terça-feira, 14 de junho de 2016

QUANDO A LASCÍVIA PESA MAIS DO QUE A FÉ

João Eichbaum

A revista Veja desta semana faz chamada de capa para uma matéria que gera asco e mexe com os brios de quem não apascenta cordeiros. Segundo a reportagem, um adolescente, portador de deficiência mental, teria sido obrigado a satisfazer, com a boca, à bestialidade de um padre, numa sauna, na cidade de Caldas Novas, em Goiás.

À mãe, que o esperava na saída da sauna, chamou atenção a inquietude do menino, pedindo-lhe que o levasse para casa, porque tinha que escovar os dentes. A atitude inusitada provocou nela uma reação que só o instinto materno consegue: acabou arrancando do filho a revelação do acontecido.

Imediatamente, com o menino pela mão, ela saiu, em pânico, à procura do criminoso. Deparando com o padre à beira da piscina, o menino o apontou. A reação furiosa da mãe despertou a atenção de alguém, que chamou a polícia. O padre foi algemado e preso. À reportagem ele declarou que só foi acusado porque pertence às “minorias”.

Afrodescendente e, segundo averiguações da polícia, produtor de espermatozoides cuja preferência não são exatamente óvulos, o sacerdote não é daqueles que apreciam as esculturas do Criador, feitas com costelas de varão. Acompanhavam-no na sauna um padre e um seminarista, ambos homossexuais. Com essas credenciais, ele correu para o abrigo do coitadismo social, que alimenta a distinção de classes entre os seres humanos.

O grito da sociedade contra o velho e sempre requentado tema da pedofilia praticada por sacerdotes, ditos celibatários, parece que não produz eco, assim na terra como nos céus. É sempre esquecido, abafado, não encontra nos meios de comunicação o mesmo espaço e a mesma força que arrasta mulheres para a rua contra os estupros “coletivos”.

Apesar da santa ira do papa, nada mudou na Igreja, nesse ponto. Talvez porque ela não queira passar dos limites de sua competência. Afinal, no Evangelho de João, 15:16, Jesus Cristo assume pessoalmente a tarefa de escolher os que trabalham para ele: “não fostes vós que me escolhestes, mas eu que escolhi a vós”.






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