FORUM SOCIAL MUNDIAL (II)
João Eichbaum
Na segunda feira última, um monte de mentecaptos e aproveitadores estragaram a vida de milhares de pessoas em Porto Alegre: era o “desfile” de abertura do Fórum Social Mundial.
As ruas do centro ficaram atravancadas: nem os ricos que circulavam em seus automóveis, nem os pobres que se apertavam nos ônibus puderam voltar para casa. Pela simples e pura razão de que os vagabundos que afirmam que “um mundo melhor é possível” resolveram bagunçar o coreto de todo o mundo.
Marcio Dolzan, estudante de jornalismo, em brilhante artigo publicado na Zero Hora de quarta-feira passada, se espanta: “não sei qual é a grande mudança que algumas milhares de pessoas conseguem provocar ao paralisar o centro de Porto Alegre, ao final de uma tarde abafada de segunda-feira. De minha parte, conseguiram mudar as características da comida congelada que eu acabara de comprar no supermercado para estocar em casa. Provavelmente a comida será jogada fora. Uma nova compra é possível. Um novo salário para ela, não”
Na crônica de ontem já desenhei o tipo de pessoas que participam desse tal de Fórum Social Mundial. Desse tipo de gente não se pode esperar coisa melhor, não se pode esperar respeito pelo próximo, respeito pela ordem, respeito pelo “social” – adjetivo que eles tantos gostam de usar.
Mentecaptos, disse eu. Só mesmo mentecaptos, apoiados por aproveitadores, podem se reunir para resolver tudo isso: crise mundial, economia solidária, pobreza, distribuição de riquezas, reforma agrária, sustentabilidade, direitos humanos e mais a tragédia no Haiti – que nem o Deus judaico-cristão resolveu.
Vocês se lembram há quantos anos existe esse tal de Fórum Social Mundial?
Há dez anos. Começou aqui, no tempo do Tarso Genro e do Olívio Dutra, esse sindicalista profissional, que se tornou governador do Estado, hoje recebe uma bela pensão de “ex-governador” e, por isso, nunca mais precisou ir agitar “as massas” em praça pública. Um dos convidados do Olívio para o evento foi um militante das Farc, grupo criminoso que seqüestra e mata cidadãos na Colômbia e vive do tráfico de drogas.
Então, desde o início esse Fórum mostra que não serve pra merda nenhuma, porque não tem cacife, não tem “pedigree”, com gente desse quilate. E tanto é verdade que, passados dez anos, a gente só se lembra do colombiano terrorista e do Bovè, aquele anarquista francês que veio aqui para ensinar a destruir lavouras, lição até hoje praticada pela Via Campesina, MST e outros salteadores menos votados.
Passados dez anos, sem que do seu “bla-bla-bla” tivesse resultado alguma coisa positiva, uma que fosse, o dito Fórum Social Mundial não pode ser levado a sério, não merece esse destaque forçado que a imprensa gaúcha lhe quer emprestar.
Quem analisa com racionalidade – e não com interesses inconfessáveis – essa libertinagem a que emprestaram o nome de “fórum” só pode chegar a uma conclusão: no dia em que mentecaptos e aproveitadores fizerem alguma coisa para melhorar o mundo, terá soado a hora do Juízo Final. Aí, até eu acreditarei e me postarei na fila da direita, a dos que vão ouvir o “vinde benditos”.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
FORUM SOCIAL MUNDIAL
João Eichbaum
Você aí, que não ta muito ligado em noticiário político, que prefere a página policial, a de esportes ou a dos classificados em busca de emprego, ou você que mal aguenta o noticiário da TV, porque está interessada mesmo é na novela das nove, me responda: você sabe o que é o FSM (já adquiriu sigla), o Fórum Social Mundial?
Pois, então leia o que diz abaixo da manchete de primeira página, o jornal VS: “temas como crise mundial, economia solidária, pobreza, distribuição de riquezas, reforma agrária, sustentabilidade e direitos humanos vão dividir espaço com a tragédia no Haiti durante os debates no Fórum Social Mundial”
Viu só? Os caras vão resolver tudo isso e você nem sabia. Nem eu.
Então se reúne e começa com “shows” artísticos (pagos com o dinheiro que os cofres públicos tiram do nosso trabalho) essa gente toda: bichas, lésbicas, puxadores de fumo, vagabundos de todas as marcas, mulheres feias e gordas que vêm de todos os cantos desta América latrina em busca de sexo, ali no parque da Harmonia mesmo, garanhões de última categoria, tatuados, barbudos, sem banho, com bermudas mais sujas do que coloridas e camisas sem manga, que vêm atrás de putaria e “crack”.
À frente deles “companheiros do PT” e outros idiotas que se dizem intelectuais, acompanhados de agitadores do MST, Vila Campesina e demais elementos dessa laia de safados. Tem um tal de Oded Grajew, um outro, Cândido Grzybowski, que ostenta um baita emprego, o de diretor geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (sabem pra que serve essa merda?) e também o Celso Woyciechowski (levei meia hora pra digitar o sobrenome desses “brasileiros”). Não me perguntem donde saíram, que eu não sei dizer.
Ah, sim e tem o Geraldo Stedile que organiza as maiores bagunças, saques e depredações deste país, presidindo o MST. E para melhorar as papagaiadas, este ano ainda trouxeram um português, um tal de Boaventura de Souza Santos, que não podia fazer outra coisa mesmo, senão ensinar economia para portugueses na Universidade de Coimbra. Mas, notem: o cara é sociólogo, viram? Só um sociólogo mesmo, para ensinar economia para portugueses.
Esse é o quadro dos atores, que vêm atrapalhar o cotidiano do povo de Porto Alegre, este ano também o de São Leopoldo, Canoas e Novo Hamburgo, para o fim único de melhorar o mundo, enquanto seus participantes se divertem com sexo, drogas, música e fanfarronadas, esperando que o mundo melhore. E nada de batente, é claro.
João Eichbaum
Você aí, que não ta muito ligado em noticiário político, que prefere a página policial, a de esportes ou a dos classificados em busca de emprego, ou você que mal aguenta o noticiário da TV, porque está interessada mesmo é na novela das nove, me responda: você sabe o que é o FSM (já adquiriu sigla), o Fórum Social Mundial?
Pois, então leia o que diz abaixo da manchete de primeira página, o jornal VS: “temas como crise mundial, economia solidária, pobreza, distribuição de riquezas, reforma agrária, sustentabilidade e direitos humanos vão dividir espaço com a tragédia no Haiti durante os debates no Fórum Social Mundial”
Viu só? Os caras vão resolver tudo isso e você nem sabia. Nem eu.
Então se reúne e começa com “shows” artísticos (pagos com o dinheiro que os cofres públicos tiram do nosso trabalho) essa gente toda: bichas, lésbicas, puxadores de fumo, vagabundos de todas as marcas, mulheres feias e gordas que vêm de todos os cantos desta América latrina em busca de sexo, ali no parque da Harmonia mesmo, garanhões de última categoria, tatuados, barbudos, sem banho, com bermudas mais sujas do que coloridas e camisas sem manga, que vêm atrás de putaria e “crack”.
À frente deles “companheiros do PT” e outros idiotas que se dizem intelectuais, acompanhados de agitadores do MST, Vila Campesina e demais elementos dessa laia de safados. Tem um tal de Oded Grajew, um outro, Cândido Grzybowski, que ostenta um baita emprego, o de diretor geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (sabem pra que serve essa merda?) e também o Celso Woyciechowski (levei meia hora pra digitar o sobrenome desses “brasileiros”). Não me perguntem donde saíram, que eu não sei dizer.
Ah, sim e tem o Geraldo Stedile que organiza as maiores bagunças, saques e depredações deste país, presidindo o MST. E para melhorar as papagaiadas, este ano ainda trouxeram um português, um tal de Boaventura de Souza Santos, que não podia fazer outra coisa mesmo, senão ensinar economia para portugueses na Universidade de Coimbra. Mas, notem: o cara é sociólogo, viram? Só um sociólogo mesmo, para ensinar economia para portugueses.
Esse é o quadro dos atores, que vêm atrapalhar o cotidiano do povo de Porto Alegre, este ano também o de São Leopoldo, Canoas e Novo Hamburgo, para o fim único de melhorar o mundo, enquanto seus participantes se divertem com sexo, drogas, música e fanfarronadas, esperando que o mundo melhore. E nada de batente, é claro.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
CRÕNICAS MAL SUCEDIDAS
BIOGRAFIAS FALSAS, VERDADEIRAS E INÚTEIS
Paulo Wainberg
I
Jeremiah Farrel, mórmon de Ohio, USA, no ano de 1736, numa bela tarde de outono em que o ar da tarde estava povoado de algodões voadores, etéreos e diáfanos, enrolava uma grossa corda de fibra de casca de árvores, machucando os dedos e lutando contra os nós que teimavam em se formar, no novelo.
Ao sentir sede, largou o rolo de corda sobre a grama e destampou sua cantina de couro, tomando dois goles de água quente, mas refrescante. Ao depositar a cantina no chão, ao seu lado, sob a árvore em que se encontrava, percebeu um brilho na grama. Curioso, esticou o braço e pegou o objeto: era um osso da coxa de um galo, há muito depenado.
Olhou o osso, olhou o novelo emaranhado de corda e teve uma ideia: desfez o trabalho anterior, pegou uma ponta da corda e começou a enrolá-la, simetricamente, no osso.
Assim inventou o carretel de linha, até hoje usado pelos mais renomados costureiros e peça indispensável na arte da costura.
Jeremiah percorreu a pé os poucos quilômetros até chegar na sua aldeia. Enquanto andava, enfiava os dedos entre a longa barba, cacoete adquirido aos cinco anos, idade em que, segundo a lenda, nasce a barba dos mórmons.
Estava ansioso, louco para revelar sua descoberta a Mabel Lee, sua prometida desde o nascimento e com quem casaria, logo que ela menstruasse pela primeira vez.
O sucesso da invenção foi tamanho que toda a aldeia passou a utilizá-la para enrolar cordas, fios e outros tecidos.
Sucedeu que chegou à aldeia o Reverendo Carter e seu Elixir Carter, capaz de curar desde micoses até bexiga solta, ossos doídos e unhas encravadas.
Quando a aldeia se reuniu ao redor da carroça do Reverendo Carter, ele percebeu que grande parte dos mórmons enrolava cordas em ossos de coxas de galos e galinhas, as crianças até brincavam, segurando a ponta da corda e arremessando o osso para o chão e, com um puxão, faziam a corda se enrolar novamente, numa versão rudimentar do ioiô.
Com seu grande tino comercial, o Reverendo Carter apressou-se em patentear e industrializar o mecanismo que, no entanto, caiu no domínio público com o nome vulgar de Carretel de Linha.
A não ser eu, ninguém tem a menor idéia de quem foi Jeremiah Farrel, o inventor do carretel de linha que, tão logo surgiram os primeiros sinais menstruais, tomou por esposa sua prometida, Mabel Lee com quem teve mais de uma dezena de filhos. Jeremiah morreu obscuro, apenas um a mais a morrer, entre os anciões da aldeia mórmon.
II
J. S. Bach compôs uma fantástica obra musical: Tocata e Fuga em Ré maior, A Paixão Segundo São Matheus, A Paixão Segundo São João, Os seis Concertos de Bradenburgo que inspiraram Villa-Lobos a compor suas Bachianas Brasileiras, suítes para piano, violino, violoncelo, mestre da fuga – ou contra-ponto – autor de O Cravo Bem Temperado e do conhecidíssimo Jesus Alegria dos Homens, entre tantas outras, sem falar nas que se perderam, ao que consta, quase a metade.
Enquanto isto, passou a vida tocando órgão em igrejas, dando consultoria técnica na construção de novos órgãos, lutando por empregos e aceitando tocar em igrejas católicas embora fosse firmemente luterano. E ainda teve tempo de deixar 20 filhos. Enquanto viveu, sua obra musical passou desapercebida, pouco valor lhe davam os amantes musicais da época, considerando-o ultrapassado e sem vigor.
Reconheciam-lhe ser um virtuoso tocador de órgão e nada mais. Morreu cego.
Cem anos depois de sua morte, Mendelson resolveu levar à cena a maior obra de Bach, A paixão Segundo São Matheus, obra para orquestra, coral e solistas com mais de três horas de duração.
O mundo quedou-se boquiaberto, iniciou-se uma corrida pelas composições de Bach que acabou sendo considerado, unanimemente, o maior compositor barroco da História, chamado por alguns, como Beethoven, como ‘o pai da música’.
Apenas para você compreender melhor o drama, imagine que você criou uma obra-prima superior, em qualquer ramo da arte. Mostrou ao pessoal, uns gostaram, outros não deram bola e muitos detestaram.
Aí você morre, digamos ali por 1910.
De repente alguém – eu, por exemplo – descubro sua obra-prima em algum lugar, fico enlouquecido com ela e passo a divulgá-la e, tanto a coisa anda, que você acaba sendo reconhecido o maior de todos os tempos, o gênio completo, admirado, cultuado e imitado pelo resto dos tempos. É o máximo, vai negar? E se isso tivesse acontecido quando você ainda estava vivo, ia ser melhor ainda.
Pois é.
III
Durante séculos, principalmente os XVIII, XIX e XX, discutiu-se a origem, a época de nascimento e o processo criativo de Homero, poeta grego autor das obras A Ilíada e A Odisséia, que sistematizaram formalmente a rica mitologia grega.
A Ilíada relata o último ano da Guerra de Tróia, que durou dez anos. Naquele último ano Aquiles é atingido por uma flecha disparada por Paris no único lugar vulnerável de seu corpo: o calcanhar.
A perda de seu herói abalou os gregos e Ulisses, Odisseu em grego, bolou a estratégia do Cavalo de Tróia que, introduzido em Tróia recheado de soldados, dizimou os troianos, pondo fim, assim, à guerra e dando origem à popular expressão “Presente de Grego” que significa que, por traz dele, avança uma grossa sacanagem para o presenteado.
A Odisséia relata os dez anos seguintes, durante os quais Ulisses (Odisseu), fez de tudo para voltar para Itaca, seu reino onde Penélope tecia sua teia, sendo sempre surpreendido por lindas feiticeiras e bruxas a seduzi-lo com o que há de melhor na existência: conforto, boa comida e muito sexo. Finalmente Odisseu retorna, disfarçado de mendigo, elabora suas tramas e, enfim sós, curte sua fiel Penélope, que jamais duvidou de sua volta.
Historiadores de todas as estirpes, correntes e níveis de conhecimento, tentaram desvendar o mistério de Homero, o cego, porque Homero, em grego, significa aquele que não vê, portanto Homero não era nome próprio e sim uma alusão à deficiência física do aedo, a declamar seus poemas épicos nas praças, ruelas, cantinas, hospedagens e outros lugares públicos da antiga Grécia, especialmente nos ágoras e bordéis.
Alguns sustentam que Homero não existiu e que a Ilíada e a Odisséia não passam de compilação de poemas épicos recitados pelos aedos, os poetas, menestréis e trovadores da época.
Outros afirmam que Homero foi um grande escritor, capaz de compilar fatos históricos, dando-lhes formato épico e acrescendo-lhes ingredientes misteriosos, religiosos e sobrenaturais.
Outros afirmam que Homero, por ser cego, apenas falava e recitava, enquanto uma legião de escribas, equivalente aos modernos sebentários das aulas na faculdade, tratavam de copiar cada suspiro, cada gemido e cada palavra do mestre.
Finalmente, a grande descoberta: Lorde Linvingstone, Barão de Rocheville, Príncipe da Antuérpia e, nas horas vagas, zagueiro central do time B do Mônaco Futebol Clube, além de rico proprietário de uma loja de equipamentos eletrônicos na rua central de Andorra, compilou absolutamente tudo que se sabia, tudo o que foi dito, tudo o que se argumentou a respeito de Homero e concluiu, sem sombra de dúvidas que a Ilíada e a Odisséia não foram escritas pelo poeta grego e sim por um outro poeta grego, casualmente chamado Homero e, casualmente cego. E comprovou sua afirmação mediante um depoimento escrito por Egidio, o Marceneiro, numa pedra pome encontrada às margens do Mar Morto por um grupo de turistas que dizia, em grego vulgar antigo: “Este Homero, o cego, não é Homero, o cego, que compôs a Ilíada e a Odisséia, e sim o dono de uma peixaria em Creta. Homero, o cego, que compôs a Ilíada e a Odisséia, é outro”.
