A PEQUENEZ DO ESTADO
João Eichbaum
Entra ano e sai ano,
entra governador e sai governador, o crime cresce e o Estado diminui. Não
porque seja o crime organizado, e sim porque o Estado é desorganizado.
Semana passada, em
pleno dia, às onze e meia da manhã, bandidos tomaram conta de duas cidades, ao
mesmo tempo. Estouraram a marretadas as portas dos bancos, paralisaram pelo
terror funcionários e clientes, tomaram como reféns pessoas que transitavam
pela rua, se apoderaram do dinheiro e fugiram.
Numa dessas cidades não
havia policiamento algum. Na outra, um único policial militar estava de plantão.
Os bandidos pintaram e bordaram porque sabiam disso. Mas, o Secretário de Segurança talvez nem saiba que
existem essas cidades.
E para coroar as
mancadas do Estado, os jornais estampam a seguinte manchete: déficit de mil e
quinhentos professores na rede estadual. Policiais e professores mal pagos dá nisso: falta de segurança e educação, que se juntam ao desemprego, à inflação, às estradas esburacadas e às filas do SUS.
E enquanto o povo
suporta tantos padecimentos e mortificações, os políticos se mantêm no poder,
aumentando impostos. Eles sabem que o povo geme e grita na primeira hora, mas
sabem também que ele acaba esquecendo, enredado na vulgaridade dos programas de
televisão e dos campeonatos de futebol.
Sempre assim foi e
sempre assim o será, porque a ambição dos políticos é maior do que a sua
competência, porque a vergonha deles é menor do que sua ganância pelo poder. E
só a “democracia” permite que assim seja.
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