sexta-feira, 28 de junho de 2013

PENÚLTIMAS NOTÍCIAS
João Eichbaum
Joaoeichbaum@gmail.com

O GIGANTE ACORDOU
Vocês sabem por que é que o gigante acordou? Ora bolas, porque o sonho acabou.
E quando ouviu dizer que o gigante tinha acordado de pau duro, a Dilma correu para fazer a maquiagem e não quis nem saber de licitação. Mandou botar na nossa conta os R$3.100,00, que o maquiador cobrou pra deixar a presidenta bem contenta, esperando o gigante. E aí ela pensou: “e agora podem me dizer foda-se, que eu não to nem aí.”
É que ela ouviu dizer que o gigante gosta de trepar em poste.

EFEITOS DA FALECIDA PEC 37
Depois do enterro da PEC 37, os políticos estão com o traseiro encostado na parede, por via da dúvidas: se não for o gigante, de pau duro, pode ser o Ministério Público, cheio de tesão.

OS PROTESTOS NÃO SÃO FEITOS PELOS MAIS POBRES
Segundo pesquisa do IPEA, quem está nas ruas, protestando, não são os mais pobres.
Claro, mané, ou tu acha que o pessoal do bolsa-família vai deixar a rede, onde estão bem instalados, tomando pinga por nossa conta, pra ir suar na rua?
SEM REMÉDIO
Pegou uma ejaculação precoce geral no Congresso, não deu nem para discutir e já saíram jorrando o engavetamento da PEC 37, os dividendos dos royalties para a educação e o recolhimento dos quarenta milhões que a Dilma ia mandar para a FIFA.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

O ocaso do Boi


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Alberto Mendes Jr.

2013, 13 anos no poder e desde 1977 manipulando o seu criador e todos que o convidaram à suas mesas em convescotes inesquecíveis.
Mas tudo mudou com o refrão, quarta-feira passada à noite, no Gulag de SBC, era entoado alto e em bom som : “DESCE LADRÃO”.
Os assessores aspones dos gabinetes reclamam da violência dos manifestantes, entoando um ode dos desesperados náufragos.
Quem não se recorda, nestes deliciosos atuais momentos, das “gentilezas” com que os trabalhadores eram tratados nas portas das fábricas pelos “piqueteiros” durante os movimentos liderados pela “criatura golberyana”.
Os “mensalistas” eram constrangidos e chamados de variados impropérios e em sua vã tentativa de resistência eram removidos dos escritórios com aquela eficaz corda lambuzada de graxa: a Teresa.
As funcionárias ficavam horrorizadas e em pânico corriam de suas escrivaninhas, buscando um auxílio que nunca chegou.
“Vaca-loca”, “agora vâmo barbarizar” constituem exemplos  do mote naqueles longínquos dias de inglória.
O que seria aquilo no entendimento dos atuais donos do Poder, como chamariam?
O Boi era uma figura icônica, quase não aparecia, quasecovarde, mas desde então já exercia o “domínio do fato”. Em seu nome tudo se falava e tudo a ele se atribuía, era o embrião de 2013.
A farsa dos helicópteros sobrevoando a vila Euclides foi uma “apedêutica” apoteose, ali já percebíamos que o mal já estava instalado.
O ardil fora minunciosamente armado e os anos e décadas vieram. Quantas foram as oportunidades de testemunharmos, calados pela massa, as manobras que se engendravam, dissimulações e traições no preparo da tomada do poder, primeiro SBC depois o mundo.

Podres alicerces sustentam o atual regime, que com a carga excessiva do seu hegemônico gigantismo, agora compromete suas fundações,  originando uma precoce e irreparável fadiga.
As fissuras tornam-se rachaduras, irreparáveis mesmo por aqueles “cumpanhêro soldadô” que eram pau para toda obra. As partes e facções que soçobram acusam-se tornando-se autofágicas.
O Estado Maior do Mal junta seus trapos e tenta uma salvadora manobra de marketing que poderá não alcançar seus deletérios intentos.


Alberto Mendes Júnior é Engenheiro-Operário de chão de Fábrica.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

