A PÁTRIA AMADA, IDOLATRDA, MALTRATADA
João Eichbaum
Se há uma coisa de que o Lula entende, não tenham a mínima dúvida, é de futebol. Olhem o que ele disse, depois que os barbados da seleção olímpica brasileira sofreram uma humilhante derrota para a seleção argentina: “ nunca vi um time tão sem vontade de ganhar. Nunca passei tanta raiva na minha vida”.
Além de gostar de futebol e de entender do assunto, o Lula “passou” uma raiva, porque a vitória representaria para ele também uma grande vitória. A vitória iria para as urnas, seria uma vitória do governo do PT. Principalmente, se os brasileiros ganhassem o “ouro”. Aí, seria a glória, desfilariam no carro de bombeiros, com o povo vibrando o estandarte que “a brisa do Brasil beija e balança”.
Mas notem o que diz o presidente desta pátria amada, idolatrada e agora maltratada pelo Messi, pelo já veterano Riquelme e outros nove mais: “nunca vi um time tão sem vontade de ganhar”.
Mas claro, ilustre torcedor. Para ganhar, além de técnica e preparo físico é preciso garra. E garra, muitas vezes, implica prejuízo, às vezes graves lesões, além do desgaste. E como é que aquela turminha convocada pelo Dunga, cheia de dinheiro, mergulhada nos milhões e na fama européia, iria se arriscar a tanto? Uma lesão poderia tira-los das manchetes, diminuir-lhes as possibilidades de fazerem grandes contratos com multinacionais. Por isso, não valeria a pena tanto esforço. A coisa tinha que vir ao natural pela “arte” do futebol brasileiro. Mas como a “arte” não apareceu, prevaleceu a garra argentina, porque os argentinos, acima de tudo, amam a pátria, tanto que até guerra fizeram com a Inglaterra.
Todo o mercenário só tem em mira o dinheiro. Porque dinheiro traz fama e belas mulheres pra cama.
Olhem o Pato, o famoso Pato. O que foi feito dele? Ganhou fama e, ainda sem sair das fraldas, “noivou” em Paris com uma artista de novela. Isso sim é glorioso. A pátria amada e idolatrada, que vá às favas – para dizer o menos.
Garra tinha o Dunga, que nunca foi grande jogador. Mas a garra dele é que superava todas as deficiências. A seleção por ele convocada tem lá dois artistas, o Ronaldinho e o Pato, mas, como todo o artista, viveram eles dias sem inspiração e sem inspiração não há arte. O resto era a cara do Dunga, jogadores de nível médio, que podem até brilhar em times europeus, formados, na maioria, por pernas de pau, mas que não tinham a garra compensadora do mesmo Dunga.
Foram muito longo os olímpicos. O time mais forte que encontraram antes da Argentina foi o de Camarões, de quem só ganharam depois que o adversário ficou com um a menos, com uma expulsão injusta.
Sei que a derrota não vai adiantar de nada. Vão continuar convocando os mercenários para novas seleções e assim tirando a única alegria que os brasileiros têm, o único orgulho – idiota, por sinal – que podem invocar. A pátria continuará sendo amada, idolatrada, mas maltratada pelos políticos corruptos e pelos adversários que sabem jogar com garra.
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