A História não falha.
IV
Existem duas maneiras de tirar um esparadrapo: lentamente, pedacinho por pedacinho, produzindo a torturante dor dos cabelinhos da pele sendo arrancados. Ou de supetão, uma puxada radical, dói tudo de uma vez só e a dor passa, também, de uma vez só e rapidamente.
Durante décadas a fio, foram tirando lentamente o esparadrapo do Haiti, produzindo dores constantes e intermináveis. Para cada pedacinho de esparadrapo puxado, o Vodu era invocado, justificando a dor, o ditador pedia o sacrifício do povo em nome do futuro que jamais chegou, a doença, a miséria, a guerra, o crime, a sujeira, a ignorância, o atraso, a falta de acesso à tecnologia moderna foram alguns dos pelos arrancados com muita dor e lentamente, pelo monumental esparadrapo grudado nos haitianos.
A natureza resolveu mudar o processo e, para tirar o terrível esparadrapo, usou o método do puxão, provocando uma única, imensa, torturante e massacrante dor, a comover o resto do mundo.
Agora, em nome da solidariedade de urgência, da ajuda de ocasião, bilhões de dólares, entre dinheiro, serviços e bens estão sendo colocados no Haiti, para ao menos mitigar a gigantesca dor.
O que me deixa curioso é saber qual dos métodos usarão, a partir de agora, para retirar o esparadrapo: lentamente para manter tudo como estava, ou de supetão, para uma mudança radical em que os esparadrapos só serão utilizados em quem precisar.
Paulo Wainberg
I
Jeremiah Farrel, mórmon de Ohio, USA, no ano de 1736, numa bela tarde de outono em que o ar da tarde estava povoado de algodões voadores, etéreos e diáfanos, enrolava uma grossa corda de fibra de casca de árvores, machucando os dedos e lutando contra os nós que teimavam em se formar, no novelo.
Ao sentir sede, largou o rolo de corda sobre a grama e destampou sua cantina de couro, tomando dois goles de água quente, mas refrescante. Ao depositar a cantina no chão, ao seu lado, sob a árvore em que se encontrava, percebeu um brilho na grama. Curioso, esticou o braço e pegou o objeto: era um osso da coxa de um galo, há muito depenado.
Olhou o osso, olhou o novelo emaranhado de corda e teve uma ideia: desfez o trabalho anterior, pegou uma ponta da corda e começou a enrolá-la, simetricamente, no osso.
Assim inventou o carretel de linha, até hoje usado pelos mais renomados costureiros e peça indispensável na arte da costura.
Jeremiah percorreu a pé os poucos quilômetros até chegar na sua aldeia. Enquanto andava, enfiava os dedos entre a longa barba, cacoete adquirido aos cinco anos, idade em que, segundo a lenda, nasce a barba dos mórmons.
Estava ansioso, louco para revelar sua descoberta a Mabel Lee, sua prometida desde o nascimento e com quem casaria, logo que ela menstruasse pela primeira vez.
O sucesso da invenção foi tamanho que toda a aldeia passou a utilizá-la para enrolar cordas, fios e outros tecidos.
Sucedeu que chegou à aldeia o Reverendo Carter e seu Elixir Carter, capaz de curar desde micoses até bexiga solta, ossos doídos e unhas encravadas.
Quando a aldeia se reuniu ao redor da carroça do Reverendo Carter, ele percebeu que grande parte dos mórmons enrolava cordas em ossos de coxas de galos e galinhas, as crianças até brincavam, segurando a ponta da corda e arremessando o osso para o chão e, com um puxão, faziam a corda se enrolar novamente, numa versão rudimentar do ioiô.
Com seu grande tino comercial, o Reverendo Carter apressou-se em patentear e industrializar o mecanismo que, no entanto, caiu no domínio público com o nome vulgar de Carretel de Linha.
A não ser eu, ninguém tem a menor idéia de quem foi Jeremiah Farrel, o inventor do carretel de linha que, tão logo surgiram os primeiros sinais menstruais, tomou por esposa sua prometida, Mabel Lee com quem teve mais de uma dezena de filhos. Jeremiah morreu obscuro, apenas um a mais a morrer, entre os anciões da aldeia mórmon.
II
J. S. Bach compôs uma fantástica obra musical: Tocata e Fuga em Ré maior, A Paixão Segundo São Matheus, A Paixão Segundo São João, Os seis Concertos de Bradenburgo que inspiraram Villa-Lobos a compor suas Bachianas Brasileiras, suítes para piano, violino, violoncelo, mestre da fuga – ou contra-ponto – autor de O Cravo Bem Temperado e do conhecidíssimo Jesus Alegria dos Homens, entre tantas outras, sem falar nas que se perderam, ao que consta, quase a metade.
Enquanto isto, passou a vida tocando órgão em igrejas, dando consultoria técnica na construção de novos órgãos, lutando por empregos e aceitando tocar em igrejas católicas embora fosse firmemente luterano. E ainda teve tempo de deixar 20 filhos. Enquanto viveu, sua obra musical passou desapercebida, pouco valor lhe davam os amantes musicais da época, considerando-o ultrapassado e sem vigor.
Reconheciam-lhe ser um virtuoso tocador de órgão e nada mais. Morreu cego.
Cem anos depois de sua morte, Mendelson resolveu levar à cena a maior obra de Bach, A paixão Segundo São Matheus, obra para orquestra, coral e solistas com mais de três horas de duração.
O mundo quedou-se boquiaberto, iniciou-se uma corrida pelas composições de Bach que acabou sendo considerado, unanimemente, o maior compositor barroco da História, chamado por alguns, como Beethoven, como ‘o pai da música’.
Apenas para você compreender melhor o drama, imagine que você criou uma obra-prima superior, em qualquer ramo da arte. Mostrou ao pessoal, uns gostaram, outros não deram bola e muitos detestaram.
Aí você morre, digamos ali por 1910.
De repente alguém – eu, por exemplo – descubro sua obra-prima em algum lugar, fico enlouquecido com ela e passo a divulgá-la e, tanto a coisa anda, que você acaba sendo reconhecido o maior de todos os tempos, o gênio completo, admirado, cultuado e imitado pelo resto dos tempos. É o máximo, vai negar? E se isso tivesse acontecido quando você ainda estava vivo, ia ser melhor ainda.
Pois é.
III
Durante séculos, principalmente os XVIII, XIX e XX, discutiu-se a origem, a época de nascimento e o processo criativo de Homero, poeta grego autor das obras A Ilíada e A Odisséia, que sistematizaram formalmente a rica mitologia grega.
A Ilíada relata o último ano da Guerra de Tróia, que durou dez anos. Naquele último ano Aquiles é atingido por uma flecha disparada por Paris no único lugar vulnerável de seu corpo: o calcanhar.
A perda de seu herói abalou os gregos e Ulisses, Odisseu em grego, bolou a estratégia do Cavalo de Tróia que, introduzido em Tróia recheado de soldados, dizimou os troianos, pondo fim, assim, à guerra e dando origem à popular expressão “Presente de Grego” que significa que, por traz dele, avança uma grossa sacanagem para o presenteado.
A Odisséia relata os dez anos seguintes, durante os quais Ulisses (Odisseu), fez de tudo para voltar para Itaca, seu reino onde Penélope tecia sua teia, sendo sempre surpreendido por lindas feiticeiras e bruxas a seduzi-lo com o que há de melhor na existência: conforto, boa comida e muito sexo. Finalmente Odisseu retorna, disfarçado de mendigo, elabora suas tramas e, enfim sós, curte sua fiel Penélope, que jamais duvidou de sua volta.
Historiadores de todas as estirpes, correntes e níveis de conhecimento, tentaram desvendar o mistério de Homero, o cego, porque Homero, em grego, significa aquele que não vê, portanto Homero não era nome próprio e sim uma alusão à deficiência física do aedo, a declamar seus poemas épicos nas praças, ruelas, cantinas, hospedagens e outros lugares públicos da antiga Grécia, especialmente nos ágoras e bordéis.
Alguns sustentam que Homero não existiu e que a Ilíada e a Odisséia não passam de compilação de poemas épicos recitados pelos aedos, os poetas, menestréis e trovadores da época.
Outros afirmam que Homero foi um grande escritor, capaz de compilar fatos históricos, dando-lhes formato épico e acrescendo-lhes ingredientes misteriosos, religiosos e sobrenaturais.
Outros afirmam que Homero, por ser cego, apenas falava e recitava, enquanto uma legião de escribas, equivalente aos modernos sebentários das aulas na faculdade, tratavam de copiar cada suspiro, cada gemido e cada palavra do mestre.
Finalmente, a grande descoberta: Lorde Linvingstone, Barão de Rocheville, Príncipe da Antuérpia e, nas horas vagas, zagueiro central do time B do Mônaco Futebol Clube, além de rico proprietário de uma loja de equipamentos eletrônicos na rua central de Andorra, compilou absolutamente tudo que se sabia, tudo o que foi dito, tudo o que se argumentou a respeito de Homero e concluiu, sem sombra de dúvidas que a Ilíada e a Odisséia não foram escritas pelo poeta grego e sim por um outro poeta grego, casualmente chamado Homero e, casualmente cego. E comprovou sua afirmação mediante um depoimento escrito por Egidio, o Marceneiro, numa pedra pome encontrada às margens do Mar Morto por um grupo de turistas que dizia, em grego vulgar antigo: “Este Homero, o cego, não é Homero, o cego, que compôs a Ilíada e a Odisséia, e sim o dono de uma peixaria em Creta. Homero, o cego, que compôs a Ilíada e a Odisséia, é outro”.
A História não falha.
IV
Existem duas maneiras de tirar um esparadrapo: lentamente, pedacinho por pedacinho, produzindo a torturante dor dos cabelinhos da pele sendo arrancados. Ou de supetão, uma puxada radical, dói tudo de uma vez só e a dor passa, também, de uma vez só e rapidamente.
Durante décadas a fio, foram tirando lentamente o esparadrapo do Haiti, produzindo dores constantes e intermináveis. Para cada pedacinho de esparadrapo puxado, o Vodu era invocado, justificando a dor, o ditador pedia o sacrifício do povo em nome do futuro que jamais chegou, a doença, a miséria, a guerra, o crime, a sujeira, a ignorância, o atraso, a falta de acesso à tecnologia moderna foram alguns dos pelos arrancados com muita dor e lentamente, pelo monumental esparadrapo grudado nos haitianos.
A natureza resolveu mudar o processo e, para tirar o terrível esparadrapo, usou o método do puxão, provocando uma única, imensa, torturante e massacrante dor, a comover o resto do mundo.
Agora, em nome da solidariedade de urgência, da ajuda de ocasião, bilhões de dólares, entre dinheiro, serviços e bens estão sendo colocados no Haiti, para ao menos mitigar a gigantesca dor.
O que me deixa curioso é saber qual dos métodos usarão, a partir de agora, para retirar o esparadrapo: lentamente para manter tudo como estava, ou de supetão, para uma mudança radical em que os esparadrapos só serão utilizados em quem precisar.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
FOI POR ISSO QUE OS HOMENS INVENTARAM DEUS...
João Eichbaum
Não consegui ler o texto, mas vi a chamada na Internet que dizia mais ou menos assim: “escritor diz que a catástrofe do Haiti parece a prova de que Deus não existe”.
O tema da religião, em ocasiões como essa, não pode ficar fora de foco e instiga pensadores como Janer Cristaldo que o abordou na excelente crônica “DEUS POUPA CRUZ MAS MATA SANTA”.
Para quem não admite a existência de qualquer divindade, o que aconteceu no Haiti não passou de um fenômeno da natureza, e ponto final. Para a natureza não existem igrejas, padres, arcebispos, irmãs de arcebispo, homens bons, homens maus, ateus, crentes, etc. etc., pois é tudo uma coisa só.
Mas, os crentes, os que pensam e estão convictos de que há uma divindade que criou e governa o mundo, ah, esses devem muitas explicações, no mínimo para si mesmos, e não podem deixar o seu deus fora disso, sob pena de lhe atribuírem uma olímpica indiferença.
Ora, se criou o mundo e colocou frágeis, mortais e indefesas criaturas sobre a face da terra, porque essa divindade resolveu dotar a natureza de tamanha força, de tanto poder destruidor? Para se divertir com a desgraça, para extravasar sadismo? Porque essa divindade não aceita as orações dos bons, dos padres, bispos, arcebispos, cardeais e papas e usa sua indiferença destruidora contra todos, indiscriminadamente?
Muita coisa se pode questionar sobre essa divindade criada pelo homem, chamada de Alá pelos muçulmanos e de Deus, pelos judeus e cristãos. A partir da própria “criação” do paraíso terrestre, estorinha contada pela Bíblia, onde “Deus” teria estabelecido a “árvore do bem e do mal”, como teste do comportamento e, sobretudo, da subserviência dos seres humanos, sabendo que tais seres, fracos, despreparados, curiosos, inevitavelmente seriam traídos por tais fraquezas. Depois, outros acessos de fúria desse “Deus”, como o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, o envio do próprio filho para ser crucificado, esquecendo seus criadores de que ele seria onisciente. Enfim, tudo o que se diz de Deus ou Alá, além de desrespeitar própria concepção de divindade, que implica perfeição, subestima a inteligência de quem só lida com a lógica.
Por outro lado, a evolução do ser humano, esse ente que até hoje não conseguiu se despir inteiramente de sua animalidade original, está muito mais presente no dia a dia, na vida de todos, do que qualquer mostra de divindade. No Haiti, por exemplo. Deparei com um flagrante transmitido pela TV, que repugna a quem o encara com racionalidade. Dois jovens estendidos no meio da rua, um para cada lado, ambos feridos a bala por policiais, porque se lhes atribuía o “saque” de sacos de arroz. Um deles morreu logo depois.
Ora, se sabe que a fome se alastra no Haiti, faltam gêneros alimentícios, falta água, faltam tetos, os cadáveres se amontoam, o ar está emprestado como o cheiro da decomposição dos corpos. E a polícia agindo, como se tudo estivesse em ordem. Pior do que isso: ferindo mortalmente a quem se apodera de um saco de arroz, para matar a fome sua e de sua família.
É o império do primata, puramente animal, porque não se concebe que, no ordenamento jurídico do Haiti esteja ausente a milenar figura do furto famélico, que é a subtração de comida para matar a fome.
Não é preciso ser sábio, nem muito inteligente, para concluir que impera no Haiti, nessa hora, uma loucura coletiva, imposta pela dor, pela perda, pelo desespero, pelo desamparo total, pela fome, hora em que a animalidade pontifica, o homem mostra o que ele realmente é.
Como nunca, nessa hora, na ausência redentora de qualquer divindade, soa incontestavelmente verdadeiro o pensamento do escritor português Rogério de Freitas: “foi por isso que os homens inventaram Deus, para nos compensar de uma dignidade que nós não alcançamos.”
João Eichbaum
Não consegui ler o texto, mas vi a chamada na Internet que dizia mais ou menos assim: “escritor diz que a catástrofe do Haiti parece a prova de que Deus não existe”.
O tema da religião, em ocasiões como essa, não pode ficar fora de foco e instiga pensadores como Janer Cristaldo que o abordou na excelente crônica “DEUS POUPA CRUZ MAS MATA SANTA”.
Para quem não admite a existência de qualquer divindade, o que aconteceu no Haiti não passou de um fenômeno da natureza, e ponto final. Para a natureza não existem igrejas, padres, arcebispos, irmãs de arcebispo, homens bons, homens maus, ateus, crentes, etc. etc., pois é tudo uma coisa só.
Mas, os crentes, os que pensam e estão convictos de que há uma divindade que criou e governa o mundo, ah, esses devem muitas explicações, no mínimo para si mesmos, e não podem deixar o seu deus fora disso, sob pena de lhe atribuírem uma olímpica indiferença.