A COPA DAS INDIGNAÇÕES
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com
Menos de vinte e quatro horas depois das vaias no Mané Garrincha e do levante da turba dos indignados, quando os políticos ainda zanzavam à cata das razões que levavam multidões às ruas, iluminado por um clarão que só o diabo consegue acender eu já perguntava: “será que o povo está se dando conta de que temos um Legislativo que só faz leis burras, um Executivo que só quer o nosso dinheiro, e um Judiciário que não tem a mais puta idéia do que seja Justiça?”
Um dia depois, aparecia a manchete na Folha de São Paulo: “Contra tudo” e por mudanças, milhares vão às ruas”.
Mais dois dias e surgia o resultado da pesquisa realizada pelo Datafolha: da população de São Paulo, apenas 19% acha que o Executivo tem muito prestígio, 42 % dizem que o Legislativo não tem prestígio algum e apenas 20% têm o Judiciário na conta de alguma coisa que preste.
O último baluarte da esperança, que era o Judiciário, está assim, na credibilidade dos paulistanos e, “mutatis mutandis”, dos brasileiros: apenas 1% a mais do que o Executivo, e perdendo feio para os políticos.
Assim é: o povo está revoltado contra a má administração, o uso do poder em proveito pessoal e a inoperância do sistema como um todo.  O transporte público é caro porque não tem qualidade: seus concessionários são achacados pelos políticos e, por sua vez, exploram os que ralam a barriga nas catracas. O sistema viário sem investimento provoca exasperantes engarrafamentos, a polícia de tocaia pratica verdadeira extorsão com multas. É mais fácil pegar bêbados ao volante do que construir estradas seguras, pois assim sobra dinheiro para a corrupção. Enquanto isso, o Judiciário faz vistas grossas para a dupla tributação, a do IPVA e a dos pedágios.
Por mais que alguém puxe pela memória, jamais irá lembrar da última lei que fez feliz a todos os brasileiros. Pelo contrário, as leis de que ninguém esquece são a que entregou o país ao domínio do crime, com o desarme dos cidadãos honestos, e a que impediu até o padre de rezar missa, se tiver que dirigir veículo.
É para isso que deputados e senadores embolsam tudo o que podem, privilégios na saúde, verbas de gabinete, diárias, viagens, indenizações, forrando as burras, e ficando ricos de uma hora para outra? Claro, é por isso que todo mundo morre, mas o Sarney ainda está no poder.
E o Executivo, que não presta conta dos gastos com cartões corporativos, que ao invés de criar empregos dá bolsa-família, que banca a  truculência do MST, mas paga merrecas para os professores, que resposta dá para os impostos que a classe média paga?
De que adianta pagar imposto, se ainda precisa pagar escola, plano de saúde, e um guardinha para dar um olhada na casa de vez em quando?
E o Judiciário, cheio de pompa e lerdeza, que julga os outros, mas não cuida do própria cauda, denunciada pelo guiso das mordomias e privilégios? E que dizer de juízes, desembargadores e ministros, que assinam sentenças feitas por estagiários e assessores? O que se espera de um Judiciário que ordena a soltura de assassinos, estupradores, assaltantes, em nome dos “direitos humanos”, e nos manda para a cadeia, só porque tomamos umas biritas e pegamos nosso fusquinha meia zero, ou porque - já que não temos telhado de vidro - jogamos umas pedrinhas nas vidraças da Prefeitura?
Dá licença, motivo para berrar nunca faltou. Mas, agora estourou o saco de todo mundo.





terça-feira, 25 de junho de 2013

OS VÂNDALOS
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com



Os vândalos não são falhas da cadeia de montagem de Deus, não. Eles são os verdadeiros homens. São os homens que correspondem às suas origens. Por que são, verdadeiramente, animais.
O animal homem não é, por natureza, um animal manso. Como não o são o leão, o tigre, a serpente. O animal homem foi amansado pelos filósofos, pelas religiões, pelas convenções sociais, que outra coisa não são senão frutos da filosofia, da religião e das conveniências de qualquer grupo dominante.
Alguns, talvez maioria, assimilaram esses ensinamentos, passaram-nos aos filhos, esses passaram-nos adiante, e assim foi, de geração em geração: são como os elefantes, mansos, que não sabem a força que têm.
Mas, os poucos que os não assimilaram, ou simplesmente os recusaram, ou se os assimilaram, tiveram-nos destruídos pela hipocrisia social, esses voltaram à estaca zero, voltaram a ser homens em sua natureza pura, a natureza animal, na qual está ínsita a violência, projeção natural do instinto de sobrevivência. Ou simplesmente porque gostam de ver Roma pegar fogo.
Quer porque não tenham o que outros têm, a mulher gostosa e  fiel, a conta no banco, o carro último tipo, o celular idem, a casa com piscina, a casa na praia, as férias nas ilhas gregas, a chefia na empresa; quer porque não tenham sido contemplados pela sorte de pertencer ao grupo melhor aquinhoado; quer porque sua voz não tenha sido ouvida quando bradavam contra  injustiças e desequilíbrios sociais, eles sempre terão mil razões para  se afastarem da turma dos bem educados, dos certinhos, dos que fazem tudo de acordo com o manual.
Eles sabem que, sozinhos, não conseguirão nada. Então ficam à espera da ocasião, porque inteligentes, como os outros da sua espécie, eles são. São ocasiões raras, mas, enfim, podem acontecer. E digamos que aconteçam, como estão acontecendo agora: os mauricinhos e as patricinhas, que não têm a mais puta idéia do que seja passar uma noite na fila do SUS, e que, fazendo bem as contas, ainda não tiveram motivos para dizer que se deram mal na vida, resolvem protestar, sair com bandeiras, gritando palavras de ordem, a maioria menos por vontade própria do que arrastados pelo receio de comprometer sua biografia pela “alienação”.
E aí, os homens no seu estado puro, aderem. Aderem mais por obediência aos impulsos da natureza, porque não assimilaram as lições da hipocrisia. Então, eles dão vazão ao que lhes vai pelo bestunto e saem quebrando, batendo, ferindo, rapinando, pedindo a bunda de alguém, ao contrário dos outros, que só querem “paz”.
E são chamados de vândalos, de bestas, e são vaiados, alguns são presos, segregados do convívio social.
Nesses momentos, nenhum sociólogo se apresenta. Todos estão do mesmo lado, o lado dos certinhos, dos cordeiros, o lado dos que obedecem às hipócritas convenções sociais, que não botam o seu na reta. Ninguém defende os verdadeiros homens, os homens fiéis à sua natureza, chamados pela linguagem "cult" de vândalos. Ninguém se dá conta de que essa rejeição torna mais forte a natureza animal que sempre falou mais alto por eles, os vândalos.

