quarta-feira, 19 de novembro de 2008

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

ANISTIA PARA JOÃO GOULART
João Eichbaum

Você já tinha ouvido coisa semelhante? Anistia para defunto. Desde quando defunto necessita de “anistia”? Para que lhe irá servir uma “anistia”?
Pois o defunto João Goulart foi “anistiado”, segundo notícias de jornal.
Segundo os jornais, “a decisão foi tomada em julgamento da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça”, cujo presidente, um tal de Paulo Abrão, informa que a “anistia a Jango representa um pedido de desculpa do Estado”.
Toda essa farsa só tem uma finalidade: usar o nosso dinheiro para pagar uma pensão mensal no valor de CR$ 5.400,00 para a pobre viúva do João Goulart, a muitíssimo conhecida Maria Teresa Goulart, que já teve seus tempos de glória! Esse valor, segundo o jornal “corresponde ao salário de um advogado sênior”. E acrescenta o jornal: “Goulart era bacharel em Direito”.
Pera aí! Vamos por partes. Bacharel em direito é uma coisa. Advogado é outra. Sei que o João Goulart era bacharel em direito porque vi com meus próprios olhos, durante os cinco anos que freqüentei a Faculdade de Direito da Urgs, sua fotografia no quadro de formatura da turma de 1936. Mas daí a ser ele “advogado”, ah isso nunca foi!
João Goulart, ao que se saiba, nunca trabalhou na vida, nem como advogado, nem como qualquer outra coisa. Ele sempre foi político, criado à sombra de outro que só conheceu o batente por pouco tempo, como promotor público, nomeado de favor, sem prestar concurso, o Getúlio Vargas, o qual depois se atirou no “dolce far niente” da politicagem pelo resto da vida. Ambos, João Goulart e Getúlio eram filhos de fazendeiros, herdeiros de bens de raiz. Bens esses de que participou o cunhado Brizola, que, bem casado, também não precisou trabalhar, como nós, simples mortais.
Agora você, meu caro, que a única coisa que conheceu na vida foi o batente, e contribuiu rigorosamente para a Previdência Social, você é tratado a salário mínimo por essa mesma Previdência Social, que nunca recebeu um puto vintém do João Goulart.
Ah, e a pobre viuvinha, que hoje já não tá com nada, também foi “anistiada” com uma indenização no valor de 480 salários mínimos. Alguém aí da platéia pode me informar o que é que ela fez para ser “anistiada”? Quem tinha que anistiá-la era o próprio e manso João Goulart e não o Estado.
Só um detalhe: à testa desse “Ministério da Justiça” está um senhor chamado Tarso Genro, que também esteve no “exílio” e era companheiro político do João Goulart.
Eles chegaram ao poder, gente, e agora não nos dão segurança, saúde, educação, porque falta dinheiro. Só não falta dinheiro para a companheirada. Ah, sim, e para anistiar defuntos...

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