FILOSOFIA
João Eichbaum
Tenho uns amigos que, certamente, por não terem mais nada o que fazer na vida, vivem discutindo, por e-mail, sobre capitalismo e socialismo. Um deles é carola, acredita em “Deus”, em Jesus Cristo, na Igreja Católica, no Papa e noutras baboseiras do gênero. Outro faz coro às mesmas idéias. Um terceiro, nem tanto.
Outro dia, a discussão chegou ao auge sobre o tema. Então, um padre, amigo meu e deles também, que se gaba de ser filósofo, resolveu meter sua colher no meio, invocando sua tese, na qual conceitua capitalismo, liberalismo e socialismo.
Aquele amigo meu, que é carola, disse amén, embora a tese do padre não combinasse com suas idéias.
Eu, que recebo todos os e-mails deles, fiquei na minha, sem emitir qualquer opinião.
Mas, agora chegou a minha vez.
Nunca gostei de filosofia. Acho que filosofia não resolve bosta nenhuma, não produz merda nenhuma, não ajuda em nada.
Algum de vocês leu “O Capital”, de Marx?
Eu não li, nem quero saber o que Karl Marx escreveu.
Como nunca li livro algum de filosofia, nada sei sobre Platão, Aristóteles e outros viados da antiga Grécia.
A, assim chamada, ciência da Filosofia até hoje não melhorou o mundo, em nada contribuiu para que a vida se tornasse mais cômoda, menos pesada. O único homem que, realmente, contribuiu com suas idéias e sua inteligência, para melhorar a nossa vida foi Bill Gates, que não é filósofo. Nem foi preciso que ele fosse crucificado para isso, para nos colocar num patamar superior ao dos demais primatas.
E também conheço gente que, sem nunca ter estudado filosofia, sabe muito mais do que qualquer filósofo.
Paulo Wainberg, por exemplo. Colorado, escritor, cronista, excelente tomador de chope, é um deles. Na crônica publicada por este blog ontem, ele encerra com um frase sensacional:”viver é bom, duro é aguentar o dia a dia”.
Platão disse isso? Aristóteles, Nietsche e outros menos votados disseram algo semelhante?
Claro que não. Mas você, eu, e todos nós que vivemos verdadeiramente a vida, sabemos que é assim.
Ninguém precisa nos ensinar sobre a vida. Não necessitamos de que nos discorram sobre capitalismo, cristianismo, socialismo e liberalismo, porque o que nos interessa é a vida em si, onde nos aperta o sapato, onde, como e com quem se pode viver o melhor momento.
O resto é conversa, e conversa só é bom para conquistar uma mulher ou para passar o tempo, diante de um copo de chope. As asneiras de “Santo” Agostinho, as elucubrações de Aristóteles e o romantismo do Evangelho não resolvem bosta nenhuma.
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