De modo que a história vai ser sempre assim. A menos que os descendentes de Átila e de Nero vençam no segundo turno, levando a melhor sobre os descendentes de Jesus Cristo.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

OS PRONUNCIAMENTOS DA DILMA
João Eichbaum
Joaoeichbaum@gmail.com


Quando a Dilma aparece na televisão para fazer seus pronunciamentos, eu tiro meu traseiro da poltrona, saio da sala, e vou tomar meu uísque na frente do computador. Não consigo agüentar o pronunciamento, porque tenho o estômago muito fraco.
Entenderam?
É que me dá engulhos.
Assim, ó: ela olha pra câmera, e eu penso que deve ter algum engano. Aquela parte dela que aparece na tela está errada. Será que o bom Deus não se enganou? Será que aquela parte que aparece de olho nas câmeras não é a parte detrás dela, aquela parte dividida por um rego, que todo mundo tem atrás, e por onde se esvai a matéria, digamos, fecal?
Essa é a impressão que a Dilma me passa, que ela está de trás pra frente.
Aí então ela vem querendo dialogar com os líderes.
Mas será que tem algum líder com estômago à prova de bunda?
Até pode ter. Tem gente que não é líder de bosta nenhuma, mas que está disposta a encarar a bu..., ops, a cara da Dilma, pra poder aparecer na televisão.
Então, minha gente, com aquela conversa dela na sexta-feira de noite, eu fiz o seguinte: puxei a descarga.
Agora,é só esperar. Só esperar o que é que vai dar essa merda toda. Bem entendido, o aparecimento dela na televisão, estragando o programa de vocês, que estavam esperando as gostosas da novela e no lugar delas apareceu a Dilma.
Eu até acho que começou a dar certo para os brasileiros que nasceram com aquele defeito de fabricação, o tal de nacionalismo. A seleção de mercenários organizada pelo Filipão ganhou da Italia, de acordo com o combinado com o juiz, escalado pela Fifa. O Neymar fez uma falta perto da área e o juiz inverteu, como se falta tivesse sido praticada pelo jogador italiano. Depois, o Fred estava na banheira e aparou o rebote do  Buffon, o goleiro italiano casado com aquela boasuda: 4x2.
Tudo como a Dilma queria, para acalmar os brasileiros dessa pátria amada, idolatrada e roubada pelos políticos.



sexta-feira, 21 de junho de 2013

PENÚLTIMAS NOTÍCIAS
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com


O BLATTER FOI PRUM LUGAR MAIS SEGURO
Saindo daqui desse sufoco, no jatinho que os abobados do futebol patrocinam, vocês sabem para onde foi o Joseph Blatter, o atual dono da Fifa?
Para um  lugar mais seguro, gente:  a Turquia.
É, é isso mesmo que vocês estão lendo, para a Turquia, a fim de tratar da Copa de 2020.
Mas, como - dirão vocês - a coisa lá tá pior do que aqui, com a polícia salgando o lombo do povo e fazendo a turba respirar fumaça?
É, mas lá pelo menos ele não tem que aguentar a Dilma com aquele cabelo caju-chocolate e o Marin com aquela cara de boneca inflável do lado de dele.
Ah, sim, e antes que xingassem ele de bosta e vagabundo também!


AVISO PRA FIFA
Olha aqui, ó, antes de pagar sessenta pila pra ver Nigéria x Taiti, prefiro botar fogo em ônibus: com meio litro de gasosa, tá feita a porqueira...


NUMA BOA
E tem gente que ganhou passagem mais barata, numa boa: tomando uma ceva com a mina do vizinho, olhando aquela "pororoca social" da polícia de encontro à turba, no meio da qual se encontrava o dito vizinho, um ativista convicto, sem ônibus pra voltar pra casa...