Ora, se criou o mundo e colocou frágeis, mortais e indefesas criaturas sobre a face da terra, porque essa divindade resolveu dotar a natureza de tamanha força, de tanto poder destruidor? Para se divertir com a desgraça, para extravasar sadismo? Porque essa divindade não aceita as orações dos bons, dos padres, bispos, arcebispos, cardeais e papas e usa sua indiferença destruidora contra todos, indiscriminadamente?
Muita coisa se pode questionar sobre essa divindade criada pelo homem, chamada de Alá pelos muçulmanos e de Deus, pelos judeus e cristãos. A partir da própria “criação” do paraíso terrestre, estorinha contada pela Bíblia, onde “Deus” teria estabelecido a “árvore do bem e do mal”, como teste do comportamento e, sobretudo, da subserviência dos seres humanos, sabendo que tais seres, fracos, despreparados, curiosos, inevitavelmente seriam traídos por tais fraquezas. Depois, outros acessos de fúria desse “Deus”, como o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, o envio do próprio filho para ser crucificado, esquecendo seus criadores de que ele seria onisciente. Enfim, tudo o que se diz de Deus ou Alá, além de desrespeitar própria concepção de divindade, que implica perfeição, subestima a inteligência de quem só lida com a lógica.
Por outro lado, a evolução do ser humano, esse ente que até hoje não conseguiu se despir inteiramente de sua animalidade original, está muito mais presente no dia a dia, na vida de todos, do que qualquer mostra de divindade. No Haiti, por exemplo. Deparei com um flagrante transmitido pela TV, que repugna a quem o encara com racionalidade. Dois jovens estendidos no meio da rua, um para cada lado, ambos feridos a bala por policiais, porque se lhes atribuía o “saque” de sacos de arroz. Um deles morreu logo depois.
Ora, se sabe que a fome se alastra no Haiti, faltam gêneros alimentícios, falta água, faltam tetos, os cadáveres se amontoam, o ar está emprestado como o cheiro da decomposição dos corpos. E a polícia agindo, como se tudo estivesse em ordem. Pior do que isso: ferindo mortalmente a quem se apodera de um saco de arroz, para matar a fome sua e de sua família.
É o império do primata, puramente animal, porque não se concebe que, no ordenamento jurídico do Haiti esteja ausente a milenar figura do furto famélico, que é a subtração de comida para matar a fome.
Não é preciso ser sábio, nem muito inteligente, para concluir que impera no Haiti, nessa hora, uma loucura coletiva, imposta pela dor, pela perda, pelo desespero, pelo desamparo total, pela fome, hora em que a animalidade pontifica, o homem mostra o que ele realmente é.
Como nunca, nessa hora, na ausência redentora de qualquer divindade, soa incontestavelmente verdadeiro o pensamento do escritor português Rogério de Freitas: “foi por isso que os homens inventaram Deus, para nos compensar de uma dignidade que nós não alcançamos.”
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
COM A PALAVRA, JANER CRISTADO
DEUS POUPA CRUZMAS MATA SANTA
Escreve-me Jorge A. Neto:
"O cordão carola de puxa-sacos do Tucano-Vaticanista se deleita com uma imagem de Cristo preservada em meio aos escombros do que um dia foi uma cidade. Escombros os quais, aposto o pouco que tenho nisso, incluem algumas milhares de estatuetas iguais sinistradas. Será que alguém fez uma contagem?Inebriados pela visão psicotrópica do Cristo preservado, o carolo-cordão sofre de amnésia seletiva e se esquece da Santa Arns, cuja cabeça não foi clemenciada do peso de uma laje de concreto no mesmo evento, ou ainda da Catedral principal da cidade que não teve a mesma sorte do santinho da foto e caiu na cabeça do vigário.E dos milhares de católicos sumariamente eliminados pelo furor tectônico, que parece ser um elemento natural que ainda não está muito sob controle dos desígnios de Javé. Hora de atualizar o software divino.Uma coisa pelo menos tenho que concordar com os evangélicos malucos: estas imagens tem poder imbecilizante. Cadê aquele pastor que chutava santas na TV? Aquele cara era OK.
Abraços, o blog está muito bom."
A imprensa aproveitou o terremoto para criar uma santa. O recórter tucanopapista hidrófobo da Veja usa o desastre para xingar os colegas da ideologia que professou em sua juventude: “Um grande crucifixo foi o que restou na igreja Sacré Coeur de Tugeau, em Porto Príncipe, destruída pelo terremoto do dia 12 no Haiti. No local, estava, entre outros, a médica e militante católica Zilda Arns, que morreu.
Mantenham a peça longe do Programa Nacional de Direitos Humanos, de Lula, Dilma Rousseff e Paulo Vannuchi. Resistiu ao terremoto, mas pode não resistir à estupidez”.
Cristão novo é assim mesmo. Tem de se fustigar com correntes para mostrar que negou o passado. À estupidez, não resiste o argumento do recórter hidrófobo tucanopapista. Dá a entender que Jeová salvou o símbolo do Filho, aquele instrumento de tortura que os católicos, em uma demonstração de mau gosto exemplar, brandem em nome de sua fé. Matou, no entanto, a devota que o cultuava. O recórter é aquele tipo de gente que agradece ao bom Deus quando se salva em uma queda de avião. Ok! Mas que tinha o bom Deus contra os demais?
Quanto ao pastor que chutou a santa, pelo que lembro, foi mandado para o degredo na África. Se já voltou, não sei. O chute escandalizou os católicos. Logo os católicos que, no início de sua trajetória, chutaram as imagens dos deuses pagãos. Em Lectures on the History of the Ancient Church, o historiador da Igreja Russa V. V. Bolotov menciona escritos de Libanio, sofista e professor de retórica no século IV, dirigidos ao imperador Teodósio I queixando-se dos ataques dos monges fanáticos contra os templos pagãos, destruindo monumentos antiqüíssimos e obras de arte muito valiosas, como a estátua que Fídias fez para representar Asclépios, o deus da medicina, “uma obra feita com tanto trabalho e com tanto talento e que foi destruída” na cidade de Beros.
Comentando Bolotov, escreve a historiadora Ana Martos: “Foi igualmente destruído o santuário de Eleusis, após celebrar durante onze séculos os mistérios mais populares do Mediterrâneo. Segundo Santo Agostinho, foi destruído por Alarico com ajuda de uma daquelas turbas de monges que, da mesma forma, derrubaram o famoso Serapeum de Alexandria, uma maravilha da arte helenística que pereceu em 391 após o edito de Teodosio que significou o fim do paganismo. O mesmo ocorreu com os santuários de Mitra, em alguns dos quais, segundo conta Gibbon, se encontram esqueletos acorrentados”.Ordens do chefe, que se vai fazer?
Em Levítico 26:29, Jeová proclama alto e bom som:“Destruirei os vossos altos lugares, derrubarei as vossas imagens do sol, e lançarei os vossos cadáveres sobre os destroços dos vossos ídolos; e a minha alma vos abominará. Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave. Assolarei a terra, e sobre ela pasmarão os vossos inimigos que nela habitam. Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto.Ezequiel (6:4) retoma o propósito divino:“E serão assolados os vossos altares, e quebrados os vossos altares de incenso; e arrojarei os vossos mortos diante dos vossos ídolos. E porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus ídolos, e espalharei os vossos ossos em redor dos vossos altares. (...) Em todos os vossos lugares habitáveis as cidades serão destruídas, e os altos assolados; para que os vossos altares sejam destruídos e assolados, e os vossos ídolos se quebrem e sejam destruídos, e os altares de incenso sejam cortados, e desfeitas as vossas obras”.
O pastor da Universal até que foi tímido, se comparado ao Senhor. Apenas chutou uma santinha de pau oco.
Escreve-me Jorge A. Neto:
"O cordão carola de puxa-sacos do Tucano-Vaticanista se deleita com uma imagem de Cristo preservada em meio aos escombros do que um dia foi uma cidade. Escombros os quais, aposto o pouco que tenho nisso, incluem algumas milhares de estatuetas iguais sinistradas. Será que alguém fez uma contagem?Inebriados pela visão psicotrópica do Cristo preservado, o carolo-cordão sofre de amnésia seletiva e se esquece da Santa Arns, cuja cabeça não foi clemenciada do peso de uma laje de concreto no mesmo evento, ou ainda da Catedral principal da cidade que não teve a mesma sorte do santinho da foto e caiu na cabeça do vigário.E dos milhares de católicos sumariamente eliminados pelo furor tectônico, que parece ser um elemento natural que ainda não está muito sob controle dos desígnios de Javé. Hora de atualizar o software divino.Uma coisa pelo menos tenho que concordar com os evangélicos malucos: estas imagens tem poder imbecilizante. Cadê aquele pastor que chutava santas na TV? Aquele cara era OK.
Abraços, o blog está muito bom."
A imprensa aproveitou o terremoto para criar uma santa. O recórter tucanopapista hidrófobo da Veja usa o desastre para xingar os colegas da ideologia que professou em sua juventude: “Um grande crucifixo foi o que restou na igreja Sacré Coeur de Tugeau, em Porto Príncipe, destruída pelo terremoto do dia 12 no Haiti. No local, estava, entre outros, a médica e militante católica Zilda Arns, que morreu.
Mantenham a peça longe do Programa Nacional de Direitos Humanos, de Lula, Dilma Rousseff e Paulo Vannuchi. Resistiu ao terremoto, mas pode não resistir à estupidez”.
Cristão novo é assim mesmo. Tem de se fustigar com correntes para mostrar que negou o passado. À estupidez, não resiste o argumento do recórter hidrófobo tucanopapista. Dá a entender que Jeová salvou o símbolo do Filho, aquele instrumento de tortura que os católicos, em uma demonstração de mau gosto exemplar, brandem em nome de sua fé. Matou, no entanto, a devota que o cultuava. O recórter é aquele tipo de gente que agradece ao bom Deus quando se salva em uma queda de avião. Ok! Mas que tinha o bom Deus contra os demais?
Quanto ao pastor que chutou a santa, pelo que lembro, foi mandado para o degredo na África. Se já voltou, não sei. O chute escandalizou os católicos. Logo os católicos que, no início de sua trajetória, chutaram as imagens dos deuses pagãos. Em Lectures on the History of the Ancient Church, o historiador da Igreja Russa V. V. Bolotov menciona escritos de Libanio, sofista e professor de retórica no século IV, dirigidos ao imperador Teodósio I queixando-se dos ataques dos monges fanáticos contra os templos pagãos, destruindo monumentos antiqüíssimos e obras de arte muito valiosas, como a estátua que Fídias fez para representar Asclépios, o deus da medicina, “uma obra feita com tanto trabalho e com tanto talento e que foi destruída” na cidade de Beros.
Comentando Bolotov, escreve a historiadora Ana Martos: “Foi igualmente destruído o santuário de Eleusis, após celebrar durante onze séculos os mistérios mais populares do Mediterrâneo. Segundo Santo Agostinho, foi destruído por Alarico com ajuda de uma daquelas turbas de monges que, da mesma forma, derrubaram o famoso Serapeum de Alexandria, uma maravilha da arte helenística que pereceu em 391 após o edito de Teodosio que significou o fim do paganismo. O mesmo ocorreu com os santuários de Mitra, em alguns dos quais, segundo conta Gibbon, se encontram esqueletos acorrentados”.Ordens do chefe, que se vai fazer?
Em Levítico 26:29, Jeová proclama alto e bom som:“Destruirei os vossos altos lugares, derrubarei as vossas imagens do sol, e lançarei os vossos cadáveres sobre os destroços dos vossos ídolos; e a minha alma vos abominará. Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave. Assolarei a terra, e sobre ela pasmarão os vossos inimigos que nela habitam. Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto.Ezequiel (6:4) retoma o propósito divino:“E serão assolados os vossos altares, e quebrados os vossos altares de incenso; e arrojarei os vossos mortos diante dos vossos ídolos. E porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus ídolos, e espalharei os vossos ossos em redor dos vossos altares. (...) Em todos os vossos lugares habitáveis as cidades serão destruídas, e os altos assolados; para que os vossos altares sejam destruídos e assolados, e os vossos ídolos se quebrem e sejam destruídos, e os altares de incenso sejam cortados, e desfeitas as vossas obras”.
O pastor da Universal até que foi tímido, se comparado ao Senhor. Apenas chutou uma santinha de pau oco.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
COLABORAÇÃO DA VIVIAN
Como se divertir no supermercado...
PORQUE AS MULHERES NÃO DEVEM LEVAR OS MARIDOS PARA AS COMPRAS
Depois que me aposentei, minha mulher insiste que eu a acompanhe quando vai fazer compras no supermercado.
Infelizmente, como a maioria dos homens, eu acho que fazer compras é chato e tenho que ficar inventando formas de passar o tempo. E a minha mulher é igual à maioria das mulheres, fica horas fazendo compras.
Resultado: ontem, minha querida esposa recebeu a seguinte carta do Carrefour:Cara Sra. Neuza Ferrari,Durante os últimos seis meses, seu marido tem causado grandes transtornos em nossa loja. Não podemos mais tolerar seu comportamento e portanto somos obrigados a proibir sua entrada. Nossas queixas contra seu marido estão listadas abaixo e documentadas através de nossas câmeras do circuito interno.
1. 15/Junho: Pegou 24 caixas de preservativos e colocou-as nos carrinhos de compra de outros consumidores enquanto não prestavam atenção.
2.. 02/Julho: Acertou TODOS os alarmes da seção de relógios para tocarem a intervalos de 5 minutos.
3. 07/Julho: Fez uma trilha de molho de tomate pelo chão da loja indo até o banheiro feminino.
4. 19/Julho: Dirigiu-se a uma funcionária e disse em tom oficial: 'Código 3 na seção de Utilidades Domésticas. Dirija-se imediatamente para lá'. Isto fez com que a funcionaria abandonasse seu posto e fosse repreendida pelo gerente, o que resultou em um grave incidente com o sindicato dos empregados.
5. 14/Agosto: Moveu o aviso de 'Cuidado, Piso Molhado' para a seção de carpetes.
6. 15/Agosto: Disse para as crianças que acompanhavam os clientes que elas poderiam brincar nas barracas da seção de camping se trouxessem travesseiros e cobertores da seção de cama, mesa e banho.
7. 23/Agosto: Quando um funcionário perguntou se ele precisava de alguma ajuda, ele começou a chorar e gritar: 'Porque vocês não me deixam em paz?' O resgate foi chamado.
8. 04/Setembro: Usou uma de nossas câmeras de segurança como espelho para tirar tatu do nariz.
9. 10/Setembro: Enquanto examinava armas no departamento de caça, perguntava insistentemente à atendente onde ficavam os anti-depressivos.
10. 03/Outubro: Movia-se pela loja de forma suspeita, enquanto cantarolava alto o tema do filme Missão Impossível.
11. 06/Outubro: No departamento automotivo, ficou imitando o gestual da Madonna usando diferentes tamanhos de funis
12. 18/Outubro: Escondeu-se atrás de um rack de roupas e quando as pessoas procuravam algum artigo, gritava: Você me achou, você me achou!
13. 21/Outubro: Cada vez que era dado algum aviso no sistema de som da loja, colocou-se em posição fetal e gritava: Ah não, aquelas vozes de novo!E por fim:
14. 23/Outubro: Foi a um dos provadores, fechou a porta, esperou um momento e então gritou: Ei, não tem papel higiênico aqui? Uma de nossas atendentes desmaiou.
PORQUE AS MULHERES NÃO DEVEM LEVAR OS MARIDOS PARA AS COMPRAS
Depois que me aposentei, minha mulher insiste que eu a acompanhe quando vai fazer compras no supermercado.
Infelizmente, como a maioria dos homens, eu acho que fazer compras é chato e tenho que ficar inventando formas de passar o tempo. E a minha mulher é igual à maioria das mulheres, fica horas fazendo compras.
Resultado: ontem, minha querida esposa recebeu a seguinte carta do Carrefour:Cara Sra. Neuza Ferrari,Durante os últimos seis meses, seu marido tem causado grandes transtornos em nossa loja. Não podemos mais tolerar seu comportamento e portanto somos obrigados a proibir sua entrada. Nossas queixas contra seu marido estão listadas abaixo e documentadas através de nossas câmeras do circuito interno.
