quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

O Brasil, está numa luta já declarada, entre situação e oposição. O Marco Aurélio Garcia foi apelidado pela imprensa de " toc toc", em razão de sua manifestação sobre acidente aéreo pavoroso da TAM, em Congonhas, quando o Air Bus varou a pista em alta velocidade, passou sobre a avenida Washington Luiz e bateu, do outro lado, no próprio prédio da TAM - onde morreram na hora umas 200 pessoas, muitas ficaram feridas, talvez o maior acidente aéreo do Brasil, onde os mortos eram na maioria gaúchos, pois, o avião decolou e partiu do Aeroporto Salgado Fiho, á tarde. Diante da comoção, natural, Marco Aurélio, foi filmado no Palácio do Planalto, em seu gabinete, à noite, após vir noticias de que isentavam o governo e seus órgãos aeronáuticos de possíveis responsabilidades, com o que Marco Aurélio vibrando e com raiva, fez o gesto famoso, com a mão esquerda fechada e com a mão direita, batia sobre o punho esquerdo fechado,  " toc toc" - "toc-toc" - naquela gesto usual que o brasileiro e o povo em geral faz quando o outro entrou pelo cano e se f............e ainda pronunciou algumas palavras que a culpa não era nossa ( do governo) e sim deles, cujo teor desconheço. O fato foi amplamente divulgado. Tanto que até hoje o Marco Aurélio, teve a marca indelével sobre seu nome de: Marco Aurélio " toc toc" Garcia. Trágico, sob todos os aspectos.
Todavia, lembro do jovem e elegante Marco Aurélio, nos tempos de estudante, de Direito, na Faculdade da UFRGS, um dandi, da alta sociedade de Porto Alegre, frequentador emérito da Rua da Praia, nos bons tempos, da rua da Praia, onde tudo acontecia. Vestia com fineza. De fino trato.  Residia no refinado bairro Moinhos de Vento e era assíduo da turma de jovens rapazes da "crema de la crema" da sociedade de P. Alegre, que se encontravam na então romântica Praça Julio de Castilhos, na esquina da Av. Independência com Ramiro Barcellos. Não sei onde morava. Mas, havia notícia que residia no amplo e confortável Edifício Esplanada, na época, reduto da riqueza e do poder econômico do RGS.  Detalhe, sempre rodeado, de lindas mulheres, "comme il faut", o que lhe aumenta  o mérito de galã da juventude de seu tempo. Automóvel último tipo. Sempre bem trajado. Era disputado pelas mulheres.
Ele era um pouco mais novo do que eu. Eu tenho 76 anos. Ele deve ter menos. Ele não me conheceu, pela simples razão, que  eu não girava na roda da elite. Eu era um rapaz, vindo de Antônio Prado, pobre e morando em pensão, estudando, Direito, para subir na vida e ganhar o meu pão de cada dia. Digamos, fomos contemporâneos daqueles anos dourados onde despontava os bailes da Reitoria da UFRGS. Quem viveu aquele tempo sabe do que  estou falando.
Todavia, eu o conheci. Falei com ele, algumas vezes, no meio da turma que eram meus colegas de aula e que eram amigos dele. Sempre me impressionou a elegância, a lhaneza do trato e a visão daquele jovem alto, bonito, elegante, e fazia lembrar, aproximadamente, a figura do dr. Osvaldo Aranha.
Interessante, um jovem rico, da elite, se bandeou para o PT, causando surpresa a todos, e se tornou, com a desculpa, do termo, um fantástico e culto  "aspone"  -  pois, nunca fez concurso, nunca exerceu um cargo executivo, nunca submeteu seu nome ao crivo e ao vestibular da urna. Sempre agiu nos bastidores, aproveitando as benesses do poder. Tudo bem. Sorte dele que sempre gozou de ótimos empregos. Salário em dia. Viagens pagas, com diárias, etc. etc...Carro oficial.
Não estou a criticar. Estou a narrar simplesmente um fato do meu tempo de estudante de Direito na UFRGS, da Porto Alegre, na década de 50 e 60, do século passado.
Como eu sempre me considerei da "direita" mesmo como estudante de Direito na UFRGS. Nunca participei da " esquerda" liderada pelo Carlos Araujo ( ex- Dilma)   e  outros, que chegou a ser meu colega de turma, por dois anos, e depois partiu para Pernambuco, onde se uniu a Franciso Julião, nas ligas Camponesas, no agreste pernambucano.  Então, o fato, de o Marco Aurélio Garcia, guinar para a " esquerda" e se tornar como diz o emeil o consultor e conselheiro internacional da Lulla e Dilma, causou, como é natural surpresa, na nossa turma.


Nério "dos Mondadori" Letti.

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