SÓ UMA PERGUNTINHA: E O CHICO?
Agora, que todo mundo virou protestante aqui no Brasil, desde domingo passado, será que sua (a dele) santidade, o papa Francisco não vai cancelar a viagem?
Sei que já tem gente ensaiando um mote assim, ó:
“É praga do Divino,
o papa é argentino!”


quinta-feira, 20 de junho de 2013

 ANTIÁCIDO DA REAL JUSTIÇA


Artigo no Alerta Total 
Por Fabrizio Albuja

Não ouviram do Ipiranga, mas ouviram no Congresso Nacional em Brasília, Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na Avenida ACM em Salvador, na Avenida Agamenon Magalhães em Recife e pelo Brasil inteiro.
Não foram margens plácidas, aliás, nada tranquilas. Obviamente por conta de quem está com medo real do que pode acontecer. Assim a Polícia que tem o dever de proteger a população foi colocada para combater a população. Não por vontade própria, mas por um comando hipócrita que após fatalidades, usaram como desculpa a desinformação de tais atos.
Não foi um povo heroico, mas sim corajoso, indignado e o brado retumbante reclama contra o descaso na saúde, educação, transporte público, segurança e, principalmente, toda a corrupção escancarada que o Governo tende a negar.
Como era fim da tarde, quase noite, não havia sol da liberdade, mas sim mensagens de texto na internet fazendo valer a propaganda da Fiat: ”vem pra rua”.
E, apesar da Globo insistir em querem pautar o cérebro das pessoas, as redes sociais se transformaram em mini agências de notícias onde qualquer foto de celular consegue virar capa do New York Times e dessa forma a iluminação na sociedade mediante raios fúlgidos de conhecimento do que realmente acontece neste país criaram uma revolução que pode não ser a solução, mas já alivia a úlcera daqueles que vinham  dizendo isso há tempo.
Veja o vídeo que circula febrilmente pela internet e tire alguma conclusão:http://copaemcuiaba.com.br/

Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

SE TEM PROTESTO, TO LÁ NO MEIO DA TURBA (II)
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com


Na minha primeira manifestação a respeito dos protestos, que começaram com as vaias para a Dilma, na abertura da Copa das Confederações, eu encerrava a crônica, perguntando: será que o povo está se dando conta de que temos um Legislativo que só faz leis burras, um Executivo que só quer o nosso dinheiro e um Judiciário que não tem a mais puta idéia do que seja Justiça?
Realmente, assim é: o povo está revoltado contra o mau uso do poder como um todo. Ninguém está satisfeito. Os que necessitam de transporte coletivo estão bufando contra os preços. Os que usam transporte próprio, estão revoltados contra os engarrafamentos, contra o alto preço do IPVA, contra o estado miserável das rodovias, contra a criminosa espreita da polícia com seus radares, para extorquir dinheiro, contra a acusação fácil e inconseqüente de que a bebida é a principal responsável pelos acidentes, quando, na verdade, a causa maior são as estradas de terceiro mundo.
Me respondam: qual foi a última lei que beneficiou a todos os brasileiros, qual foi? Alguém tem conhecimento disso?
As últimas leis de que me lembro são as que desarmaram o povo, as que proibiram o povo de beber, as que aumentaram impostos.
É só para isso que serve o Legislativo? É para isso que os deputados e senadores embolsam tudo o que podem e ficam ricos de uma hora para outra?
E o Executivo, que resposta dá para os impostos que a classe média paga? De que adianta pagar imposto, se ainda precisa pagar escola, plano de saúde, e um guardinha para dar um olhada na casa de vez em quando?
E o Judiciário, para que serve com sua preguiça, sua morosidade, se sua principal preocupação é com o envoltório dos salários, das mordomias e dos privilégios de juízes, desembargadores e ministros, que só assinam as sentenças proferidas por estagiários e assessores? O que se espera de um Judiciário que manda soltar assassinos, estupradores, assaltantes, porque o presídio não respeita os “direitos humanos” e nos manda para a cadeia só porque tomamos umas biritas e fomos dirigir, ou porque pixamos a Prefeitura?
Enfim, tirando os que estão no Poder e os que vivem mamando nas tetas do Poder, todos têm motivo para protestar, ou até mais do que isso.
Sobre vandalismo? Ah, sim, a resposta não é minha, mas vem de alguém que postou no Facebook:
“Um ônibus queimado é um bilhão de vezes menos do que uma obra superfaturada”.



