhos.
Nesse item, não poderia haver melhor padrinho do que o seu patrão, que tira do bolso do colete o nome de ministros e desperta a vocação adormecida dos juízes. O interesse é tanto dele como dela. O resto  que se “fucks”.
Podem ter certeza de que na festa estarão os desembargadores do Rio de Janeiro, para quem será encaminhada a lista sêxtupla de advogados. E a  figura principal, da qual depende a nomeação, foi a primeira a ser convidada: o Sérgio Cabral, outro que o trem não pega.
O Fux não foi fiel e grato para com o Zé Dirceu. Mas o Sérgio Cabral não pode se queixar dele.
Vocês se lembram daquela liminar que o Fux concedeu, trancando a apreciação do veto da Dilma à lei dos “royalties”? Vocês sabiam que o Rio de Janeiro foi um dos estados que tiraram proveito da liminar?
Olha aqui, ó, se vocês acham que tudo se faz com seriedade no Judiciário, continuem acreditando na santidade da justiça, mas não esqueçam de que estarão sempre sujeitos ao passivo do verbo “fuck”.



segunda-feira, 15 de abril de 2013


A VIDA MUDA


João Eichbaum
joaoeichbau@gmail.

Não poucas vezes a gente ouve as pessoas idosas dizerem “ah, no meu tempo não era assim”. Quando falam dessa maneira é porque querem criticar os costumes modernos ou reviver, com saudade, suspirando, um passado que representava felicidade.
Tudo tem seu tempo, costuma-se dizer. Até na Bíblia se diz coisa semelhante: “há tempo para semear e tempo para colher...”
Mas a verdade é que o animal humano está submetido à força da evolução. Sua inteligência, principalmente, acaba acelerando esse processo evolutivo.
Sendo certo que o homem é produto do meio, nos tempos modernos ele vive constantemente modificando esse meio e é também modificado por ele, naturalmente. Desenvolve-se aí um fenômeno que obriga o ser humano a desempenhar um papel ativo e passivo, ao mesmo tempo.
E se o homem muda, acabam mudando com ele as instituições por ele formadas.
Fiquemos no Judiciário.
Antigamente, era raríssima a aparição do presidente do STF nas manchetes dos jornais. A magistratura era uma atividade reservada para homens reservados, homens voltados para os autos do processo, para a literatura jurídica, para o exercício da intelectualidade.
Hoje, por dá cá aquela palha, o Joaquim Barbosa está aparecendo e gerando notícias. Mas as notícias que ele gera não são as próprias de um juiz. São notícias do homem. O homem que apareceu com a namorada, uma gata de vinte e quatro aninhos, benza Deus! O homem que xingou os juízes. O homem que chamou um jornalista de palhaço. O forte dele não são suas insígnias de magistrado, suas decisões nos autos, mas a sua incontinência verbal, sua visível incapacidade de conviver com idéias contrárias às suas, a furiosa transformação de seu complexo de inferioridade em poder, sua facilidade em fazer  da emissão de um juízo de valor um bate-boca da pior qualidade.
Joaquim Barbosa não mostra a reserva e o equilíbrio dos juízes do passado. Ele nunca foi juiz, e pegou carona na magistratura decadente, aquela que se ajoelha aos pés dos políticos, rogando a toga de ministro dos tribunais superiores. Agora ele, que foi levado ao STF para resgatar o dignidade de seus antepassados, está inaugurando uma nova era no Judiciário: a do juiz nu.
Coisas da evolução humana.

sexta-feira, 12 de abril de 2013


Dirceu soltou o “Fux You” como ameaça velada contra Dilma e Lula – por quem se considera “traído”


Por Jorge Serrão  serrao@alertatotal.net

 
José Dirceu de Oliveira e Silva, chefe paralelo do PT e ídolo maior da petralhada, considera-se “traído” pelo chefão Luiz Inácio Lula da Silva e pela Presidenta Dilma Rousseff (de quem tem inveja permanente por ocupar um cargo que seria “naturalmente” dele, não tivesse brigado com Roberto Jefferson e produzido o escândalo do Mensalão – em cujo processo acabou condenado a 10 anos e 10 meses de prisão). Revoltado com a falta de empenho pessoal de Lula e Dilma para defendê-lo, Dirceu resolveu partir para a ofensiva sozinho, radicalizando, como é seu estilo preferencial.

Eis o motivo pelo qual o condenado resolveu arranjar uma entrevista na Folha-UOL para detonar uma polêmica ofensiva, em defesa própria. A dura pancada no ministro Luiz Fux, na tentativa de desmoralizar politicamente um integrante do Supremo Tribunal Federal, é apenas uma das encenações de Dirceu. Na verdade, o ataque dele serve apenas para sinalizar ao núcleo petista que a vingança pode ser praticada contra outros que se comprometeram a defendê-lo, mas agora tiram o corpo fora. O “Fux You” do Zé contra o supremo magistrado, no fundo, foi uma dedada verbal para Dilma e Lula.