1. 15/Junho: Pegou 24 caixas de preservativos e colocou-as nos carrinhos de compra de outros consumidores enquanto não prestavam atenção.
2.. 02/Julho: Acertou TODOS os alarmes da seção de relógios para tocarem a intervalos de 5 minutos.
3. 07/Julho: Fez uma trilha de molho de tomate pelo chão da loja indo até o banheiro feminino.
4. 19/Julho: Dirigiu-se a uma funcionária e disse em tom oficial: 'Código 3 na seção de Utilidades Domésticas. Dirija-se imediatamente para lá'. Isto fez com que a funcionaria abandonasse seu posto e fosse repreendida pelo gerente, o que resultou em um grave incidente com o sindicato dos empregados.
5. 14/Agosto: Moveu o aviso de 'Cuidado, Piso Molhado' para a seção de carpetes.
6. 15/Agosto: Disse para as crianças que acompanhavam os clientes que elas poderiam brincar nas barracas da seção de camping se trouxessem travesseiros e cobertores da seção de cama, mesa e banho.
7. 23/Agosto: Quando um funcionário perguntou se ele precisava de alguma ajuda, ele começou a chorar e gritar: 'Porque vocês não me deixam em paz?' O resgate foi chamado.
8. 04/Setembro: Usou uma de nossas câmeras de segurança como espelho para tirar tatu do nariz.
9. 10/Setembro: Enquanto examinava armas no departamento de caça, perguntava insistentemente à atendente onde ficavam os anti-depressivos.
10. 03/Outubro: Movia-se pela loja de forma suspeita, enquanto cantarolava alto o tema do filme Missão Impossível.
11. 06/Outubro: No departamento automotivo, ficou imitando o gestual da Madonna usando diferentes tamanhos de funis
12. 18/Outubro: Escondeu-se atrás de um rack de roupas e quando as pessoas procuravam algum artigo, gritava: Você me achou, você me achou!
13. 21/Outubro: Cada vez que era dado algum aviso no sistema de som da loja, colocou-se em posição fetal e gritava: Ah não, aquelas vozes de novo!E por fim:
14. 23/Outubro: Foi a um dos provadores, fechou a porta, esperou um momento e então gritou: Ei, não tem papel higiênico aqui? Uma de nossas atendentes desmaiou.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
COLUNA DO PAULO WAINBERG
Sobre o artigo abaixo, de Carlos Vereza
Paulo Wainberg
Carlos Vereza, brilhante ator brasileiro e ótimo estilista da linguagem, neste caso acho que exagerou, ao comparar o processo eleitoral de 2010, no Brasil, com a Noite dos Cristais alemã, dando início ao processo de 'solução final do problema judeu' através do extermínio industrial, amplo, geral e irrestrito.
Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quanto no período da ditadura militar. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando no governo Sarney. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quanto no governo Collor e seu sucedâneo. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. E nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando nos dois mandados do governo Lula.
Neste último caso, desmascarou-se a cínica e hipócrita lenda da ética e da honestidade arrogada pelo Partido dos Trabalhadores como exclusividade. Mostraram-se, seus membros, tão ladrões quanto os outros.
E provavelmente, nunca, antes, neste País, se roubará tanto quanto no governo que suceder Lula.
A questão é de uma simplicidade capadócia: não havendo corruptores, não haverá corruptos.
Ora, o país que inventou o "jeitinho", a amável maneira de corromper, possui corruptos saindo das paredes, criando corruptos a rodo, seja por uma camiseta, uma cesta básica ou milhões de reais.
O País, que é uma Federação, funciona com um mínimo de autonomia dos Estados, mantem um Senado - em tese representante dos Estados Federados - totalmente inútil, corrupto e corruptor, consumindo incalculável valor da arrecadação tributária, fornecendo, na contra-partida, escândalos, empregos, e praticamente nenhuma influência legislativa.
Mais, ou menos, a Câmara de Deputados.
E não menciono o Judiciário porque... é óbvio.
Portanto, Carlos Vereza, com toda a admiração que há anos nutro por você, console-se: nada vai mudar.
Nem, apesar de insanos e odientos grupos neo-nazistas e anti-semitas ignorantes crônicos, dificilmente outra Noite de Cristal se repetirá, porque os judeus agora possuem um país, Israel, e as comunidades judáicas de outras nacionalidades, nunca mais baixarão a cabeça.
Paulo Wainberg
QUE DEUS NOS AJUDE E PROTEJA!
2010: Cristais quebrados
Carlos Vereza
Não é necessário ser profeta para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010. Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o “fascismo galopante” que aparelhou o estado brasileiro, vá, pacificamente, entregar a um outro presidente, que não seja do esquema lulista, os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil?Lula, já declarou, que (sic) “2010 vai pegar fogo!”. Entenda-se por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura: Dossiês falsos, PCC “em rebelião”, MST convulsionando o país… Que a lei de Godwin me perdoe - mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o trágico início do nazismo na Alemanha.E os “judeus” serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com “patrocínios” de estatais como Petrobras, BNDES e Banco do Brasil, sem, até agora, uma explicação convincente por parte dos “patrocinadores”; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o “mantenedor da estabilidade na América Latina”. Ou seja: a montagem virtual de um grande estadista…Na verdade, Lula, é o übermensch dos especuladores que lucram como “nunca na história deste país”.Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente, a faixa presidencial para, por exemplo, José Serra, ou mesmo Aécio Neves?Pelo que já vimos de “inaugurações” de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPIs, como o da Petrobras, do MST e tantos outros “deslizes”, temos o suficiente para imaginar o que será a “disputa” eleitoral em 2010.Confiram.
Paulo Wainberg
Carlos Vereza, brilhante ator brasileiro e ótimo estilista da linguagem, neste caso acho que exagerou, ao comparar o processo eleitoral de 2010, no Brasil, com a Noite dos Cristais alemã, dando início ao processo de 'solução final do problema judeu' através do extermínio industrial, amplo, geral e irrestrito.
Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quanto no período da ditadura militar. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando no governo Sarney. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quanto no governo Collor e seu sucedâneo. Nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. E nunca, antes, neste País, se roubou tanto quando nos dois mandados do governo Lula.
Neste último caso, desmascarou-se a cínica e hipócrita lenda da ética e da honestidade arrogada pelo Partido dos Trabalhadores como exclusividade. Mostraram-se, seus membros, tão ladrões quanto os outros.
E provavelmente, nunca, antes, neste País, se roubará tanto quanto no governo que suceder Lula.
A questão é de uma simplicidade capadócia: não havendo corruptores, não haverá corruptos.
Ora, o país que inventou o "jeitinho", a amável maneira de corromper, possui corruptos saindo das paredes, criando corruptos a rodo, seja por uma camiseta, uma cesta básica ou milhões de reais.
O País, que é uma Federação, funciona com um mínimo de autonomia dos Estados, mantem um Senado - em tese representante dos Estados Federados - totalmente inútil, corrupto e corruptor, consumindo incalculável valor da arrecadação tributária, fornecendo, na contra-partida, escândalos, empregos, e praticamente nenhuma influência legislativa.
Mais, ou menos, a Câmara de Deputados.
E não menciono o Judiciário porque... é óbvio.
Portanto, Carlos Vereza, com toda a admiração que há anos nutro por você, console-se: nada vai mudar.
Nem, apesar de insanos e odientos grupos neo-nazistas e anti-semitas ignorantes crônicos, dificilmente outra Noite de Cristal se repetirá, porque os judeus agora possuem um país, Israel, e as comunidades judáicas de outras nacionalidades, nunca mais baixarão a cabeça.
Paulo Wainberg
QUE DEUS NOS AJUDE E PROTEJA!
2010: Cristais quebrados
Carlos Vereza
Não é necessário ser profeta para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010. Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o “fascismo galopante” que aparelhou o estado brasileiro, vá, pacificamente, entregar a um outro presidente, que não seja do esquema lulista, os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil?Lula, já declarou, que (sic) “2010 vai pegar fogo!”. Entenda-se por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura: Dossiês falsos, PCC “em rebelião”, MST convulsionando o país… Que a lei de Godwin me perdoe - mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o trágico início do nazismo na Alemanha.E os “judeus” serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com “patrocínios” de estatais como Petrobras, BNDES e Banco do Brasil, sem, até agora, uma explicação convincente por parte dos “patrocinadores”; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o “mantenedor da estabilidade na América Latina”. Ou seja: a montagem virtual de um grande estadista…Na verdade, Lula, é o übermensch dos especuladores que lucram como “nunca na história deste país”.Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente, a faixa presidencial para, por exemplo, José Serra, ou mesmo Aécio Neves?Pelo que já vimos de “inaugurações” de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPIs, como o da Petrobras, do MST e tantos outros “deslizes”, temos o suficiente para imaginar o que será a “disputa” eleitoral em 2010.Confiram.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
PROPAGANDA ELEITORAL EM CIMA DA MISÉRIA
João Eichbaum
Todo o mundo sabe – e só os ministros do Superior Tribunal Eleitoral, os que foram nomeados pelo Lula, os advogados e membros do Ministério Público que não entendem bosta nenhuma de direito eleitoral, porque nunca presidiram uma eleição na vida deles, e os acomodados, sem personalidade, sem colhão, mostrarão, quando chegar a vez deles, que não sabiam – que o Lula está querendo enfiar goela abaixo dos brasileiros a figura antipática da Dilma Rousseff.
Como quem não quer nada, o ex- sindicalista vai fazendo das suas, inaugurando obras ao lado dela, passando a palavra para que ela possa aparecer, enfim, dando uma de marqueteiro, porque o que interessa mesmo ao PT é se manter no poder eternamente.
A penúltima tentativa dele, que não foi propriamente dele, mas de um puxassaco chamado Luiz Carlos Barreto, se não me engano, que é diretor de cinema, foi a de empurrar também goela abaixo dos brasileiros o filme “Lula, o Filho do Brasil”.
Com a apologia do ex-sindicalista montada por puxassacos, a turma do poder achou que o povo ia aderir em massa. Mas esqueceram que do bolsa-família – como já disse outro dia – não sobra nem para comer um prato mais de feijão, o que se dirá para ir ao cinema.
Então, o filme perdeu a força da propaganda.
Mas agora inventaram outra: mostrar o que faz o Ministério da Guerra. Trinta jornalistas brasileiros foram convidados pelo governo federal para verem de perto a dor, a miséria, a desgraça no Haiti. A bordo do 737 presidencial, os jornalistas foram acompanhados por representantes do Ministério da Guerra e do Itamaraty. Tudo às nossas custas naturalmente.
Tem sentido isso? Não bastarão as centenas de jornalistas do mundo todo que lá estão, fotografando e filmando aquele quadro de dor ? Já não há gente demais no Haiti, disputando lugar, cama, água e comida, e o Lula ainda leva gente daqui unicamente para olhar a miséria?
É a propaganda. A qualquer preço. Custe o que custar. A propaganda do atual governo, para mostrar o que faz, a fim de eleger a Dilma. Afinal, os jornalistas “convidados”, evidentemente, não vão falar mal do governo.
João Eichbaum
Todo o mundo sabe – e só os ministros do Superior Tribunal Eleitoral, os que foram nomeados pelo Lula, os advogados e membros do Ministério Público que não entendem bosta nenhuma de direito eleitoral, porque nunca presidiram uma eleição na vida deles, e os acomodados, sem personalidade, sem colhão, mostrarão, quando chegar a vez deles, que não sabiam – que o Lula está querendo enfiar goela abaixo dos brasileiros a figura antipática da Dilma Rousseff.
Como quem não quer nada, o ex- sindicalista vai fazendo das suas, inaugurando obras ao lado dela, passando a palavra para que ela possa aparecer, enfim, dando uma de marqueteiro, porque o que interessa mesmo ao PT é se manter no poder eternamente.
A penúltima tentativa dele, que não foi propriamente dele, mas de um puxassaco chamado Luiz Carlos Barreto, se não me engano, que é diretor de cinema, foi a de empurrar também goela abaixo dos brasileiros o filme “Lula, o Filho do Brasil”.
Com a apologia do ex-sindicalista montada por puxassacos, a turma do poder achou que o povo ia aderir em massa. Mas esqueceram que do bolsa-família – como já disse outro dia – não sobra nem para comer um prato mais de feijão, o que se dirá para ir ao cinema.
Então, o filme perdeu a força da propaganda.
Mas agora inventaram outra: mostrar o que faz o Ministério da Guerra. Trinta jornalistas brasileiros foram convidados pelo governo federal para verem de perto a dor, a miséria, a desgraça no Haiti. A bordo do 737 presidencial, os jornalistas foram acompanhados por representantes do Ministério da Guerra e do Itamaraty. Tudo às nossas custas naturalmente.
Tem sentido isso? Não bastarão as centenas de jornalistas do mundo todo que lá estão, fotografando e filmando aquele quadro de dor ? Já não há gente demais no Haiti, disputando lugar, cama, água e comida, e o Lula ainda leva gente daqui unicamente para olhar a miséria?
É a propaganda. A qualquer preço. Custe o que custar. A propaganda do atual governo, para mostrar o que faz, a fim de eleger a Dilma. Afinal, os jornalistas “convidados”, evidentemente, não vão falar mal do governo.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
COM A PALAVRA, O ADVOGADO DO DIABO
João Eichbaum
“Não existe ser humano mais perfeito, mais solidário e sem preconceitos que as crianças”.
Essa frase foi atribuída à senhora Zilda Arns Neumann, como sendo um dos pensamentos que expressou em sua última conferência.
Quem é que conhece uma criança “solidária”? Qual é a criança que reparte, imediatamente, sem apelo, o seu brinquedo, o seu doce, a sua comida, o colo de sua mãe?
A exclusão do outro é uma expressão rudimentar, não elaborada, de preconceito. A criança, enquanto criança, é a manifestação mais explícita de egoísmo que se encontra na raça dos primatas humanos. Por instinto, e não por deliberação consciente, ela quer a mãe e tudo quanto implique noção de propriedade exclusivamente para si. O instinto de sobrevivência é que dita as normas e o comportamento para a criança. E por força desse instinto ela não abre mão de seu “ego”.
Enfim, o ser humano, mercê da carga animal de que é composto, nunca foi, nem será perfeito.
Conclusão minha: dona Zilda não conhecia crianças. Ou tinha escassos conhecimentos de antropologia, na proporção inversa do tamanho de sua fé, que a mandava acreditar na estória bíblica de Adão e Eva.
Dona Zilda, que se havia casado com um marceneiro, teve todo o apoio de seu irmão, o bispo Paulo Evaristo Arns, para se tornar médica. Tornou-se médica e arrumou um emprego público, na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Não se tem notícia de que ela tenha trabalhado em hospital, consultório, que tenha trabalhado, efetivamente, como pediatra.
Até que um dia o secretário executivo da UNICEF, James Grant, bateu às portas do palácio episcopal do arcebispo Paulo Evaristo Arns, convidando –o “para iniciar uma campanha contra a mortalidade infantil”. O americano garantiu ao bispo que “não faltariam recursos”. Como o religioso, segundo diz a notícia “não tinha tempo, nem agenda para a empreitada”, ele trouxe a irmã Zilda, uma médica burocrata que, então, estava “meio encostada” em razão da troca do governo no Paraná.
Trata-se de um caso explícito de nepotismo, pois é difícil acreditar que em todo o Estado de São Paulo não houvesse alguém com honestidade e competência suficientes para administrar grandes somas de recursos contra a mortalidade infantil.
Não sei se a doutora Zilda era concursada ou não. Não sei em que situação funcional ela assumiu a “Pastoral da Criança”. Uma coisa é certa: não faltavam recursos.
Então, a doutora fez o que qualquer pessoa faria: patrocinada pelo prestígio do irmão se entregou a uma tarefa internacional, com recursos garantidos, inclusive do seu amigo e colega Alceni Guerra, também do Paraná, que, na condição de Ministro da Saúde, liberou meio milhão de dólares para dona Zilda administrar.
Agora podem me xingar, porque estou instituindo o paradoxo, andando na contramão. Mas, a hipocrisia não me faz bem. Não acho que dona Zilda seja uma heroína, uma santa, ou qualquer coisa do gênero. Se ela administrou bem o dinheiro e o emprego que recebeu, nada mais fez do que cumprir com o dever.