terça-feira, 18 de junho de 2013

INGERÊNCIA INDEVIDA

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Outro dia, depois que escrevi uma crônica, criticando o Supremo Tribunal Federal, porque ele quer ter o domínio sobre o Poder Legislativo, com a pretensão de abortar leis virtualmente inconstitucionais, uma amiga que vive cheia de boas intenções para passar num concurso, me apresentou uma doutrina, segundo a qual o STF pode obstruir o processo legislativo.
Claro que fiquei escandalizado e, na mesma hora, exclamei: "isso só pode ser coisa do Gilmar Mendes, que comercializa o ensino do Direito, através de um  tal de Instituto de Direito Público, ou coisa que o valha, que ele mantém, com sócios ocultos ou indeterminados, em Brasília".
Não sou adivinho, mas na última sessão do STF, semana passada, veio a prova: uma liminar concedida por ele, Gilmar Mendes, para trancar o projeto de lei que dificulta a criação de novos partidos, antes da eleição de 2.014, começou a ser discutida. A sessão foi interrompida, mas tudo indica que o Mendes será vencido.
O que me chamou a atenção, porém, foi a pobreza dos argumentos dos ministros. Nada que indique “notório saber jurídico”, nem meia dúzia de certezas jurídicas. É por isso que aventureiros encontram campo para criar imbecilidades apelidadas de teorias.
Argumento do Mendes: “este projeto deveria se chamar anti-Marina. É uma lei casuística e estamos chancelando isso”. Do Teori Zavascki: “não se deve duvidar do exercício responsável do Poder Legislativo”. Do Lewandowski: “o Judiciário pode muito, mas não pode tudo”. Do Marco Aurélio: “o Judiciário não é censor do processo legislativo”. Mas, acrescentou um argumento mais consistente, dizendo que o controle da constitucionalidade da lei não é exclusividade do Judiciário.
A argumentação que mais me impressionou foi a do Barbosa, que nem sequer valeu como voto. Em outras palavras, ele disse que se trata de um embrião de lei, que ainda deve passar pelo crivo do Senado, primeira estação para exame da engrenagem constitucional.
Mesmo assim, ficou a dever. Não lembrou que o controle de constitucionalidade da lei também passa pelo Poder Executivo.
Ninguém invocou o argumento principal, e eu até diria único, que é o da independência dos poderes, sustentação jurídica inarredável, alicerce da construção do Estado de Direito.
Resumindo: muito cuidado vocês, concurseiros, que podem ser facilmente enganados por teorias sem pé nem cabeça, mas que têm "marca". Essa teoria, por exemplo pode ser desmontada com uma leitura atenta do processo legislativo: depois de aprovado pela Câmara, o projeto ainda não passa de um feto informe. Que força constitucional terá o Judiciário para lhe interromper a gestação?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

SE TEM PROTESTO, TO LÁ NO MEIO DA TURBA
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com
Nunca gostei tanto de ver o povo nas ruas, protestando, fazendo arruaças contra o poder, como agora. Porque agora, quem está começando a sentir a força do povo são os que, ontem, seqüestravam diplomatas, assaltavam bancos e residências, matavam soldados, e hoje  estão no poder.
Sábado, na abertura da Copa das Confederações, deu para sentir o ânimo de todos os brasileiros. Do lado de fora do estádio estavam os pobres, os sem teto, os índios, as mulheres ofendidas com a falta de pudor dos políticos, agora criando a bolsa-estupro, por exemplo. Enfim, lá fora estava o povo que não tinha condições de ver os pernas de pau da seleção brasileira, ganhando de uns japoneses mortos de cansaço.
Dentro do estádio estavam os ricos e os abobados do Brasil. Mas, houve um momento em que os que estavam dentro e os que estavam fora do estádio uniram suas diferenças. Foi quando espoucaram aquelas vaias, que deixaram  a Dilma com uma cara de quem comeu merda e não gostou.
E ninguém havia combinado nada. Não havia líderes, não havia ninguém puxando o cordão dos descontentes. As vaias foram naturais, brotaram com a força da indignação de quem não agūenta mais esse governo, que vem enganando há dez anos, acoitando a incompetência, acomodando  hierarcas desqualificados, que estão ficando ricos, com negociatas para si e para os seus e patrocinando, com o nosso dinheiro, a indecente vida amorosa de alguns de seus próceres.
Só para divertir vocês, vão aqui algumas manifestações que colhi, a respeito das vaias contra a Dilma:
“O cara lá perguntou se não temos respeito. Agr eu pergunto, as filas de hospitais recebem respeito? Acho que não né?” - Wiliam
"Quem tem boca vaia dilma" kkkkkkkkkkkkkkk né possíve!” – Carlos Eduardo
“É falta de educação vaiar." Mas não falta só educação nesse país. Falta saúde, segurança, trabalho. Isso é o Brasil” – Lorscheider Silveira.
“Brasil tá ganhando de 2x0, mas o Japão ganha na educação, saúde, transporte público, segurança de 1000x-5.” – Farinha.
“Custo do estádio: R$ 1,5 bilhões ; preço do ingresso: R$ 420,00; ver a Dilma vaiada por 70 mil torcedores: NÃO TEM PREÇO” – Girl Perfect.
Será que o povo agora está começando a reagir? Será que o povo está se dando conta de que temos um Legislativo que só faz leis burras, um Executivo que só tira o nosso dinheiro, e um Judiciário que não tem a mais puta idéia do que seja Justiça?
Se assim for, demos graças ao aumento das passagens dos ônibus, que motivou o começo dos protestos. Talvez até nos livrem da Copa do Mundo. Amén.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

