QUANDO A LASCÍVIA PESA MAIS DO QUE
A FÉ
João Eichbaum
A revista
Veja desta semana faz chamada de capa para uma matéria que gera asco e mexe com
os brios de quem não apascenta cordeiros. Segundo a reportagem, um adolescente,
portador de deficiência mental, teria sido obrigado a satisfazer, com a boca, à
bestialidade de um padre, numa sauna, na cidade de Caldas Novas, em Goiás.
À mãe, que
o esperava na saída da sauna, chamou atenção a inquietude do menino, pedindo-lhe
que o levasse para casa, porque tinha que escovar os dentes. A atitude
inusitada provocou nela uma reação que só o instinto materno consegue: acabou
arrancando do filho a revelação do acontecido.
Imediatamente,
com o menino pela mão, ela saiu, em pânico, à procura do criminoso. Deparando
com o padre à beira da piscina, o menino o apontou. A reação furiosa da mãe
despertou a atenção de alguém, que chamou a polícia. O padre foi algemado e
preso. À reportagem ele declarou que só foi acusado porque pertence às “minorias”.
Afrodescendente
e, segundo averiguações da polícia, produtor de espermatozoides cuja
preferência não são exatamente óvulos, o sacerdote não é daqueles que apreciam
as esculturas do Criador, feitas com costelas de varão. Acompanhavam-no na
sauna um padre e um seminarista, ambos homossexuais. Com essas credenciais, ele
correu para o abrigo do coitadismo social, que alimenta a distinção de classes
entre os seres humanos.
O grito da
sociedade contra o velho e sempre requentado tema da pedofilia praticada por
sacerdotes, ditos celibatários, parece que não produz eco, assim na terra como
nos céus. É sempre esquecido, abafado, não encontra nos meios de comunicação o
mesmo espaço e a mesma força que arrasta mulheres para a rua contra os estupros
“coletivos”.
Apesar da
santa ira do papa, nada mudou na Igreja, nesse ponto. Talvez porque ela não
queira passar dos limites de sua competência. Afinal, no Evangelho de João,
15:16, Jesus Cristo assume pessoalmente a tarefa de escolher os que trabalham
para ele: “não fostes vós que me escolhestes, mas eu que escolhi a vós”.
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