segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA

QUE FALTA FAZ O NEPOTISMO

João Eichbaum

Antes da guerra que se fez contra o nepotismo, nos tribunais a coisa funcionava assim: o papai desembargador convocava o filho, a filha, a nora, o genro, ou qualquer outro parente, para “trabalhar”como “assessor”, no seu gabinete. E houve desembargador que até a ex-mulher empregou no tribunal, para não pagar pensão alimentícia.
É claro que o parente fazia que trabalhava, mas batia o ponto mensalmente no guichê para receber a sua grana, que não era pouca.
Então o desembargador tinha que trabalhar, porque os seus parentes, ou não tinham competência ou não tinham vontade de trabalhar. Aí o desembargador era obrigado a examinar o processo e a lavrar o seu voto.
Depois que resolveram acabar com o nepotismo a coisa mudou. Para pior. O desembargador, agora, passou a empregar seus amiguinhos e amiguinhas, mas exige serviço deles. Quer dizer, o desembargador não trabalha. Quem faz o voto, quem examina o processo é assessor. O desembargador só comparece na sessão de julgamento para ler o voto que foi feito pelo assessor.
O mundo jurídico desabou. Já não se discute o direito nas sessões dos tribunais, porque os “assessores”, que são assessores porque não têm capacidade para passar em concurso, são pessoas despreparadas para a função judicante, não têm cacife para tratar uma questão jurídica, por menos complexa que ela seja. Ah, e não sabem ler, nem escrever a verdadeira linguagem do direito, naturalmente.
Mas isso ainda não é nada. Como os desembargadores têm assessores, os juízes não quiseram ficar para trás e hoje cada juiz tem seu “assessor”, ou “assessora”, escolhida conforme a cara, conforme o traseiro, conforme o tamanho dos seios, ou a largura dos quadris. O único item que não conta é a qualificação.
Então, agora, a coisa funciona assim: o “assessor” do juiz profere a sentença e o “assessor “ do
desembargador profere o voto.
Ou vocês acham que o desembargador iria se rebaixar, lendo a sentença feita pelo “assessor”?
Não, meus amigos, agora é assim: de “assessor” para “assessor”. E os advogados e as partes que vão se queixar para o bispo, se quiserem, porque essa pantomima chamada Conselho Nacional de Justiça não toma conhecimento de “matéria de jurisdição”.
Em outras palavras: já não existem juízes, quem ordena a justiça hoje são os “assessores”.
E é por isso essa bagunça toda: hoje a justiça decide de um modo, amanhã decide de outro, um “assessor” faz e outro desfaz, as asneiras se repetem a cada dia, a justiça, enfim, não passa de um faz-de-conta.
Mas dá emprego pra muita mulher gostosa.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom, apesar do atraso no comentário.

Mas, há de convir que dá emprego para muito homem gostoso, também.

Existem juízas, desembargadoras e ministras do supremo.

Abraços