LEWANDOWSKI
João Eichbaum
Gosto do Lewandowski. Ele
chegou lá pelos próprios méritos. Começou menino, é disciplinado, tem visão,
tem espírito de equipe. Sabe disputar, para encontrar o lugar certo, donde mira
e fuzila a meta adversária. Em suma, o cara tem estratégia pessoal.
Falo, evidentemente do
Lewandowski, conhecido internacionalmente, o centroavante do Bayern de Munique.
Não pensem que me refiro ao Ricardo Lewandowski que veste a capa preta de
ministro do Supremo Tribunal, graças à dona Letícia, a titular da equipe do
Lula.
O Lewandowski que é
atualmente presidente do Supremo, evidentemente não tem as mesmas qualidades do
outro, do centroavante, e, fora do Brasil, ninguém o conhece. Ele veste a toga
de ministro porque tem as costas quentes, como
os seus pares, o Toffoli, o Zavaski, o Fachim, o Barroso.
Pois esse Ricardo
Lewandowski esteve semana passada em Porto Alegre. Ele nunca foi juiz em
sua vida. Não tem a mais puta ideia do que seja o dia a dia de um juiz, fazendo
audiências, ouvindo testemunhas, olhando olho no olho bandidos, estupradores,
mulheres abandonadas, vítimas de assalto e estupro, e todos que portam suas
misérias até os tribunais. Ele veio fazer uma conferência para juízes.
Ora, ora, se os juízes do
Rio Grande do Sul, precisam das lições do Lewandowski para aprimorar sua
justiça, estamos perdidos. E é por isso que estamos mal de justiça. Porque os
juízes não estão preparados. A prova está aí: convocam para lhes dar lições,
quem nunca foi juiz na vida.
Mas, pior ainda aconteceu.
Ele foi assistir a uma audiência de “conciliação”, presidida por uma juíza.
Dizem que ele ficou encantado. Que ele tenha ficado encantado pela juíza, nada
mau. Mas, se ele ficou encantado pelo resultado da audiência, não é mérito do
Judiciário. Há pessoas talhadas para a arte de conciliar. E para isso não precisa
ser juiz. Nem alfabetizado precisa ser.
Depois desse encantamento,
ele foi agraciado com a Medalha do Mérito Farroupilha, outorgada pelo
Presidente da Assembleia Legislativa. Aí fechou tudo. Ele veio ensinar o que
não sabe, aprendeu a conciliar e ainda recebeu medalhas, como se fosse o
responsável pelas boas coisas da vida. Bom, faz de conta que ele merece e faz
de conta que temos justiça. E você aí, que espera há mais de dez anos pela
solução de seu caso, o que me diz?
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