BIG BROTHER
João Eichbaum
Antes de tudo, um esclarecimento: nunca assisti ao tal de Big Brother. Não porque me considere moralista. Não. Acontece que, para mim, pornografia tem lugar e hora. Programa de pornografia e de baixeza, não é programa para se ver em família. Além disso, sou dorminhoco, deito cedo.
Nunca vi, mas muito ouvi sobre as baixezas que se praticam debaixo dos olhos de quem tem estômago para vê-las. Então tenho uma idéia bem nítida do que seja o tal de Big Brother: uma exibição de primatas humanos, retornando às origens, abandonando o pudor e a razão e se deixando dominar pelos impulsos bestiais da natureza.
Em outras palavras: coisas de macacos.
A macaquice já começa na Globo mesmo, que segue aquele conhecido axioma: nada se cria, tudo se copia. Pois é: macaco só faz macaquice, imita o que faz o outro macaco.
O Big Brother é cópia de programa similar, que teve origem em países onde os macacos são mais adiantados, embora nunca deixem ser macacos.
Então, repito: é coisa de macacos. Confinadas as criaturas dentro de certo espaço temporal e físico, elas mostram, realmente, o que são e, como já afirmei acima, retroagem às origens, se deixando subjugar inteiramente pelos impulsos da natureza. E quando a natureza domina, o ser inteligente perde a razão, a personalidade, o bom senso, se despe das regras elementares da convivência e é abandonado inteiramente pelo senso do ridículo.
O que leva um advogado, uma dentista, uma “doutora” em lingüística a regressar para sua origem animal, área onde perde o valor todo e qualquer diploma universitário?
O dinheiro, é claro, ou a busca da fama vulgar. Mas esses são os “valores” da criatura humana, a quem se atribui dignidade e superioridade sobre os demais animais? E são tais pessoas os modelos, os paradigmas de que necessita a sociedade?
Bem, resumindo: se alguém tiver dúvida de que o homem, restrito à própria natureza, não passa de um símio sem dignidade, que assista ao Big Brother. E aí terá também a oportunidade de ver, nesse “show”, a caricatura daquilo que filósofos idiotas atribuem ao ser humano.
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