terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A PEQUENEZ DO ESTADO

João Eichbaum

Entra ano e sai ano, entra governador e sai governador, o crime cresce e o Estado diminui. Não porque seja o crime organizado, e sim porque o Estado é desorganizado.

Semana passada, em pleno dia, às onze e meia da manhã, bandidos tomaram conta de duas cidades, ao mesmo tempo. Estouraram a marretadas as portas dos bancos, paralisaram pelo terror funcionários e clientes, tomaram como reféns pessoas que transitavam pela rua, se apoderaram do dinheiro e fugiram.

Numa dessas cidades não havia policiamento algum. Na outra, um único policial militar estava de plantão. Os bandidos pintaram e bordaram porque sabiam disso. Mas, o Secretário de Segurança talvez nem saiba que existem essas cidades.

E para coroar as mancadas do Estado, os jornais estampam a seguinte manchete: déficit de mil e quinhentos professores na rede estadual. Policiais e professores mal pagos dá nisso: falta de segurança e educação, que se juntam ao desemprego, à inflação, às estradas esburacadas e às filas do SUS.

E enquanto o povo suporta tantos padecimentos e mortificações, os políticos se mantêm no poder, aumentando impostos. Eles sabem que o povo geme e grita na primeira hora, mas sabem também que ele acaba esquecendo, enredado na vulgaridade dos programas de televisão e dos campeonatos de futebol.

Sempre assim foi e sempre assim o será, porque a ambição dos políticos é maior do que a sua competência, porque a vergonha deles é menor do que sua ganância pelo poder. E só a “democracia” permite que assim seja.







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