PENÚLTIMAS NOTÍCIAS
 João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

DE COMO SE APROVEITAR
DO QUE JÁ FOI USADO
 A Dilma não faz como os machos, que usam o preservativo, aproveitam, e depois jogam fora aquele objeto que lhes serviu de prazer.
Ela, não.
Ela usa e depois reaproveita.
Calma lá, não é nada disso que vocês estão pensando.
É o seguinte.
A Dilma precisou de advogados, quando estava em campanha, para defendê-la das broncas na sua propaganda. Usou-os, mas não os jogou fora. Ela agora os está aproveitando. Muito contenta a presidenta já botou a toga numa e agora vai botar a toga no outro.
Primeiro foi Luciana Lossio. Agora, Admar Gonzaga. Ambos no Superior Tribunal Eleitoral.
Ah, sim, não esqueçam que tem eleição pra presidente ou presidenta  no ano que vem.

ISSO É MODO PAULISTA
DE FESTEJAR SÃO JOÃO
Em São Paulo já começaram  os festejos de São João. E dê-lhe fogueiras, em pleno centro da cidade.
O material usado na fogueira são ônibus.


A OUTRA BOLSA-PROSTITUIÇÃO
Olhem só:
“2.000 pacotes de biscoito, mais de 8.000 frascos de adoçantes, 4.800 quilos de presunto e queijo, 2.000 pacotes de pão de forma, além de 2.000 litros de leite, chás e sucos,” etc.
Não, não é pra distribuir pro pessoal que cata comida no lixo, não: é a lista dos itens que comporão o lanche dos senadores.
Vocês sabem quanto vai sair do nosso bolso?
R$ 375.000,00
Ta bom, mole assim, ou querem que suba mais?
A outra “bolsa-prostituição” era falsa. A verdadeira é essa aí, porque dela só se aproveitam os gigolôs do povo, desse povo que se phode, trabalhando, pra eles poderem lanchar.


AH, ANTES QUE ESQUEÇA!
Aquele par de chifres que você deu de presente pra sua mulher no dia dos namorados poderá lhe sair muito caro, quando a gatinha que você levou para o motel lhe apresentar a conta, daqui a nove meses:
-O filho é teu!
José Simão, o esculhambador geral da República, já tinha alertado: “amor começa em motel e termina em pensão”!




quinta-feira, 13 de junho de 2013

Para esclarecer o óbvio sobre a PEC 37

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ives Gandra da Silva Martins


A meu ver, não haveria necessidade de um projeto de emenda constitucional para assegurar aos delegados de polícia a exclusividade para presidir os inquéritos policiais.
Já a têm na Constituição Federal, pois o § 4º do artigo 144 está assim redigido: "Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de Polícia Judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares".
O Ministério Público não é polícia judiciária. Tem o direito de requisitar às autoridades policiais diligências investigatórias (artigo  129, inciso VIII), assim como a instauração de inquérito policial aos delegados, que, todavia, serão aqueles que os instaurarão.
O exercício do controle externo da atividade policial (inciso VII do artigo 130) de rigor é controle semelhante ao que exerce sobre todos os poderes públicos (inciso II), para que não haja desvios de conduta.
Não há que confundir a relevante função de defesa da sociedade e de zelar pelo bom funcionamento das instituições com aquela de dirigir  um inquérito, que é função exclusiva da Polícia Judiciária.
À evidência, com o direito de requisição, o Ministério Público pode pedir aos delegados todas as investigações de que precisar, como  também o tem o advogado de defesa, que se coloca no inquérito judicial no mesmo plano do Ministério Público. Não sem razão, o  constituinte definiu a advocacia e o Ministério Público como "funções essenciais à administração de Justiça" (artigos 127 a 135).

O direito de defesa, a ser exercido pelo advogado, é o mais sagrado direito de uma democracia, direito este inexistente nas ditaduras.  Não sem razão, também, o constituinte colocou no inciso LV do art. 5º, como cláusula pétrea, que aos acusados é assegurada a "ampla  defesa administrativa e judicial", sendo o adjetivo "ampla" de uma densidade vocabular inquestionável.

Permitir ao Ministério Público que seja, no inquérito policial, parte (acusação) e juiz (condutor da investigação) ao mesmo tempo é  reduzir a "ampla defesa" constitucional à sua expressão nenhuma. Se o magistrado, na dúvida, deve absolver (in dubio pro reo), o  Ministério Público, na dúvida, deve acusar para ver se durante o processo as suas suspeitas são consistentes.


Pelo texto constitucional, portanto, não haveria necessidade de um projeto para explicar o que já está na Constituição. Foi porque,  todavia, nos últimos tempos, houve invasões nas competências próprias dos delegados que se propôs um projeto de emenda constitucional  para que o óbvio ficasse "incontestavelmente óbvio".