Na edição de 11 de outubro de 2012, o Alerta Total já havia antecipado uma suspeita da cúpula petista contra Dilma. José Dirceu sempre achou que houve um dedo escondido da Presidenta na pesada condenação dele e de José Genoíno. Entre amigos, Dirceu chegou a especular que os votos pesados de Luiz Fux e Rosa Weber na Ação Penal 470 teriam sido inspirados por Dilma – que os indicou para o STF. Dirceu defende a tese conspiratória de que Dilma, uma ex-brizolista e não uma petista histórica, pode trair o partido, assim que for conveniente. Por isso, na cabeça de eterno perseguido do Zé, Dilma tem interesse em destruí-lo.

A detonação de uma briga interna no PT na véspera do ano reeleitoral é tudo que não interessa a Dilma. Hoje, a central preocupação dela é com o risco de retorno da “inflação” (na verdade, aumentos de preços de produtos e serviços gerados pela especulação e ganância típicas do campimunismo tupiniquim, em combinação maléfica com os erros primários do PT na condução da política econômica, sempre adiando duas medidas urgentes: a contenção de gastos sem qualidade junto com uma reforma tributária ampla, geral e irrestrita.

Fonte: Alerta Total

quinta-feira, 11 de abril de 2013


O FRACASSO

João Eichbaum

O maior fracasso do PT no Rio Grande do Sul tem nome e sobrenome, mas não tem história, currículo, prova de competência. Se chama Tarso Genro.
Na metade do seu desgoverno, o Tarso Genro ainda não mostrou a que veio.
Estradas?
Nenhuma. Nenhuma estrada durante a (indi)gestão Tarso Genro foi feita, ligando um lugar a outro. Nem se fala de municípios. Se fala de lugares. Qualquer lugar. Nem da Cochinchina a Onde o Diabo Perdeu as Botas. Nada foi feito.
Uma das mais importantes e necessárias estradas está a caminho. Já estaria pronta se o governo ainda fosse o da Yeda. Mas não está. Primeiro, porque ficou parada, quando devia continuar o que a Yeda começou. Segundo, porque o Tarso está mais preocupado com os que invadiram os espaços públicos, do que com aqueles que produzem, que transportam riquezas, que geram ICM.
Ele está pagando, ou promete pagar, “aluguel social” para os invasores, a fim de que eles permitam a construção da RS 118.
Segurança?
Ah! Brincadeira! Que segurança? Quando houve segurança nesse cabide de empregos que o PT chama de governo do Rio Grande do Sul?
Nunca houve tantos assaltos, tantos homicídios, tantas mortes no trânsito, tantos incêndios, como nesse período em que o Tarso Genro instalou seu traseiro na cadeira de governador.
Gente, ele não foi capaz nem de fazer funcionar os pardais nas estradas gaúchas!
Educação?
Brincadeira. A educação acabou, com a entrada do Tarso Genro no Palácio Piratini. Terminou. Faltam professores. As escolas estão caindo aos pedaços. Os professores são os mais mal pagos do país.
Olha aqui, ó. O Tarso foi Ministro da Educação. Alguém se lembra disso? O que é que ele fez. Nem aprendeu a falar, minha gente. Como é que ia fazer alguma coisa pela educação?
Foi ministro da Justiça. Ah, aí ele fez, sim: trouxe para o Brasil o Cezare Battisti, um criminoso italiano, expulsou dois inocentes boxeadores cubanos e botou a polícia federal a seu serviço para assumir o Rio Grande do Sul: cavaram um inquérito contra a Yeda Crusius.
Esse é o Tarso Genro, o governador dos “pro”: processos, promessas e projetos.
 Ainda bem que ele está fazendo tudo para que a gente se livre dele. Pena que ainda vai demorar dois anos.

quarta-feira, 10 de abril de 2013


ESPETO CORRIDO

Hugo Cassel

VIVÊNCIAS E CONFISSÕES - PÓ DE MICO

Circula na Internet, uma carta, com devastadora análise da tragicômica figura de Lula, revelando toda a desgraça e a fraude que foi o seu desgoverno durante oito anos. Sua autora é Martha Pannunzio. Reduz a “subnitrato de Pó de Mico” o histórico do cidadão Luiz Ignácio Lula da Silva. Transcrevo alguns tópicos: "Você não é um “Ex-Presidente” porque nunca presidiu coisa nenhuma. Foi apenas hospede do Palácio da Alvorada, cumprindo ordens e tarefas , que alguns espertos lhe davam. Foi sempre um Bufo.” 
Para se igualar a Macunaima, Getulio, e Juscelino, lhe faltam um Queijo e uma Rapadura” “Você devia ter perguntado a Obama, o significado de palavra “O CARA”, que tanto lhe subiu à cabeça”.- Leio agora que LULA vai à Bolívia “resgatar” os corintianos.