Nada de extraordinário há nisso. Mas nenhuma surpresa me causará a abertura de um processo de “beatificação” da ilustre viúva, vítima da fúria da natureza, que não respeita nem as igrejas.
João Eichbaum
“Não existe ser humano mais perfeito, mais solidário e sem preconceitos que as crianças”.
Essa frase foi atribuída à senhora Zilda Arns Neumann, como sendo um dos pensamentos que expressou em sua última conferência.
Quem é que conhece uma criança “solidária”? Qual é a criança que reparte, imediatamente, sem apelo, o seu brinquedo, o seu doce, a sua comida, o colo de sua mãe?
A exclusão do outro é uma expressão rudimentar, não elaborada, de preconceito. A criança, enquanto criança, é a manifestação mais explícita de egoísmo que se encontra na raça dos primatas humanos. Por instinto, e não por deliberação consciente, ela quer a mãe e tudo quanto implique noção de propriedade exclusivamente para si. O instinto de sobrevivência é que dita as normas e o comportamento para a criança. E por força desse instinto ela não abre mão de seu “ego”.
Enfim, o ser humano, mercê da carga animal de que é composto, nunca foi, nem será perfeito.
Conclusão minha: dona Zilda não conhecia crianças. Ou tinha escassos conhecimentos de antropologia, na proporção inversa do tamanho de sua fé, que a mandava acreditar na estória bíblica de Adão e Eva.
Dona Zilda, que se havia casado com um marceneiro, teve todo o apoio de seu irmão, o bispo Paulo Evaristo Arns, para se tornar médica. Tornou-se médica e arrumou um emprego público, na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Não se tem notícia de que ela tenha trabalhado em hospital, consultório, que tenha trabalhado, efetivamente, como pediatra.
Até que um dia o secretário executivo da UNICEF, James Grant, bateu às portas do palácio episcopal do arcebispo Paulo Evaristo Arns, convidando –o “para iniciar uma campanha contra a mortalidade infantil”. O americano garantiu ao bispo que “não faltariam recursos”. Como o religioso, segundo diz a notícia “não tinha tempo, nem agenda para a empreitada”, ele trouxe a irmã Zilda, uma médica burocrata que, então, estava “meio encostada” em razão da troca do governo no Paraná.
Trata-se de um caso explícito de nepotismo, pois é difícil acreditar que em todo o Estado de São Paulo não houvesse alguém com honestidade e competência suficientes para administrar grandes somas de recursos contra a mortalidade infantil.
Não sei se a doutora Zilda era concursada ou não. Não sei em que situação funcional ela assumiu a “Pastoral da Criança”. Uma coisa é certa: não faltavam recursos.
Então, a doutora fez o que qualquer pessoa faria: patrocinada pelo prestígio do irmão se entregou a uma tarefa internacional, com recursos garantidos, inclusive do seu amigo e colega Alceni Guerra, também do Paraná, que, na condição de Ministro da Saúde, liberou meio milhão de dólares para dona Zilda administrar.
Agora podem me xingar, porque estou instituindo o paradoxo, andando na contramão. Mas, a hipocrisia não me faz bem. Não acho que dona Zilda seja uma heroína, uma santa, ou qualquer coisa do gênero. Se ela administrou bem o dinheiro e o emprego que recebeu, nada mais fez do que cumprir com o dever.
Nada de extraordinário há nisso. Mas nenhuma surpresa me causará a abertura de um processo de “beatificação” da ilustre viúva, vítima da fúria da natureza, que não respeita nem as igrejas.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
A FÉ DA MULHER DO JARDINEIRO
João Eichbaum
Foi por causa do medo que os primatas recém entrados na inteligência criaram suas divindades. As tempestades, os raios, os trovões, as estrelas cadentes representavam para o homem primitivo uma força inexplicável. À falta de razões científicas para tais fenômenos, ele concebeu a idéia da divindade, porque somente um “ser superior” teria tanto poder para desencadear tamanha fúria. Assim concebeu deuses que, como ele, homem, estavam sujeitos a ímpetos de ira e mau humor e chutavam o balde por dá cá aquela palha.
A idéia da divindade evoluiu, mas nem tanto, porque nunca se desvencilhou da sua origem, que eram as manifestações de ira, retratadas nos fenômenos da natureza.
Javé, o Deus dos judeus, também foi concebido assim. Tanto que o Antigo Testamento está recheado de manifestações de ira, mau humor e sadismo atribuídas a essa divindade.
Os cristãos tentam dourar a pílula, pintando esse mesmo “Deus” com atributos de bondade e misericórdia. Donde tiraram tais atributos, não se sabe. Até hoje não houve manifestação explícita de tais qualidades, desde que se considere a humanidade como um todo. Nunca houve um bem distribuído de forma uniforme para toda a humanidade. Enquanto alguém, aqui, se considera contemplado pela bondade desse “Deus”, outrem, logo ali, é massacrado pela dor, pela desgraça, pela infelicidade.
E se diz que os cristãos tentam dourar a pílula, porque nem mesmo eles conseguem difundir sua doutrina, sem uma explícita manifestação de sadismo de um “Deus” que, “para remir os pecados”, exigiu o sacrifício do próprio filho, conhecido na mitologia cristã pelo nome de Jesus Cristo.
Falo essas coisas, aproveitando a frase da mulher do meu jardineiro que, enquanto varria a grama cortada pelo marido, sentenciou, se referindo à fúria das águas que derrubou uma ponte com várias pessoas em cima, em Agudo: isso é a prova da existência de Deus, para quem não acredita nele.
É assim mesmo. Não há crente que consiga se livrar da idéia de que o seu “Deus” é dominado pela ira. São pessoas que não raciocinam, evidentemente, e não se dão conta de que, nessa linha de pensamento, por exemplo, não foi senão esse mesmo “Deus”que matou com uma pedrada, no terremoto do Haiti, uma piedosa senhora chamada Zilda Arns, em cujo currículo carregava, ao lado da fama de seu irmão arcebispo, um monte de obras de caridade.
João Eichbaum
Foi por causa do medo que os primatas recém entrados na inteligência criaram suas divindades. As tempestades, os raios, os trovões, as estrelas cadentes representavam para o homem primitivo uma força inexplicável. À falta de razões científicas para tais fenômenos, ele concebeu a idéia da divindade, porque somente um “ser superior” teria tanto poder para desencadear tamanha fúria. Assim concebeu deuses que, como ele, homem, estavam sujeitos a ímpetos de ira e mau humor e chutavam o balde por dá cá aquela palha.
A idéia da divindade evoluiu, mas nem tanto, porque nunca se desvencilhou da sua origem, que eram as manifestações de ira, retratadas nos fenômenos da natureza.
Javé, o Deus dos judeus, também foi concebido assim. Tanto que o Antigo Testamento está recheado de manifestações de ira, mau humor e sadismo atribuídas a essa divindade.
Os cristãos tentam dourar a pílula, pintando esse mesmo “Deus” com atributos de bondade e misericórdia. Donde tiraram tais atributos, não se sabe. Até hoje não houve manifestação explícita de tais qualidades, desde que se considere a humanidade como um todo. Nunca houve um bem distribuído de forma uniforme para toda a humanidade. Enquanto alguém, aqui, se considera contemplado pela bondade desse “Deus”, outrem, logo ali, é massacrado pela dor, pela desgraça, pela infelicidade.
E se diz que os cristãos tentam dourar a pílula, porque nem mesmo eles conseguem difundir sua doutrina, sem uma explícita manifestação de sadismo de um “Deus” que, “para remir os pecados”, exigiu o sacrifício do próprio filho, conhecido na mitologia cristã pelo nome de Jesus Cristo.
Falo essas coisas, aproveitando a frase da mulher do meu jardineiro que, enquanto varria a grama cortada pelo marido, sentenciou, se referindo à fúria das águas que derrubou uma ponte com várias pessoas em cima, em Agudo: isso é a prova da existência de Deus, para quem não acredita nele.
É assim mesmo. Não há crente que consiga se livrar da idéia de que o seu “Deus” é dominado pela ira. São pessoas que não raciocinam, evidentemente, e não se dão conta de que, nessa linha de pensamento, por exemplo, não foi senão esse mesmo “Deus”que matou com uma pedrada, no terremoto do Haiti, uma piedosa senhora chamada Zilda Arns, em cujo currículo carregava, ao lado da fama de seu irmão arcebispo, um monte de obras de caridade.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
OS APOSENTADOS e os POLÍTICOS
João Eichbaum
Você, que contribuiu a vida inteira para a Previdência Social, com uma taxa proporcional ao seu salário, com a ilusão de que estaria garantindo sua sobrevivência na velhice ou, pelo menos, pagando uma relativa tranqüilidade para o fim dos seus dias, agora vê que se enganou, ou melhor, que lhe enganaram, redondamente.
O que você recebe hoje, a título de aposentadoria, mal dá para pagar os remédios que a velhice exige. A sua contribuição foi devorada pela incompetência e pela ladroagem dos políticos e transformada num desvalor que fica abaixo do salário mínimo.
Fernando Henrique Cardoso, o socialista, o homem da esquerda, resolveu que aposentado vale menos do que um salário mínimo. Lula, que teve a companhia de Fernando Henrique Cardoso nos portões das fábricas, no tempo em que ambos eram como cães que ladravam, enquanto a caravana passava, pois o Lula, pai dos pobres, sindicalista que “lutava” pelo direito dos trabalhadores, agora se limita a dizer que as regras atuais da previdência, com relação aos aposentados, se deve ao FHC. E nem pensa em reverter a situação dos aposentados.
Mas veja agora o que foi aprovado pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça: dois filhos do João Goulart, três filhos do Leonel Brizola e um filho do Luiz Carlos Prestes vão receber uma indenização.
Bem. João Goulart e Leonel Brizola nunca trabalharam na vida. O primeiro, não precisava. Era muito rico. Mas era rico, não porque tivesse conquistado a riqueza pelo trabalho. Não. Simplesmente herdou uma fortuna, a que acrecentou o dinheiro público que recebia como político. O Brizola também não precisou trabalhar porque casou com a irmã do João Goulart e, desse modo, botou a mão na fortuna. Com a vida garantida, também entrou para a política.
Luiz Carlos Prestes nem se pode dizer que foi político. Foi simplesmente um agitador fracassado, que sempre esteve a soldo do comunismo internacional. Qual era mesmo a profissão dele? Se alguém souber, que me diga. Teve ele, alguma vez, carteira assinada?
Ah, sim, foi militar, mas recebeu um pé na bunda, por ser desordeiro. Afinal, militar que lidera levante não merece outro qualificativo mesmo.
Pois os filhos deles, cujas profissões e empregos são ignorados pela população brasileira, principalmente por mim, por você e por muitos que da vida só conhecemos o trabalho e a obrigação de contribuir para a Previdência Social, vão ser “indenizados”. Os filhos dos “heróis e idealistas” Jango, Brizola e Prestes, vão se aproveitar do dinheiro, que é fruto exclusivo do nosso trabalho, para continuar a fazer o que seus pais sempre fizeram: nada.
João Eichbaum
Você, que contribuiu a vida inteira para a Previdência Social, com uma taxa proporcional ao seu salário, com a ilusão de que estaria garantindo sua sobrevivência na velhice ou, pelo menos, pagando uma relativa tranqüilidade para o fim dos seus dias, agora vê que se enganou, ou melhor, que lhe enganaram, redondamente.
O que você recebe hoje, a título de aposentadoria, mal dá para pagar os remédios que a velhice exige. A sua contribuição foi devorada pela incompetência e pela ladroagem dos políticos e transformada num desvalor que fica abaixo do salário mínimo.
Fernando Henrique Cardoso, o socialista, o homem da esquerda, resolveu que aposentado vale menos do que um salário mínimo. Lula, que teve a companhia de Fernando Henrique Cardoso nos portões das fábricas, no tempo em que ambos eram como cães que ladravam, enquanto a caravana passava, pois o Lula, pai dos pobres, sindicalista que “lutava” pelo direito dos trabalhadores, agora se limita a dizer que as regras atuais da previdência, com relação aos aposentados, se deve ao FHC. E nem pensa em reverter a situação dos aposentados.
Mas veja agora o que foi aprovado pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça: dois filhos do João Goulart, três filhos do Leonel Brizola e um filho do Luiz Carlos Prestes vão receber uma indenização.
Bem. João Goulart e Leonel Brizola nunca trabalharam na vida. O primeiro, não precisava. Era muito rico. Mas era rico, não porque tivesse conquistado a riqueza pelo trabalho. Não. Simplesmente herdou uma fortuna, a que acrecentou o dinheiro público que recebia como político. O Brizola também não precisou trabalhar porque casou com a irmã do João Goulart e, desse modo, botou a mão na fortuna. Com a vida garantida, também entrou para a política.
Luiz Carlos Prestes nem se pode dizer que foi político. Foi simplesmente um agitador fracassado, que sempre esteve a soldo do comunismo internacional. Qual era mesmo a profissão dele? Se alguém souber, que me diga. Teve ele, alguma vez, carteira assinada?
Ah, sim, foi militar, mas recebeu um pé na bunda, por ser desordeiro. Afinal, militar que lidera levante não merece outro qualificativo mesmo.
Pois os filhos deles, cujas profissões e empregos são ignorados pela população brasileira, principalmente por mim, por você e por muitos que da vida só conhecemos o trabalho e a obrigação de contribuir para a Previdência Social, vão ser “indenizados”. Os filhos dos “heróis e idealistas” Jango, Brizola e Prestes, vão se aproveitar do dinheiro, que é fruto exclusivo do nosso trabalho, para continuar a fazer o que seus pais sempre fizeram: nada.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
O “FILHO DO BRASIL”
João Eichbaum
Parece que “ O Filho do Brasil” está ameaçado de ficar órfão. Me refiro ao filme que, pretensamente, retrata a biografia de um ex-torneiro mecânico chamado Luiz Inácio Lula da Silva. E o dito filme está ameaçado de ficar órfão de público.
Noticia a imprensa que, “quase duas semanas depois de estrear, o desempenho do filme está aquém do sucesso esperado por seus produtores, que chegaram a prever um público total superior a 10 milhões de espectadores”.
O texto noticioso faz uma comparação entre os filmes “Lula, o Filho do Brasil”, “Se eu fosse você”, “A Mulher Invisível” e “Os Normais 2”, todos filmes brasileiros que estão em cartaz. O do Lula foi o que teve menor público, com uma freqüência pouco significativa de interessados.
Isso dá o que pensar. Dá o que pensar para os chamados “aliados do governo”, que tinham o filme como a galinha dos ovos de ouro para as próximas eleições, achavam que ia estourar nas bilheterias, refletindo a “popularidade” do ex-torneiro mecânico. Nem mesmo o acidente com o diretor do filme - sobre cujo estado de saúde a única notícia divulgada é de que ele “abriu os olhos” - despertou a pieguice do público.
Dá o que pensar também para nós, que estamos na arquibancada desse circo, que é a política brasileira. E a primeira pergunta que fazemos é: e as pesquisas, que elevam a “popularidade” do dito ex-torneiro mecânico? Serão verdadeiras? Ou não passam de “encomenda”?
E o jornal “Le Monde”, que considera o Lula o melhor do mundo, o que é que pensa?
Da minha parte, cheguei a uma conclusão: do “bolsa-família”, que dá para a pinga e, quem sabe, para um pouco de carne seca, nada sobra. Como é que essa gente iria ao cinema?
Bem, não duvido que inventem também o “bolsa-ingresso”, para esconder o fracasso da propaganda cinematográfica, se não der certo a “meia-entrada” que está sendo fornecida para “qualquer pessoa sindicalizada”.
João Eichbaum
Parece que “ O Filho do Brasil” está ameaçado de ficar órfão. Me refiro ao filme que, pretensamente, retrata a biografia de um ex-torneiro mecânico chamado Luiz Inácio Lula da Silva. E o dito filme está ameaçado de ficar órfão de público.
Noticia a imprensa que, “quase duas semanas depois de estrear, o desempenho do filme está aquém do sucesso esperado por seus produtores, que chegaram a prever um público total superior a 10 milhões de espectadores”.
