O NÉRIO SABE DAS COISAS
O Brasil, está numa luta já declarada, entre
situação e oposição. O Marco Aurélio Garcia foi apelidado pela imprensa de
" toc toc", em razão de sua manifestação sobre acidente aéreo pavoroso da TAM, em Congonhas,
quando o Air Bus varou a pista em alta velocidade, passou sobre a avenida
Washington Luiz e bateu, do outro lado, no próprio prédio da TAM - onde
morreram na hora umas 200 pessoas, muitas ficaram feridas, talvez o maior
acidente aéreo do Brasil, onde os mortos eram na maioria gaúchos, pois, o avião
decolou e partiu do Aeroporto Salgado Fiho, á tarde. Diante da comoção,
natural, Marco Aurélio, foi filmado no Palácio do Planalto, em seu gabinete, à
noite, após vir noticias de que isentavam o governo e seus órgãos aeronáuticos
de possíveis responsabilidades, com o que Marco Aurélio vibrando e com raiva,
fez o gesto famoso, com a mão esquerda fechada e com a mão direita, batia sobre
o punho esquerdo fechado, " toc toc" - "toc-toc" -
naquela gesto usual que o brasileiro e o povo em geral faz quando o outro
entrou pelo cano e se f............e ainda pronunciou algumas palavras que a
culpa não era nossa ( do governo) e sim deles, cujo teor desconheço. O fato foi
amplamente divulgado. Tanto que até hoje o Marco Aurélio, teve a marca
indelével sobre seu nome de: Marco Aurélio " toc toc" Garcia.
Trágico, sob todos os aspectos.
Todavia, lembro do jovem e elegante Marco
Aurélio, nos tempos de estudante, de Direito, na Faculdade da UFRGS, um dandi,
da alta sociedade de Porto Alegre, frequentador emérito da Rua da Praia, nos
bons tempos, da rua da Praia, onde tudo acontecia. Vestia com fineza. De fino
trato. Residia no refinado bairro Moinhos de Vento e era assíduo da turma
de jovens rapazes da "crema de la crema" da sociedade de P. Alegre,
que se encontravam na então romântica Praça Julio de Castilhos, na esquina da
Av. Independência com Ramiro Barcellos. Não sei onde morava. Mas, havia notícia
que residia no amplo e confortável Edifício Esplanada, na época, reduto da
riqueza e do poder econômico do RGS. Detalhe, sempre rodeado, de lindas
mulheres, "comme il faut", o que lhe aumenta o mérito de galã
da juventude de seu tempo. Automóvel último tipo. Sempre bem trajado. Era
disputado pelas mulheres.
Ele era um pouco mais novo do que eu. Eu tenho
76 anos. Ele deve ter menos. Ele não me conheceu, pela simples razão, que
eu não girava na roda da elite. Eu era um rapaz, vindo de Antônio Prado, pobre
e morando em pensão, estudando, Direito, para subir na vida e ganhar o meu pão
de cada dia. Digamos, fomos contemporâneos daqueles anos dourados onde
despontava os bailes da Reitoria da UFRGS. Quem viveu aquele tempo sabe do
que estou falando.
Todavia, eu o conheci. Falei com ele, algumas
vezes, no meio da turma que eram meus colegas de aula e que eram amigos dele.
Sempre me impressionou a elegância, a lhaneza do trato e a visão daquele jovem
alto, bonito, elegante, e fazia lembrar, aproximadamente, a figura do dr.
Osvaldo Aranha.
Interessante, um jovem rico, da elite, se
bandeou para o PT, causando surpresa a todos, e se tornou, com a desculpa,
do termo, um fantástico e culto "aspone" - pois,
nunca fez concurso, nunca exerceu um cargo executivo, nunca submeteu seu nome
ao crivo e ao vestibular da urna. Sempre agiu nos bastidores, aproveitando as
benesses do poder. Tudo bem. Sorte dele que sempre gozou de ótimos empregos.
Salário em dia. Viagens pagas, com diárias, etc. etc...Carro oficial.
Não estou a criticar. Estou a narrar
simplesmente um fato do meu tempo de estudante de Direito na UFRGS, da Porto
Alegre, na década de 50 e 60, do século passado.
Como eu sempre me considerei da
"direita" mesmo como estudante de Direito na UFRGS. Nunca participei
da " esquerda" liderada pelo Carlos Araujo ( ex- Dilma)
e outros, que chegou a ser meu colega de turma, por dois anos, e depois
partiu para Pernambuco, onde se uniu a Franciso Julião, nas ligas Camponesas,
no agreste pernambucano. Então, o fato, de o Marco Aurélio Garcia, guinar
para a " esquerda" e se tornar como diz o emeil o consultor e
conselheiro internacional da Lulla e Dilma, causou, como é natural surpresa, na
nossa turma.
Nério "dos Mondadori" Letti.
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