quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

 PROFISSÕES
Carlos Maurício Mantiqueira

Todo trabalho é digno. As profissões mostram apenas o grau de estudo necessário ao seu exercício e a aptidão natural de quem as exerce; ou a necessidade de obtenção de renda, muito embora não se goste da tarefa.
Apenas para efeito de comparação, podemos classificar as profissões segundo a condição humana de quem as utiliza.
A mais tétrica é a de coveiro; a mais sublime é a de comediante.
Temos profissionais excelentes, normais (médios) ou canalhas em todos os misteres.
Trataremos apenas de algumas atividades.
O médico depende de alguma enfermidade ou acidente de seus clientes para obter seu rendimento.
O juiz vive da desgraça e/ou angústia das partes. Não tem nenhum escrúpulo em fomentar ou pelo menos não agravar o sofrimento dos desvalidos. Não tem pressa, compaixão ou solidariedade.
O advogado dispensa comentários. A utilidade do serviço só aparece quando não é feito; como o da dona de casa.
O engenheiro contribui para uma vida melhor da sociedade.
O comerciante promove a distribuição de bens.
Os artistas plásticos ou cênicos despertam o sentimento do belo.
Os músicos nos maravilham com sua arte, de absorção fácil e simples.
Os filósofos se nutrem da verdade mas quase sempre morrem de fome.
Os comediantes vivem do riso alheio. Desde o provocado por trocadilho infantil até o mais fino exemplo do non sense.
Apenas o quiprocó (quid pro quo) nos faz rir até as lágrimas, mas é involuntário. Uma benção divina.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte Alerta Total


Um comentário:

Gigi disse...

Uma crônica interessante. Cumprimentos.