sexta-feira, 4 de outubro de 2013

UMA FREIRA QUE QUER SER PRESIDENTE

João Eichbaum

 

Vou escrever sobre o que não sei. Não li os autos, não sei o que ali se contém.  Tudo o que sei é através da imprensa.
Dizem que havia assinaturas falsificadas no pedido de registro do partido da Marina, o tal de Rede.
Em todo o caso, seja como for, a imprensa já alardeava que o Tribunal Superior Eleitoral iria indeferir o pedido.
Só quem não sabia disso era a própria Marina Silva. Porque ela ainda acredita na Justiça.
Quem o diz é ela mesma. Em artigo publicado hoje na Folha de São Paulo, intitulado EU JÁ SABIA, ela começa dizendo que não é nada disso, que é brincadeira, que escreveu o artigo antes da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, e que ela acredita na Justiça.
Para quem não sabe: Marina Silva é uma ex-freira, que continua a pensar como freira, embora tenha bandeado para o lado de outras religiões.
Vamos por partes. Se a Marina acredita na Justiça, é porque ela não conhece a Justiça. A começar pelo próprio Superior Tribunal Eleitoral, de que dependia a aprovação do seu partido.
Realmente, ela não deve saber que o dito Tribunal é composto por alguns juízes e alguns advogados, todos nomeados pela Presidência da República. Quer dizer, um tribunal inteiramente dependente de políticos, como, de resto, o são os demais tribunais, ditos superiores.
Que alguns dos ministros entendam de Direito Eleitoral, até se admite, embora a maioria nunca tenha presidido uma eleição para prefeito municipal sequer. Os advogados que compõem o tribunal são simplesmente apadrinhados ou causídicos que conhecem Direito Eleitoral exatamente porque patrocinaram causas de partidos políticos, aos quais devem eterna gratidão. E, diga-se de passagem, os últimos foram nomeados pelos governantes do PT.
A esses “ministros” do TSE se aplica o que o Joaquim Barbosa já disse: até a tardinha são advogados, quando fecham o escritório se tornam ministros.
Mas para que fique bem claro porque é que não merece crédito o TSE: ontem, o único voto favorável à Marina foi o do Gilmar Mendes, que foi chamado para substituir o Dias Toffoli. Assim, ó: o Gilmar é ministro, por conta do Fernando Henrique Cardoso; Dias Toffoli, o é por conta do Lula.
Deu para entender? É como chamar o cara do banco de reservas do time adversário, para fazer gol contra seu próprio time.
Só a Marina, mesmo, para acreditar nessa encenação.
Mas olha, vou dizer para vocês: o único partido que sentaria para o Brasil seria o FDP, que já tem na Alemanha.


 

 


 

Um comentário:

Gigi disse...

É, essa ex-freira acredita demais. Diriam os franceses que "à quelque chose malheur est bom". Também a derrocada desse projeto de partido há de servir para alguma coisa: reforça o conjunto das oposições. Mas nunca me entusiasmei com o projeto de Marina.