terça-feira, 11 de junho de 2013

UM MINISTRO QUE NÃO TEM CÉREBRO

João Eichbaum
joaoeichbau@gmail.


O excelentíssimo senhor doutor Cardoso, com sua conduta cortês, mas invencível, conseguiu dobrar os senadores dessa república de corruptos, com uma retórica de ilusões que só os políticos safados entendem: será escolhido ministro do Supremo Tribunal Federal.
Nada demais, pois até o Nelson Jobim já vestiu a toga de minisro do STF, só porque era amigo do Fernando Hernrique Cardoso. E a Elen Gracie, porque era mulher, e o Joaquim Barbosa, porque era descendente de escravos.
Só que tem um detalhe. Questionado pelos senadores, o Cardoso pontificou como sendo um candidato que, há muito tempo, o Senado não tinha sabatinado. Todo o mundo ficou babando por ele. Até o Pedro Simon, que já não tem idade para essas coisas.
Pois, o Cardoso deitou e rolou. Fez a  maioria dos senadores se apaixonar por ele. Porque sabe conversar, sabe convencer, sabe trovar, tem  uma lábia legal, como esses encantadores de serpente, que se apresentam nas praças públicas.
Perguntado como decidiria o mensalão,  não deixou o dele na reta: “decidirei com o coração.”
Decidir com  o coração.
Quem decide com o coração são os apaixonados, os cornos, os engambelados.
Quem decide “com o coração”, são as mulheres cabeças-de-vento, que se entregam ao primeiro bonitinho pelado, que lhes passa a mão pelo pescoço. Quem decide com o coração são as mocinhas, que não têm nada na cabeça e que, vivendo de ilusões, acham que vão ter na cama um artista da Globo.
Porque o coração não decide. O coração só recebe ordens. E quem manda as ordens é o cérebro..
Pois esse ministro disse que vai decidir “com o coração”.
Será que ele não tem cérebro?
Ou será que seus parcos conhecimentos de biologia lhe ensinaram que é “o coração que decide”,  que não existe uma rede dominada pelo cérebro, que de há muitos anos, vem traçando os rumos da humanidade?
Vai ver que  cérebro do candidato a ministro se mudou para o coração.

Só espero que o  intestino grosso dele não tenha ocupado o lugar vazio do cérebro.

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