O texto noticioso faz uma comparação entre os filmes “Lula, o Filho do Brasil”, “Se eu fosse você”, “A Mulher Invisível” e “Os Normais 2”, todos filmes brasileiros que estão em cartaz. O do Lula foi o que teve menor público, com uma freqüência pouco significativa de interessados.
Isso dá o que pensar. Dá o que pensar para os chamados “aliados do governo”, que tinham o filme como a galinha dos ovos de ouro para as próximas eleições, achavam que ia estourar nas bilheterias, refletindo a “popularidade” do ex-torneiro mecânico. Nem mesmo o acidente com o diretor do filme - sobre cujo estado de saúde a única notícia divulgada é de que ele “abriu os olhos” - despertou a pieguice do público.
Dá o que pensar também para nós, que estamos na arquibancada desse circo, que é a política brasileira. E a primeira pergunta que fazemos é: e as pesquisas, que elevam a “popularidade” do dito ex-torneiro mecânico? Serão verdadeiras? Ou não passam de “encomenda”?
E o jornal “Le Monde”, que considera o Lula o melhor do mundo, o que é que pensa?
Da minha parte, cheguei a uma conclusão: do “bolsa-família”, que dá para a pinga e, quem sabe, para um pouco de carne seca, nada sobra. Como é que essa gente iria ao cinema?
Bem, não duvido que inventem também o “bolsa-ingresso”, para esconder o fracasso da propaganda cinematográfica, se não der certo a “meia-entrada” que está sendo fornecida para “qualquer pessoa sindicalizada”.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
FILOSOFIA
João Eichbaum
Tenho uns amigos que, certamente, por não terem mais nada o que fazer na vida, vivem discutindo, por e-mail, sobre capitalismo e socialismo. Um deles é carola, acredita em “Deus”, em Jesus Cristo, na Igreja Católica, no Papa e noutras baboseiras do gênero. Outro faz coro às mesmas idéias. Um terceiro, nem tanto.
Outro dia, a discussão chegou ao auge sobre o tema. Então, um padre, amigo meu e deles também, que se gaba de ser filósofo, resolveu meter sua colher no meio, invocando sua tese, na qual conceitua capitalismo, liberalismo e socialismo.
Aquele amigo meu, que é carola, disse amén, embora a tese do padre não combinasse com suas idéias.
Eu, que recebo todos os e-mails deles, fiquei na minha, sem emitir qualquer opinião.
Mas, agora chegou a minha vez.
Nunca gostei de filosofia. Acho que filosofia não resolve bosta nenhuma, não produz merda nenhuma, não ajuda em nada.
Algum de vocês leu “O Capital”, de Marx?
Eu não li, nem quero saber o que Karl Marx escreveu.
Como nunca li livro algum de filosofia, nada sei sobre Platão, Aristóteles e outros viados da antiga Grécia.
A, assim chamada, ciência da Filosofia até hoje não melhorou o mundo, em nada contribuiu para que a vida se tornasse mais cômoda, menos pesada. O único homem que, realmente, contribuiu com suas idéias e sua inteligência, para melhorar a nossa vida foi Bill Gates, que não é filósofo. Nem foi preciso que ele fosse crucificado para isso, para nos colocar num patamar superior ao dos demais primatas.
E também conheço gente que, sem nunca ter estudado filosofia, sabe muito mais do que qualquer filósofo.
Paulo Wainberg, por exemplo. Colorado, escritor, cronista, excelente tomador de chope, é um deles. Na crônica publicada por este blog ontem, ele encerra com um frase sensacional:”viver é bom, duro é aguentar o dia a dia”.
Platão disse isso? Aristóteles, Nietsche e outros menos votados disseram algo semelhante?
Claro que não. Mas você, eu, e todos nós que vivemos verdadeiramente a vida, sabemos que é assim.
Ninguém precisa nos ensinar sobre a vida. Não necessitamos de que nos discorram sobre capitalismo, cristianismo, socialismo e liberalismo, porque o que nos interessa é a vida em si, onde nos aperta o sapato, onde, como e com quem se pode viver o melhor momento.
O resto é conversa, e conversa só é bom para conquistar uma mulher ou para passar o tempo, diante de um copo de chope. As asneiras de “Santo” Agostinho, as elucubrações de Aristóteles e o romantismo do Evangelho não resolvem bosta nenhuma.
João Eichbaum
Tenho uns amigos que, certamente, por não terem mais nada o que fazer na vida, vivem discutindo, por e-mail, sobre capitalismo e socialismo. Um deles é carola, acredita em “Deus”, em Jesus Cristo, na Igreja Católica, no Papa e noutras baboseiras do gênero. Outro faz coro às mesmas idéias. Um terceiro, nem tanto.
Outro dia, a discussão chegou ao auge sobre o tema. Então, um padre, amigo meu e deles também, que se gaba de ser filósofo, resolveu meter sua colher no meio, invocando sua tese, na qual conceitua capitalismo, liberalismo e socialismo.
Aquele amigo meu, que é carola, disse amén, embora a tese do padre não combinasse com suas idéias.
Eu, que recebo todos os e-mails deles, fiquei na minha, sem emitir qualquer opinião.
Mas, agora chegou a minha vez.
Nunca gostei de filosofia. Acho que filosofia não resolve bosta nenhuma, não produz merda nenhuma, não ajuda em nada.
Algum de vocês leu “O Capital”, de Marx?
Eu não li, nem quero saber o que Karl Marx escreveu.
Como nunca li livro algum de filosofia, nada sei sobre Platão, Aristóteles e outros viados da antiga Grécia.
A, assim chamada, ciência da Filosofia até hoje não melhorou o mundo, em nada contribuiu para que a vida se tornasse mais cômoda, menos pesada. O único homem que, realmente, contribuiu com suas idéias e sua inteligência, para melhorar a nossa vida foi Bill Gates, que não é filósofo. Nem foi preciso que ele fosse crucificado para isso, para nos colocar num patamar superior ao dos demais primatas.
E também conheço gente que, sem nunca ter estudado filosofia, sabe muito mais do que qualquer filósofo.
Paulo Wainberg, por exemplo. Colorado, escritor, cronista, excelente tomador de chope, é um deles. Na crônica publicada por este blog ontem, ele encerra com um frase sensacional:”viver é bom, duro é aguentar o dia a dia”.
Platão disse isso? Aristóteles, Nietsche e outros menos votados disseram algo semelhante?
Claro que não. Mas você, eu, e todos nós que vivemos verdadeiramente a vida, sabemos que é assim.
Ninguém precisa nos ensinar sobre a vida. Não necessitamos de que nos discorram sobre capitalismo, cristianismo, socialismo e liberalismo, porque o que nos interessa é a vida em si, onde nos aperta o sapato, onde, como e com quem se pode viver o melhor momento.
O resto é conversa, e conversa só é bom para conquistar uma mulher ou para passar o tempo, diante de um copo de chope. As asneiras de “Santo” Agostinho, as elucubrações de Aristóteles e o romantismo do Evangelho não resolvem bosta nenhuma.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
CRÔNICAS PENSATIVAS
DO ANO NOVO
Paulo Wainberg
O cara que responsabilizou a Humanidade pelo Planeta e criou a Ecologia, devia ser louco ou um completo imbecil. A Terra só pensa em nos destruir com terremotos, maremotos, furacões, tufões, vendavais, ciclones, vulcões e micróbios. Salvem as baleias? Não! Salvem os Homens. Outro bicho que vá defender o Planeta.
...
Entrei no mega-shopping, repleto de mega-lojas anunciando mega-ofertas de mega-produtos, com mega-descontos, mega-facilidades e mega-prazos. O que não era mega, era macro. O que não era macro, era hiper. O que não era hiper, era super. O que não era super, era imenso. O que não era imenso, era gigantesco. O que não era gigantesco, era descomunal. O que não era descomunal... era mega.
Eu? Micro.
...
Profetizo que 2010 começa no dobro e termina na metade.
...
Odeio quando minha euforia entra em baixa. Perco a cotação, meu índice cai e nem radio quero escutar. O pior é que quando minha euforia começa a cair, cai mesmo, pulveriza os valores, calcina os papéis e me leva ao prejuízo total. Assim, depois de tantas vezes perder tudo nesse mercado, fiquei prudente, aprendi a sair antes da ruína, preservando um pouco de capital, porque me dei mal, sempre que investi tudo numa única euforia. Hoje em dia trato de manter o índice seis para minha euforia, com pequenas variações para mais e para menos. Nem muito feliz, nem muito triste.
...
Depois da hecatombe, o último sobrevivente será o anônimo mais conhecido do planeta.
...
Nunca, antes, neste País, se disse que tanta coisa nunca foi feita, antes, neste País. A pergunta que não me quer deixar calar é: Qual será a primeira coisa a ser feita neste País que já foi feita antes?
...
A mal dos corruptos é a falta de corruptores.
...
Os caminhos da vida são retos e simples: Os antigos velhos dão lugar aos novos velhos.
...
Assim como mãe, paixão só tem uma. O resto são amores que se esvaem, amizades que fenecem, laços que se desatam, esperanças que se perdem.
...
Viver é bom. Duro é aguentar o dia-a-dia.
Paulo Wainberg
O cara que responsabilizou a Humanidade pelo Planeta e criou a Ecologia, devia ser louco ou um completo imbecil. A Terra só pensa em nos destruir com terremotos, maremotos, furacões, tufões, vendavais, ciclones, vulcões e micróbios. Salvem as baleias? Não! Salvem os Homens. Outro bicho que vá defender o Planeta.
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Entrei no mega-shopping, repleto de mega-lojas anunciando mega-ofertas de mega-produtos, com mega-descontos, mega-facilidades e mega-prazos. O que não era mega, era macro. O que não era macro, era hiper. O que não era hiper, era super. O que não era super, era imenso. O que não era imenso, era gigantesco. O que não era gigantesco, era descomunal. O que não era descomunal... era mega.
Eu? Micro.
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Profetizo que 2010 começa no dobro e termina na metade.
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Odeio quando minha euforia entra em baixa. Perco a cotação, meu índice cai e nem radio quero escutar. O pior é que quando minha euforia começa a cair, cai mesmo, pulveriza os valores, calcina os papéis e me leva ao prejuízo total. Assim, depois de tantas vezes perder tudo nesse mercado, fiquei prudente, aprendi a sair antes da ruína, preservando um pouco de capital, porque me dei mal, sempre que investi tudo numa única euforia. Hoje em dia trato de manter o índice seis para minha euforia, com pequenas variações para mais e para menos. Nem muito feliz, nem muito triste.
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Depois da hecatombe, o último sobrevivente será o anônimo mais conhecido do planeta.
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Nunca, antes, neste País, se disse que tanta coisa nunca foi feita, antes, neste País. A pergunta que não me quer deixar calar é: Qual será a primeira coisa a ser feita neste País que já foi feita antes?
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A mal dos corruptos é a falta de corruptores.
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Os caminhos da vida são retos e simples: Os antigos velhos dão lugar aos novos velhos.
...
Assim como mãe, paixão só tem uma. O resto são amores que se esvaem, amizades que fenecem, laços que se desatam, esperanças que se perdem.
...
Viver é bom. Duro é aguentar o dia-a-dia.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
A TEOLOGIA NA IMPRENSA
João Eichbaum
Assim como a Veja, cuja matéria foi analisada, percucientemente, pelo Janer Cristaldo, também a revista Época resolveu publicar um texto sobre o “Deus” criado pelas religiões.
Acho que a Época ainda foi mais infeliz do que a Veja, trazendo como pano de fundo de sua matéria um livro intitulado “The case for God” (Uma defesa para Deus – em tradução liberal), escrito por uma ex-freira e epiléptica, Karen Armstrong, de origem irlandesa.
Foi infeliz a revista, nesse tema, por duas razões. Uma, porque a ex-freira, sendo epilética, está entre aqueles que uma corrente expressiva da neoneurologia, considera as pessoas mais aptas para assimilar a religiosidade, em razão de problemas no lobo. Outra, porque não consta no currículo da autora qualquer título que lhe confira autoridade para discorrer sobre o tema.
Isso quer dizer que, epiléptica, a autora é mais uma vítima da crença do que uma douta no ramo da teologia. Como ela própria diz, é uma “monoteísta free lancer”.
E é exatamente por falta de autoridade no currículo que ela diz bobagens como “os novos ateus são teologicamente iletrados”.
Ora, se são ateus, que necessidade têm de “teologia”?
Os ateus são racionalistas. Não admitem aquilo que fere a razão, que não tem lógica. Só admitem a ciência, portanto. E no campo da ciência não há lugar para a teologia, porque a teologia não passa de um aglomerado de idéias sem lógica e inteiramente destituídas de razão. Nada tem de verdade, porque não há verdade sem provas.
Além de censurar os ateus, a ex-freira também se arroga autoridade para criticar os que ela chama de “fundamentalistas religiosos”, a quem atribui a infantilidade de conceber “Deus como um ser poderoso que os homens não conseguem enxergar”
Evidentemente a epiléptica autora não descreve, na matéria publicada pela revista, como é esse “Deus”, quais são suas propriedades, suas virtudes, suas características, as qualidades, enfim, que não permitem tê-lo como “um ser poderoso” nem que possa ser “”enxergado” pelos homens.
A partir disso, não se sabe donde a Época extraiu os adjetivos “denso, corajoso e sincero” que atribui ao livro. Fez publicidade gratuita. Donde se conclui que seus proprietários ou diretores, estão na terra a serviço desse mesmo “Deus”, aproveitando também para tirar um dinheirinho dos crentes. Porque ninguém é bobo de fornecer de graça a idéia de Deus. A começar pelas religiões.
João Eichbaum
Assim como a Veja, cuja matéria foi analisada, percucientemente, pelo Janer Cristaldo, também a revista Época resolveu publicar um texto sobre o “Deus” criado pelas religiões.
Acho que a Época ainda foi mais infeliz do que a Veja, trazendo como pano de fundo de sua matéria um livro intitulado “The case for God” (Uma defesa para Deus – em tradução liberal), escrito por uma ex-freira e epiléptica, Karen Armstrong, de origem irlandesa.
Foi infeliz a revista, nesse tema, por duas razões. Uma, porque a ex-freira, sendo epilética, está entre aqueles que uma corrente expressiva da neoneurologia, considera as pessoas mais aptas para assimilar a religiosidade, em razão de problemas no lobo. Outra, porque não consta no currículo da autora qualquer título que lhe confira autoridade para discorrer sobre o tema.
Isso quer dizer que, epiléptica, a autora é mais uma vítima da crença do que uma douta no ramo da teologia. Como ela própria diz, é uma “monoteísta free lancer”.
E é exatamente por falta de autoridade no currículo que ela diz bobagens como “os novos ateus são teologicamente iletrados”.
Ora, se são ateus, que necessidade têm de “teologia”?
Os ateus são racionalistas. Não admitem aquilo que fere a razão, que não tem lógica. Só admitem a ciência, portanto. E no campo da ciência não há lugar para a teologia, porque a teologia não passa de um aglomerado de idéias sem lógica e inteiramente destituídas de razão. Nada tem de verdade, porque não há verdade sem provas.
Além de censurar os ateus, a ex-freira também se arroga autoridade para criticar os que ela chama de “fundamentalistas religiosos”, a quem atribui a infantilidade de conceber “Deus como um ser poderoso que os homens não conseguem enxergar”
Evidentemente a epiléptica autora não descreve, na matéria publicada pela revista, como é esse “Deus”, quais são suas propriedades, suas virtudes, suas características, as qualidades, enfim, que não permitem tê-lo como “um ser poderoso” nem que possa ser “”enxergado” pelos homens.