Eis por que juristas da expressão do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, do presidente do Comissão de Ética  Pública da Presidência da República, Américo Lacombe, de Márcio Thomaz Bastos, Vicente Greco Filho, José Afonso da Silva, José Roberto  Batocchio, Luiz Flávio D'Urso e Marcos da Costa colocaram-se a favor da PEC 37.
Com todo o respeito aos eminentes membros do parquet, parece-me que deveriam concentrar-se nas suas relevantes funções, que já não são  poucas nem pequenas.


Uma última observação. Num debate de nível, como o que se coloca a respeito da matéria, não me parece que agiu bem o Ministério Público  quando intitulou a PEC 37 de "PEC da corrupção e da impunidade", como se todos os membros do Ministério Público fossem incorruptíveis e  todos os delegados, corruptos.

Argumento dessa natureza não engrandece a instituição, visto que a Constituição lhe outorgou função essencial, particularmente  necessária ao equilíbrio dos Poderes, como o tem a advocacia e o Poder Judiciário, em cujo tripé se fundamenta o ideal de justiça na  República brasileira.

Ives Gandra da Silva Martins, Advogado, é Professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército e da Escola Superior de Guerra.




quarta-feira, 12 de junho de 2013

A FÉ QUE REMOVE A DOR

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

“Seu” Vlademir não sorri. Mas, também não chora. A vida não lhe dá motivos para sorrir. A fé não lhe dá motivos para chorar. As asperezas da vida, que o semblante dele não esconde, não o dominam de um todo, porque nele há um lugar reservado para a serenidade. É com essa serenidade que ele conta, para aparar os golpes da vida: a serenidade que nasce da fé.
“Seu” Vlademir perdeu duas filhas no incêndio da boate Kiss de Santa Maria. Teria motivos de sobra para se revoltar contra o mundo, contra Deus e contra os homens. Contra Deus, que só distribui fichas de complacência para quem não merece, que  dá muito para poucos e pouco para muitos; contra os homens que só querem dinheiro, contra os homens que só querem poder, contra os homens que não fazem justiça. Teria motivos para sair à ruas, deteriorando a paz pública, engrossando o coro dos desesperados, dos que se divorciaram dos sorrisos, dos que se sentem distantes do resto da humanidade, dos que andam à procura de solidariedade para sua causa.
Mas, não. “Seu” Vlademir não se revolta. Antes, agradece a Deus, por estar bem. E “estar bem”, para esse calejado jardineiro, é viver com a família naquela casa de madeira desbotada, cheia de frestas, por onde espia o sol nas tardes de calor, por onde entram as asas do vento norte, trazendo sua modorra, em seus dias de loucura, e onde assobia sem piedade  o frio do minuano. Ele “está bem”, naquele ermo  de Itaara, numa clareira aberta no meio da vegetação espessa, espreitada por árvores gigantes.
Ao contrário dos que bramem contra os estragos dilacerantes e a falta de lógica da morte, “seu” Vlademir diz que a perda das filhas contribuiu para a união da família e por isso agradece a Deus. Agora ele e sua mulher, dona Iracema, têm na sua companhia as netas, Jennifer e Eduarda, que uma fumaça assassina deixou sem mãe.
Suas filhas não eram estudantes universitárias, não disputavam o espaço social, e não acalentavam sonhos muito melhores dos que a vida lhes havia oferecido até ali: o futuro não lhes acenava com um diploma de curso superior. Morreram na boate Kiss porque o acaso não escolhe suas vítimas. Por ser acaso, não planeja, não organiza, não distingue classes, nem categorias sociais, não seleciona currículos. O que as levou para a última balada na boate, entre elegantes jovens universitários, mestres ou doutores, foi exatamente o acaso, que não agenda encontros com ninguém, não chega antes, nem depois, e anda sem rumo, mas sempre acompanhado pelo “de repente”.
Cecília não tinha currículo. Dela só constava no jornal que era natural de Santa Maria, tinha 23 anos, e morava com a irmã, Francielle, em Itaara. De Francielle, o jornal dizia um pouco mais: que tinha 26 anos, trabalhava num estúdio de pilates e morava com a filha, Jennifer, a irmã e a sobrinha.
Ignotas, nenhuma delas deixará a lembrança do seu charme e da sua beleza, atraindo o olhar triste do viandante na rua dos Andradas. Delas nada dirão as ruínas assassinas da boate Kiss.
Mas, “seu” Vlademir não se importa. Para ele, a carne não tem valor. O que conta é o espírito. Por isso ele não anda à caça de culpados, nem de compensações.



terça-feira, 11 de junho de 2013

UM MINISTRO QUE NÃO TEM CÉREBRO

João Eichbaum
joaoeichbau@gmail.