Já doou uma refinaria em troca de nada. Pode “doar” com apoio da Dilma um pedaço da Amazônia  em troca dos arruaceiros. Quem duvida?

Outro que se arrisca a transformar seu País em “Subnitrato de Pó de Mico” varrido do mapa por 200 anos, é esse nanico ditador da Coréia do Norte. Uma simples bombinha que dispare contra o Sul, receberá uma chuva de outras mil que o mandará direto ao inferno. O Tinhoso espera por ele.

TIRO NO PÉ-A Lei das Domesticas vai causar milhares de demissões. 

TURISMO - Os tres Estados Meridionais, Rio Grande do Sul,Santa Catarina e Paraná, detentores de destinos turísticos dos mais importantes do Brasil, se unem para discutir e projetar políticas no setor a partir do dia 11 em Bombinhas,SC. O Evento, iniciativa da ABRAJET-SC, reunirá jornalistas, autoridades, representantes do Trade , empresários, e demais envolvidos nessa fantástica Industria do Turismo. Porto Alegre e Curitiba serão sedes da COPA.

CONFESSO: - Também torço por ele: Defende a FAMILIA Macho/Fêmea, Coluna Mestra da Sociedade Humana, FICA FELICIANO!!!
 
Hugo Cassel: Membro ARI-Associação Riograndense de Imprensa, FENAJ-Federação Nacional de Jornalistas, ABRAJET-RS- Ass.Brasileira de Jornalistas de Turismo.
 

terça-feira, 9 de abril de 2013


E NO BRASIL?

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com.br

De que matéria serão feitos os brasileiros? Por que muito poucos deles conseguem absorver as regras de civilidade, de boa convivência e, sobretudo, de honestidade?
Por que razão a tendência dos brasileiros é contemplar com altíssimos índices de popularidade os políticos desavergonhados, desonestos, salafrários, estelionatários, ladrões?
Por que? Por que?
Claro que de nossas origens não podemos nos orgulhar. Depois de ser “descoberto” por Pedro Álvares Cabral, o país foi entregue ao deus-dará. Para cá veio toda a espécie de gente meter a mão nas riquezas naturais. Cada qual levou o que pôde daqui.
Evidentemente não eram pessoas honestas. Eram aventureiros sem escrúpulos que aqui vinham roubar e se aproveitar sexualmente das inocentes índias. E emprenharam uma multidão delas.
Mais tarde, foi a vez de Portugal mandar para cá a escória: os condenados, pelos mais variados crimes, à pena de degredo. E a história se repetiu, com uma cruza da desonestidade com a ignorância.
Essa é a nossa origem. Somos frutos de uma miscigenação da pior espécie. Nas raízes de nossa árvore genealógica não encontramos vestígios de honestidade, decência.
Somos descendentes também dos Césares safados, loucos, concupiscentes, megalomaníacos, da velha Roma. Ou não?
O que salvou boa parte deste país foram as levas de imigrantes. Principalmente alemães.
Era exatamentre sobre isso que eu queria falar.
Olhem só. O ex-presidente da Alemanha, Christian Wulff, está sendo investigado pelo Ministério Público (Staatsanwaldschaft) por corrupção.  
  A acusação que pesa sobre ele é de que, quando governador da Niedersachsland, por ocasião da visita à Oktoberfest sua hospedagem teria sido paga pelo   diretor de cinema David Groenewold.
Algum tempo depois, supostamente a pedido do mesmo Groenewold, Wulff teria escrito uma carta ao presidente da Siemens, Peter Löscher, sugerindo-lhe patrocinar um projeto cinematográfico do mencionado diretor.
Essa seria a “corrupção”, esse seria o “crime” de Wulff: escrever uma carta de recomendação em favor de um amigo, que lhe pagara despesas de hotel. Nem um centavo saiu dos cofres públicos.
Agora comparem. A Dilma, às custas dos cofres públicos, levou para Roma cerca de cinquenta pessoas, com hospedagem de luxo, quando apenas ela teve acesso ao papa.
Isso só se ficou sabendo através da imprensa. Ministério Público, Tribunal de Contas...o que é isso? Existem? Ah, sim, são nomeados pelo presidente da República...
De que matéria são feitos, mesmo, os brasileiros?