A partir disso, não se sabe donde a Época extraiu os adjetivos “denso, corajoso e sincero” que atribui ao livro. Fez publicidade gratuita. Donde se conclui que seus proprietários ou diretores, estão na terra a serviço desse mesmo “Deus”, aproveitando também para tirar um dinheirinho dos crentes. Porque ninguém é bobo de fornecer de graça a idéia de Deus. A começar pelas religiões.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
COM A PALAVRA JANER CRISTALDO
O ILUSTRE TEÓLOGO NÃO LEUNEM O PRIMEIRO EVANGELHO
Janer Cristaldo
Nos finais de ano, o planeta dorme. Exceto algum acidente aéreo, nada de relevante acontece. As grandes revistas nacionais, por falta de assunto, dedicam páginas e mais páginas a um tema recorrente, a Bíblia ou o nascimento de Cristo. A Veja destes dias finais de 2009 dedica sua capa à Bíblia, que “começou a ser escrita há mais de 3 000 anos, e desde seu início se revelou um livro sem rival no poder de moldar culturas e civilizações. Essa força permanece inesgotável: ler a Bíblia é essencial para entender o mundo do qual viemos e em que vivemos hoje”. Até aí, nada contra.Considero difícil entender, pelo menos o Ocidente , sem a leitura do Livro. Ocorre que a reportagem resvala para uma análise anódina da Bíblia, que não leva em conta os mais recentes estudos sobre a história daqueles dias. Sem nenhum espírito crítico, o redator praticamente assume como fatos históricos os mitos bíblicos. Ao falar sobre a passagem de Jesus sobre a Terra, o redator grafa: “sobre Sua missão”. Assim com maiúscula. Ora, isto é coisa de crente. De uma revista como Veja, espera-se um jornalismo isento. Fez jornalismo de pregador.Esqueceu ainda o redator de dizer que a Bíblia – e particularmente o Antigo Testamento – defende uma legislação de bárbaros, onde imperam o genocídio, o massacre de povos inteiros, de homens, mulheres e crianças, a vendeta, a lei de talião, a lapidação. De minha parte, desconheço livro mais sanguinolento.
A reportagem só pode ter sido escrita por alguém que jamais leu com atenção a Bíblia. Mas se até ilustres teólogos proferem bobagens, que se pode esperar de um jornalista? A Istoé, repisando o velho tema, reproduz grossa bobagem, proferida por um dos mais reputados teólogos tupiniquins.
Vamos ao texto:Sylvia Browne, americana autora do best seller “A Vida Mística de Jesus”, é taxativa: “Tanto José quanto Maria provinham de famílias judias nobres e prósperas, de sorte que Jesus nasceu em uma estalagem e não em um estábulo, rodeado de animais”, diz. “José, de família real, não podia ser pobre – era um artesão especializado.”
A afirmação de Sylvia é contestada por Fernando Altemeyer, professor de teologia e ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Afirmar que a ascendência nobre de José garantiria o bem-estar da família não faz sentido”, argumenta. Ele lembra que Davi é do ano 1000 a.C. e em um milênio sua fortuna certamente teria se dispersado. “Fora que a ascendência entre os judeus vem de mãe, não de pai”, explica.
Ora, Don Fernando, seria de supor-se que um professor de teologia e ciências da religião tenha algum dia lido os Evangelhos. Parece que não. Hoje, a ascendência entre os judeus pode vir de mãe. Antes não era assim. Y a las pruebas me remito.
Lá está, em Mateus:Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão; a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom; a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé; e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias; a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe; a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias; a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias; a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias; a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia. Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel; a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor; a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde; a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó; e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo. Onde tem mãe nesta árvore genealógica? Não vejo nenhuma. Recomendo ao ilustre teólogo ler pelo menos o relato de Mateus. Quando nem um professor de teologia e ciências da religião parece ter lido o primeiro evangelho, pouco podemos esperar de jornalistas.
Janer Cristaldo
Nos finais de ano, o planeta dorme. Exceto algum acidente aéreo, nada de relevante acontece. As grandes revistas nacionais, por falta de assunto, dedicam páginas e mais páginas a um tema recorrente, a Bíblia ou o nascimento de Cristo. A Veja destes dias finais de 2009 dedica sua capa à Bíblia, que “começou a ser escrita há mais de 3 000 anos, e desde seu início se revelou um livro sem rival no poder de moldar culturas e civilizações. Essa força permanece inesgotável: ler a Bíblia é essencial para entender o mundo do qual viemos e em que vivemos hoje”. Até aí, nada contra.Considero difícil entender, pelo menos o Ocidente , sem a leitura do Livro. Ocorre que a reportagem resvala para uma análise anódina da Bíblia, que não leva em conta os mais recentes estudos sobre a história daqueles dias. Sem nenhum espírito crítico, o redator praticamente assume como fatos históricos os mitos bíblicos. Ao falar sobre a passagem de Jesus sobre a Terra, o redator grafa: “sobre Sua missão”. Assim com maiúscula. Ora, isto é coisa de crente. De uma revista como Veja, espera-se um jornalismo isento. Fez jornalismo de pregador.Esqueceu ainda o redator de dizer que a Bíblia – e particularmente o Antigo Testamento – defende uma legislação de bárbaros, onde imperam o genocídio, o massacre de povos inteiros, de homens, mulheres e crianças, a vendeta, a lei de talião, a lapidação. De minha parte, desconheço livro mais sanguinolento.
A reportagem só pode ter sido escrita por alguém que jamais leu com atenção a Bíblia. Mas se até ilustres teólogos proferem bobagens, que se pode esperar de um jornalista? A Istoé, repisando o velho tema, reproduz grossa bobagem, proferida por um dos mais reputados teólogos tupiniquins.
Vamos ao texto:Sylvia Browne, americana autora do best seller “A Vida Mística de Jesus”, é taxativa: “Tanto José quanto Maria provinham de famílias judias nobres e prósperas, de sorte que Jesus nasceu em uma estalagem e não em um estábulo, rodeado de animais”, diz. “José, de família real, não podia ser pobre – era um artesão especializado.”
A afirmação de Sylvia é contestada por Fernando Altemeyer, professor de teologia e ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Afirmar que a ascendência nobre de José garantiria o bem-estar da família não faz sentido”, argumenta. Ele lembra que Davi é do ano 1000 a.C. e em um milênio sua fortuna certamente teria se dispersado. “Fora que a ascendência entre os judeus vem de mãe, não de pai”, explica.
Ora, Don Fernando, seria de supor-se que um professor de teologia e ciências da religião tenha algum dia lido os Evangelhos. Parece que não. Hoje, a ascendência entre os judeus pode vir de mãe. Antes não era assim. Y a las pruebas me remito.
Lá está, em Mateus:Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão; a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom; a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé; e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias; a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe; a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias; a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias; a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias; a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia. Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel; a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor; a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde; a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó; e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo. Onde tem mãe nesta árvore genealógica? Não vejo nenhuma. Recomendo ao ilustre teólogo ler pelo menos o relato de Mateus. Quando nem um professor de teologia e ciências da religião parece ter lido o primeiro evangelho, pouco podemos esperar de jornalistas.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
BIG BROTHER
João Eichbaum
Antes de tudo, um esclarecimento: nunca assisti ao tal de Big Brother. Não porque me considere moralista. Não. Acontece que, para mim, pornografia tem lugar e hora. Programa de pornografia e de baixeza, não é programa para se ver em família. Além disso, sou dorminhoco, deito cedo.
Nunca vi, mas muito ouvi sobre as baixezas que se praticam debaixo dos olhos de quem tem estômago para vê-las. Então tenho uma idéia bem nítida do que seja o tal de Big Brother: uma exibição de primatas humanos, retornando às origens, abandonando o pudor e a razão e se deixando dominar pelos impulsos bestiais da natureza.
Em outras palavras: coisas de macacos.
A macaquice já começa na Globo mesmo, que segue aquele conhecido axioma: nada se cria, tudo se copia. Pois é: macaco só faz macaquice, imita o que faz o outro macaco.
O Big Brother é cópia de programa similar, que teve origem em países onde os macacos são mais adiantados, embora nunca deixem ser macacos.
Então, repito: é coisa de macacos. Confinadas as criaturas dentro de certo espaço temporal e físico, elas mostram, realmente, o que são e, como já afirmei acima, retroagem às origens, se deixando subjugar inteiramente pelos impulsos da natureza. E quando a natureza domina, o ser inteligente perde a razão, a personalidade, o bom senso, se despe das regras elementares da convivência e é abandonado inteiramente pelo senso do ridículo.
O que leva um advogado, uma dentista, uma “doutora” em lingüística a regressar para sua origem animal, área onde perde o valor todo e qualquer diploma universitário?
O dinheiro, é claro, ou a busca da fama vulgar. Mas esses são os “valores” da criatura humana, a quem se atribui dignidade e superioridade sobre os demais animais? E são tais pessoas os modelos, os paradigmas de que necessita a sociedade?
Bem, resumindo: se alguém tiver dúvida de que o homem, restrito à própria natureza, não passa de um símio sem dignidade, que assista ao Big Brother. E aí terá também a oportunidade de ver, nesse “show”, a caricatura daquilo que filósofos idiotas atribuem ao ser humano.
João Eichbaum
Antes de tudo, um esclarecimento: nunca assisti ao tal de Big Brother. Não porque me considere moralista. Não. Acontece que, para mim, pornografia tem lugar e hora. Programa de pornografia e de baixeza, não é programa para se ver em família. Além disso, sou dorminhoco, deito cedo.
Nunca vi, mas muito ouvi sobre as baixezas que se praticam debaixo dos olhos de quem tem estômago para vê-las. Então tenho uma idéia bem nítida do que seja o tal de Big Brother: uma exibição de primatas humanos, retornando às origens, abandonando o pudor e a razão e se deixando dominar pelos impulsos bestiais da natureza.
Em outras palavras: coisas de macacos.
A macaquice já começa na Globo mesmo, que segue aquele conhecido axioma: nada se cria, tudo se copia. Pois é: macaco só faz macaquice, imita o que faz o outro macaco.
O Big Brother é cópia de programa similar, que teve origem em países onde os macacos são mais adiantados, embora nunca deixem ser macacos.
Então, repito: é coisa de macacos. Confinadas as criaturas dentro de certo espaço temporal e físico, elas mostram, realmente, o que são e, como já afirmei acima, retroagem às origens, se deixando subjugar inteiramente pelos impulsos da natureza. E quando a natureza domina, o ser inteligente perde a razão, a personalidade, o bom senso, se despe das regras elementares da convivência e é abandonado inteiramente pelo senso do ridículo.
O que leva um advogado, uma dentista, uma “doutora” em lingüística a regressar para sua origem animal, área onde perde o valor todo e qualquer diploma universitário?
O dinheiro, é claro, ou a busca da fama vulgar. Mas esses são os “valores” da criatura humana, a quem se atribui dignidade e superioridade sobre os demais animais? E são tais pessoas os modelos, os paradigmas de que necessita a sociedade?
Bem, resumindo: se alguém tiver dúvida de que o homem, restrito à própria natureza, não passa de um símio sem dignidade, que assista ao Big Brother. E aí terá também a oportunidade de ver, nesse “show”, a caricatura daquilo que filósofos idiotas atribuem ao ser humano.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
INVASÃO DE PRIVACIDADE
João Eichbaum
Enchentes, avalanches, mortes. E a Globo mostrando tudo. As pessoas no auge da dor, o rosto transtornado pelo desespero, os esgares do sofrimento revelando toda a fraqueza a que se submete o primata humano, quando vergastado pela perda de entes queridos, e a Globo mostrando essa fraqueza, como quem mostra um troféu, para milhões de pessoas.
Enquanto os tribunais proíbem que se divulguem as safadezas da família Sarney, por “invasão de privacidade”, para resguardar “os direitos da personalidade”, se calam os juízes, os ministros, os desembargadores, o Ministério Público, as associações dos “direitos humanos” quando a Globo exibe o que de mais íntimo existe numa pessoa, o direito mais sagrado que qualquer primata humano tem, que é o de chorar.
Falta seriedade, gente. Onde falta o respeito para com as pessoas, falta seriedade.
Mas, em cima dessa falta de seriedade, a Globo fatura, graças à liberdade da imprensa. O que importa para ela é o dinheiro, é o faturamento, é o “ibope”, e a intimidade das pessoas que se lixe, nesse comércio indecente, que é a venda da desgraça alheia.
Estou exigindo demais? Muitos dirão que sim, em nome da “liberdade de imprensa”.
E vou mais longe, exigindo, o que jamais acontecerá: que os membros do Judiciário e do Ministério Público, em pleno recesso dessa Justiça que não funciona, abandonem as praias, os “resorts”, as belas companhias, a champanhe legítima, importada, para preservar “os direitos da personalidade”, isto é, para exigir o cumprimento da Constituição Federal.
Ah, sim! E se alguém for exigir indenização pela indevido uso da imagem, vai na ganhar na Justiça três ou quatro salários mínimos, porque ninguém poderá enriquecer à custa da Globo e porque, para a Justiça, o homem comum não vale mais que isso.
João Eichbaum
Enchentes, avalanches, mortes. E a Globo mostrando tudo. As pessoas no auge da dor, o rosto transtornado pelo desespero, os esgares do sofrimento revelando toda a fraqueza a que se submete o primata humano, quando vergastado pela perda de entes queridos, e a Globo mostrando essa fraqueza, como quem mostra um troféu, para milhões de pessoas.
Enquanto os tribunais proíbem que se divulguem as safadezas da família Sarney, por “invasão de privacidade”, para resguardar “os direitos da personalidade”, se calam os juízes, os ministros, os desembargadores, o Ministério Público, as associações dos “direitos humanos” quando a Globo exibe o que de mais íntimo existe numa pessoa, o direito mais sagrado que qualquer primata humano tem, que é o de chorar.
Falta seriedade, gente. Onde falta o respeito para com as pessoas, falta seriedade.
Mas, em cima dessa falta de seriedade, a Globo fatura, graças à liberdade da imprensa. O que importa para ela é o dinheiro, é o faturamento, é o “ibope”, e a intimidade das pessoas que se lixe, nesse comércio indecente, que é a venda da desgraça alheia.
Estou exigindo demais? Muitos dirão que sim, em nome da “liberdade de imprensa”.
E vou mais longe, exigindo, o que jamais acontecerá: que os membros do Judiciário e do Ministério Público, em pleno recesso dessa Justiça que não funciona, abandonem as praias, os “resorts”, as belas companhias, a champanhe legítima, importada, para preservar “os direitos da personalidade”, isto é, para exigir o cumprimento da Constituição Federal.
Ah, sim! E se alguém for exigir indenização pela indevido uso da imagem, vai na ganhar na Justiça três ou quatro salários mínimos, porque ninguém poderá enriquecer à custa da Globo e porque, para a Justiça, o homem comum não vale mais que isso.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
COM A PALAVRA, JANER CRISTALDO
IRLANDA VOLTA AOSTEMPOS BÍBLICOS
Leio no El País que a católica Irlanda, em pleno 2010, voltou aos tempos bíblicos. Segundo o jornal, uma nova lei, a “Ley de Defimación”, pune com até 25 mil euros a pessoa que proferir blasfêmias.
Para começar, procurei a palavrinha usada pelo jornal em meus dicionários e não a encontrei. Suponho que o redator tenha pretendido grafar difamación. Enfim, exista ou não defimación, o fato é que a lei define como blasfêmia uma expressão “tremendamente abusiva ou insultante em relação a uma matéria tida como sagrada por qualquer religião, que cause indignação em um substancial número de seguidores dessa religião”.
A lei entrou em vigor à 0h00 do dia 1º passado.Ou seja, se você afirmar que Jeová era um deus genocida, que Moisés ou Josué eram assassinos de mão cheia, que Maomé, além de degolador era pedófilo, ou mesmo que Edir Macedo é um vigarista de alto bordo, você está sujeito a desembolsar a nada desprezível soma de 25 mil euros.
Voltaire e Nietzsche devem estar se revirando em suas tumbas.Para Michael Nugent, líder de um grupo de ateus, a campanha é absurda “porque as leis religiosas medievais não têm lugar em uma moderna república secular onde as leis criminais devem proteger as pessoas e não as idéias. E é perigoso porque incentiva a indignação religiosa, e porque Estados islâmicos, liderados pelo Paquistão, já estão usando a redação da lei irlandesa para promover novas leis contra a blasfêmia junto à ONU".Blasfêmia é prática usual de sociedades onde o pensamento religioso exerce pressão.