O excelentíssimo senhor doutor Cardoso, com sua conduta cortês, mas invencível, conseguiu dobrar os senadores dessa república de corruptos, com uma retórica de ilusões que só os políticos safados entendem: será escolhido ministro do Supremo Tribunal Federal.
Nada demais, pois até o Nelson Jobim já vestiu a toga de minisro do STF, só porque era amigo do Fernando Hernrique Cardoso. E a Elen Gracie, porque era mulher, e o Joaquim Barbosa, porque era descendente de escravos.
Só que tem um detalhe. Questionado pelos senadores, o Cardoso pontificou como sendo um candidato que, há muito tempo, o Senado não tinha sabatinado. Todo o mundo ficou babando por ele. Até o Pedro Simon, que já não tem idade para essas coisas.
Pois, o Cardoso deitou e rolou. Fez a  maioria dos senadores se apaixonar por ele. Porque sabe conversar, sabe convencer, sabe trovar, tem  uma lábia legal, como esses encantadores de serpente, que se apresentam nas praças públicas.
Perguntado como decidiria o mensalão,  não deixou o dele na reta: “decidirei com o coração.”
Decidir com  o coração.
Quem decide com o coração são os apaixonados, os cornos, os engambelados.
Quem decide “com o coração”, são as mulheres cabeças-de-vento, que se entregam ao primeiro bonitinho pelado, que lhes passa a mão pelo pescoço. Quem decide com o coração são as mocinhas, que não têm nada na cabeça e que, vivendo de ilusões, acham que vão ter na cama um artista da Globo.
Porque o coração não decide. O coração só recebe ordens. E quem manda as ordens é o cérebro..
Pois esse ministro disse que vai decidir “com o coração”.
Será que ele não tem cérebro?
Ou será que seus parcos conhecimentos de biologia lhe ensinaram que é “o coração que decide”,  que não existe uma rede dominada pelo cérebro, que de há muitos anos, vem traçando os rumos da humanidade?
Vai ver que  cérebro do candidato a ministro se mudou para o coração.

Só espero que o  intestino grosso dele não tenha ocupado o lugar vazio do cérebro.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

AS COLEGAS DA MADALENA NÃO TÊM DIREITO À FELICIDADE?

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Foi puxado o tapete do doutor Dirceu Greco, infectologista, que dirigia o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, (DST) Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Sabem por que?
Porque o governo da Dilma, essa senhora com um diâmetro diferente da Gisele Bündchen, que não tem qualidade para rechear um biquini como a dita Gisele Bündchen, essa senhora de cabelo meio caju,  que só teve dois maridos, o Cláudio Galeano e o Araújo, não quer que as prostitutas digam que são felizes.
Não, calma lá, não é o que vocês estão pensando. Não estou trocando as fichas, ainda não.
Assim, ó: o doutor Dirceu era quem dirigia uma campanha encetada pelo governo, tendo por objetivo alertar a população contra essas doenças. Claro, vocês sabem melhor do que eu que, na hora do bem bom a gente não tá nem aí e não quer nem saber o que é que tem a perereca da vizinha. E parte pra cima. Ou, tem gente que prefere ficar em baixo.
Bom, mas não era sobre esse relevante tema que eu queria falar. Eu queria falar mesmo sobre essa campanha do governo, muito bem vinda, para alertar sobre transas desprevenidas que podem levar a um velório.
Como todo mundo sabe, as operadoras do sexo transacional, em razão da alta rotatividade de sua magnânima profissão, são as mais sujeitas a esses acidentes de trabalho (leia-se doenças profissionais). Então, deve ter pensado o doutor Greco, nada mais pedagógico do que fazer delas as estrelas da campanha contra essas doenças que atraem os castigos de Deus, mas que não as castiga, porque elas usam os equipamentos de segurança recomendados: não beijam na boca, não fazem felação sem camisinha, com camisinha se protegem na entrada de serviço e na porta principal.
E aí eu não sei se foi ele. o doutor Greco, ou algum marqueteiro que vive às nossas custas, que inventou o seguinte "slogan": SOU FELIZ, SENDO PROSTITUTA.
O ministro da Saúde, aquele que tem o dom da ubiqüidade, porque está em toda parte, onde houver notícia sobre saúde ou desgraça ele está lá, o ministro da Saúde, chefe do doutor Greco, não gostou e pespegou no traseiro do colega o pontapé que a maioria conhece.
Pô, essa, não. Será que o ministro da Saúde, cujo nome ninguém se lembra, nunca fez feliz uma prostituta? Será que ele resolveu todos os seus problemas sexuais, todinhos, só pelo manual?
E você aí, meu amigo e leitor, você nunca fez uma prostituta feliz?
Ela, precisando comprar o leitinho pras crianças e você providenciando esse leitinho? Ela, tendo que acertar as contas com o gigolô e você dando a maior mão, para tirá-la do sufoco?
Porque será que, entre todos os filhos de Deus, só as prostitutas, as colegas da Madalena, aquela amiga de Jesus Cristo, (sim, J. Cristo foi amigo de prostitutas e nem por isso deixou de ser “o cara”) não têm o direito de se dizerem felizes?
Ou você, minha leitora, com seu marido chato, brigão, ciumento, barrigudo, broche, bêbado e com saldo negativo, se sente mais feliz que uma prostituta?