Numa sociedade fundamentalmente laica não existe blasfêmia. Como não poderia deixar de ser, a palavrinha já está no Pentateuco. Ou na Torá, como quisermos. O termo designa todo atentado à majestade de Deus. O terceiro mandamento proíbe explicitamente “pronunciar em vão o nome do Eterno”. A bíblia proíbe igualmente ‘injuriar Deus” e condena à lapidação quem quer que tenha pronunciado tal blasfêmia.
Até que os legisladores irlandeses estão sendo lenientes, ao condenar o blasfemador apenas a uma multa.Segundo meu fiel Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme, os rabinos estenderam esta proibição à humanidade inteira. Na época da Mishná, apenas uma profanação flagrante do tetragrama, o nome inefável de Deus, implicava a pena de morte. Quanto aos que se tornavam culpados de uma blasfêmia em relação a qualquer outro nome divino, eram passíveis de receber golpes de chicote. Quando os judeus perderam sua autonomia jurídica, a punição prevista para o blasfemador foi reduzida a uma excomunhão (ḩèrem).
A vingar a lei, os irlandeses vão ter de começar a expurgar suas bibliotecas e vigiar o mundo editorial. Cuidado com Voltaire:“A Bíblia: o que alguns loucos escreveram, o que os imbecis ordenam, o que os truões ensinam e o que aos jovens se obriga a aprender de memória”.“O cristianismo é a mais ridícula, absurda e sangrenta religião que jamais assolou o mundo”.“A religião é a fonte de todas as loucuras e desordens imagináveis. É a mãe do fanatismo e da discórdia civil. É o inimigo da humanidade”.
E atenção especial a Nietzsche, que propõe em sua Lei contra o Cristianismo:Datada do dia da Salvação: primeiro dia do ano Um (em 30 de Setembro de 1888, pelo falso calendário).Guerra de morte contra o vício: o vício é o cristianismo.
Artigo Primeiro - Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o padre: ele ensina a antinatureza. Contra o padre não há razões: há cadeia.
Artigo Segundo - Qualquer tipo de colaboração a um ofício divino é um atentado contra a moral pública. Seremos mais ríspidos com protestantes que com católicos, e mais ríspidos com os protestantes liberais que com os ortodoxos. Quanto mais próximo se está da ciência, maior o crime de ser cristão. Conseqüentemente, o maior dos criminosos é filósofo.
Artigo Terceiro - O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra, constituirá motivo de pavor para a posteridade. Lá devem ser criadas cobras venenosas.
Artigo Quarto - Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza. Qualquer desprezo à vida sexual, qualquer tentativa de maculá-la através do conceito de "impureza" é o maior pecado contra o Espírito Santo da Vida.
Artigo Quinto - Comer na mesma mesa que um padre é proibido: quem o fizer será excomungado da sociedade honesta. O padre é o nosso chandala - ele será proscrito, lhe deixaremos morrer de fome, jogá-lo-emos em qualquer espécie de deserto.
Artigo Sexto - A história "sagrada' será chamada pelo nome que merece: história maldita; as palavras "Deus", "salvador", "redentor", "santo" serão usadas como insultos, como alcunhas para criminosos.
Artigo Sétimo - O resto nasce a partir daqui.Nietzsche - O AnticristoE com muitas outras coisas terão de preocupar-se os irlandeses. Os filmes dos Monty Python então deverão ser expurgados da ilha. A começar por A Vida de Brian, que reduz Cristo a um maluco que não tem nem idéia do que acontece à sua volta. E continuando por O Sentido da Vida, de onde reproduzo a canção que segue.
Every Sperm Is Sacred
DAD:There are Jews in the world.There are Buddhists.There are Hindus and Mormons, and thenThere are those that follow Mohammed, butI've never been one of them.I'm a Roman Catholic,And have been since before I was born,And the one thing they say about Catholics is:They'll take you as soon as you're warm.You don't have to be a six-footer.You don't have to have a great brain.You don't have to have any clothes on. You'reA Catholic the moment Dad came,BecauseEvery sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite irate.
CHILDREN:Every sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite irate.
GIRL:Let the heathen spill theirsOn the dusty ground.God shall make them pay forEach sperm that can't be found.
CHILDREN:Every sperm is wanted.Every sperm is good.Every sperm is neededIn your neighbourhood.
MUM:Hindu, Taoist, Mormon,Spill theirs just anywhere,But God loves those who treat theirSemen with more care.
MEN:Every sperm is sacred.Every sperm is great.
WOMEN:If a sperm is wasted,...
CHILDREN:...God get quite irate.
PRIEST:Every sperm is sacred.
BRIDE and GROOM:Every sperm is good.
NANNIES:Every sperm is needed...
CARDINALS:...In your neighbourhood!
CHILDREN:Every sperm is useful.Every sperm is fine.
FUNERAL CORTEGE:God needs everybody's.
MOURNER #1:Mine!
MOURNER #2:And mine!
CORPSE:And mine!
NUN:Let the Pagan spill theirsO'er mountain, hill, and plain.
HOLY STATUES:God shall strike them down forEach sperm that's spilt in vain.
EVERYONE:Every sperm is sacred.Every sperm is good.Every sperm is neededIn your neighbourhood.Every sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite iraaaaaate!
Leio no El País que a católica Irlanda, em pleno 2010, voltou aos tempos bíblicos. Segundo o jornal, uma nova lei, a “Ley de Defimación”, pune com até 25 mil euros a pessoa que proferir blasfêmias.
Para começar, procurei a palavrinha usada pelo jornal em meus dicionários e não a encontrei. Suponho que o redator tenha pretendido grafar difamación. Enfim, exista ou não defimación, o fato é que a lei define como blasfêmia uma expressão “tremendamente abusiva ou insultante em relação a uma matéria tida como sagrada por qualquer religião, que cause indignação em um substancial número de seguidores dessa religião”.
A lei entrou em vigor à 0h00 do dia 1º passado.Ou seja, se você afirmar que Jeová era um deus genocida, que Moisés ou Josué eram assassinos de mão cheia, que Maomé, além de degolador era pedófilo, ou mesmo que Edir Macedo é um vigarista de alto bordo, você está sujeito a desembolsar a nada desprezível soma de 25 mil euros.
Voltaire e Nietzsche devem estar se revirando em suas tumbas.Para Michael Nugent, líder de um grupo de ateus, a campanha é absurda “porque as leis religiosas medievais não têm lugar em uma moderna república secular onde as leis criminais devem proteger as pessoas e não as idéias. E é perigoso porque incentiva a indignação religiosa, e porque Estados islâmicos, liderados pelo Paquistão, já estão usando a redação da lei irlandesa para promover novas leis contra a blasfêmia junto à ONU".Blasfêmia é prática usual de sociedades onde o pensamento religioso exerce pressão.
Numa sociedade fundamentalmente laica não existe blasfêmia. Como não poderia deixar de ser, a palavrinha já está no Pentateuco. Ou na Torá, como quisermos. O termo designa todo atentado à majestade de Deus. O terceiro mandamento proíbe explicitamente “pronunciar em vão o nome do Eterno”. A bíblia proíbe igualmente ‘injuriar Deus” e condena à lapidação quem quer que tenha pronunciado tal blasfêmia.
Até que os legisladores irlandeses estão sendo lenientes, ao condenar o blasfemador apenas a uma multa.Segundo meu fiel Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme, os rabinos estenderam esta proibição à humanidade inteira. Na época da Mishná, apenas uma profanação flagrante do tetragrama, o nome inefável de Deus, implicava a pena de morte. Quanto aos que se tornavam culpados de uma blasfêmia em relação a qualquer outro nome divino, eram passíveis de receber golpes de chicote. Quando os judeus perderam sua autonomia jurídica, a punição prevista para o blasfemador foi reduzida a uma excomunhão (ḩèrem).
A vingar a lei, os irlandeses vão ter de começar a expurgar suas bibliotecas e vigiar o mundo editorial. Cuidado com Voltaire:“A Bíblia: o que alguns loucos escreveram, o que os imbecis ordenam, o que os truões ensinam e o que aos jovens se obriga a aprender de memória”.“O cristianismo é a mais ridícula, absurda e sangrenta religião que jamais assolou o mundo”.“A religião é a fonte de todas as loucuras e desordens imagináveis. É a mãe do fanatismo e da discórdia civil. É o inimigo da humanidade”.
E atenção especial a Nietzsche, que propõe em sua Lei contra o Cristianismo:Datada do dia da Salvação: primeiro dia do ano Um (em 30 de Setembro de 1888, pelo falso calendário).Guerra de morte contra o vício: o vício é o cristianismo.
Artigo Primeiro - Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o padre: ele ensina a antinatureza. Contra o padre não há razões: há cadeia.
Artigo Segundo - Qualquer tipo de colaboração a um ofício divino é um atentado contra a moral pública. Seremos mais ríspidos com protestantes que com católicos, e mais ríspidos com os protestantes liberais que com os ortodoxos. Quanto mais próximo se está da ciência, maior o crime de ser cristão. Conseqüentemente, o maior dos criminosos é filósofo.
Artigo Terceiro - O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra, constituirá motivo de pavor para a posteridade. Lá devem ser criadas cobras venenosas.
Artigo Quarto - Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza. Qualquer desprezo à vida sexual, qualquer tentativa de maculá-la através do conceito de "impureza" é o maior pecado contra o Espírito Santo da Vida.
Artigo Quinto - Comer na mesma mesa que um padre é proibido: quem o fizer será excomungado da sociedade honesta. O padre é o nosso chandala - ele será proscrito, lhe deixaremos morrer de fome, jogá-lo-emos em qualquer espécie de deserto.
Artigo Sexto - A história "sagrada' será chamada pelo nome que merece: história maldita; as palavras "Deus", "salvador", "redentor", "santo" serão usadas como insultos, como alcunhas para criminosos.
Artigo Sétimo - O resto nasce a partir daqui.Nietzsche - O AnticristoE com muitas outras coisas terão de preocupar-se os irlandeses. Os filmes dos Monty Python então deverão ser expurgados da ilha. A começar por A Vida de Brian, que reduz Cristo a um maluco que não tem nem idéia do que acontece à sua volta. E continuando por O Sentido da Vida, de onde reproduzo a canção que segue.
Every Sperm Is Sacred
DAD:There are Jews in the world.There are Buddhists.There are Hindus and Mormons, and thenThere are those that follow Mohammed, butI've never been one of them.I'm a Roman Catholic,And have been since before I was born,And the one thing they say about Catholics is:They'll take you as soon as you're warm.You don't have to be a six-footer.You don't have to have a great brain.You don't have to have any clothes on. You'reA Catholic the moment Dad came,BecauseEvery sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite irate.
CHILDREN:Every sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite irate.
GIRL:Let the heathen spill theirsOn the dusty ground.God shall make them pay forEach sperm that can't be found.
CHILDREN:Every sperm is wanted.Every sperm is good.Every sperm is neededIn your neighbourhood.
MUM:Hindu, Taoist, Mormon,Spill theirs just anywhere,But God loves those who treat theirSemen with more care.
MEN:Every sperm is sacred.Every sperm is great.
WOMEN:If a sperm is wasted,...
CHILDREN:...God get quite irate.
PRIEST:Every sperm is sacred.
BRIDE and GROOM:Every sperm is good.
NANNIES:Every sperm is needed...
CARDINALS:...In your neighbourhood!
CHILDREN:Every sperm is useful.Every sperm is fine.
FUNERAL CORTEGE:God needs everybody's.
MOURNER #1:Mine!
MOURNER #2:And mine!
CORPSE:And mine!
NUN:Let the Pagan spill theirsO'er mountain, hill, and plain.
HOLY STATUES:God shall strike them down forEach sperm that's spilt in vain.
EVERYONE:Every sperm is sacred.Every sperm is good.Every sperm is neededIn your neighbourhood.Every sperm is sacred.Every sperm is great.If a sperm is wasted,God gets quite iraaaaaate!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
NÓS, PRIMATAS
VIRADA DE ANO
João Eichbaum
JOVENS INCENDEIAM 1.137 CARROS NA FRANÇA
CINCO PESSOAS MORREM EM CONSEQUÊNCIA DE EXPLOSÃO EM MINA NO AFEGANISTÃO
AVALANCHE MATA MAIS DE TRINTA PESSOAS EM ANGRA DOS REIS
BANDIDOS DERRUBAM HELICÓTERO DA POLÍCIA MILITAR NO RIO DE JANEIRO
AVALANCHE CAUSA MORTES EM JUIZ DE FORA
CHOQUE DE TRENS CAUSA MORTES, NA ÍNDIA
São manchetes das desgraças que aconteceram na virada do ano.
E enquanto alguns morriam, outros se divertiam com a apoteose ígnea que riscava a noite da civilização cristã, em todo o mundo.
Em meio ao frio de enregelar, nos Estados Unidos e na Europa, milhares de pessoas se aglomeravam em locais públicos, simplesmente para contemplar os fogos de artifício, como um modo de comemorar com alegria a virada do ano.
No Rio de Janeiro, segundo notícias, foram queimadas, nada menos do que dezesseis toneladas de fogos de artifício.
Queima de dinheiro, dinheiro do povo que estava feliz e se divertia, como se admirar a arte ígnea fosse a única maneira de ser feliz, à meia noite de 31 de dezembro.
Ao contemplar os pólos opostos da vida e da morte, da alegria e da dor, não se pode chegar à outra conclusão senão a de que o mundo e, portanto, e todos os animais que o habitam estão entregues à própria sorte, aos próprios desígnios e à força indômita da natureza.
É impossível, diante desses contrastes, acreditar que o universo seja regido, sabiamente, por algum “ente superior”. Nenhum “ente superior” iria se divertir com a desgraça, mesclada com a alegria boba de contemplar a arte feita com fogo, à custa de apertos, frio, submissão a normas de segurança e possíveis desconforto mercê de exigências fisiológicas do próprio corpo.
Só um primata mesmo, para se contentar com tão pouco. Claro que, como primata, não fugi do lugar comum: assisti à queima de fogos, mas do pátio da minha casa, com muito conforto, devidamente acompanhado por excelente espumante.
João Eichbaum
JOVENS INCENDEIAM 1.137 CARROS NA FRANÇA
CINCO PESSOAS MORREM EM CONSEQUÊNCIA DE EXPLOSÃO EM MINA NO AFEGANISTÃO
AVALANCHE MATA MAIS DE TRINTA PESSOAS EM ANGRA DOS REIS
BANDIDOS DERRUBAM HELICÓTERO DA POLÍCIA MILITAR NO RIO DE JANEIRO
AVALANCHE CAUSA MORTES EM JUIZ DE FORA
CHOQUE DE TRENS CAUSA MORTES, NA ÍNDIA
São manchetes das desgraças que aconteceram na virada do ano.
E enquanto alguns morriam, outros se divertiam com a apoteose ígnea que riscava a noite da civilização cristã, em todo o mundo.
Em meio ao frio de enregelar, nos Estados Unidos e na Europa, milhares de pessoas se aglomeravam em locais públicos, simplesmente para contemplar os fogos de artifício, como um modo de comemorar com alegria a virada do ano.
No Rio de Janeiro, segundo notícias, foram queimadas, nada menos do que dezesseis toneladas de fogos de artifício.
Queima de dinheiro, dinheiro do povo que estava feliz e se divertia, como se admirar a arte ígnea fosse a única maneira de ser feliz, à meia noite de 31 de dezembro.
Ao contemplar os pólos opostos da vida e da morte, da alegria e da dor, não se pode chegar à outra conclusão senão a de que o mundo e, portanto, e todos os animais que o habitam estão entregues à própria sorte, aos próprios desígnios e à força indômita da natureza.
É impossível, diante desses contrastes, acreditar que o universo seja regido, sabiamente, por algum “ente superior”. Nenhum “ente superior” iria se divertir com a desgraça, mesclada com a alegria boba de contemplar a arte feita com fogo, à custa de apertos, frio, submissão a normas de segurança e possíveis desconforto mercê de exigências fisiológicas do próprio corpo.
Só um primata mesmo, para se contentar com tão pouco. Claro que, como primata, não fugi do lugar comum: assisti à queima de fogos, mas do pátio da minha casa, com muito conforto, devidamente acompanhado por excelente espumante.
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