AINDA O FUX
João Eichbaum
Você conhece o Sérgio Bermudes?
Nem eu.
Mas o Sérgio Bermudes é o dono de um dos maiores escritórios de advocacia do país. Não precisa dizer que ele tem Mercedes com motorista e tem apartamentos magníficos, entre os quais um no Morro da Viúva, no Rio, e outro na Quinta Avenida, em Nova York.
É mole, ou quer mais?
Ah, sim, tem mais. Claro que tem mais.
Por exemplo, o Sérgio Bermudes custeia viagens turísticas de ministros do Supremo, com as respectivas mulheres que, eventualmente, os acompanhem. Não precisa dizer que o mesmo Bermudes é advogado de alguns ministros do Supremo.
Mais?
Ah, sim, o Sérgio Bermudes emprega num de seus escritórios de advocacia, a atual mulher do Gilmar Mendes, uma tal de Guiomar, e lhe paga (fique aí você babando e culpando quem lhe mandou ser honesto), nada menos do que quatorze mil reais por mês. Sérgio empregava também os filhos do ex-ministro Sepúlveda Pertence, assim como emprega atualmente a filha do Luiz Fux.
Você acha que, com todo esse poder e essa grana, o Sérgio Bermudes fica contente?
Que nada, meu caro. A grana dele tem uma fonte de que não pode abrir mão: a composição dos tribunais.
Sim, a indicação de ministros passa por ele. Foi ele que levou o Lewandowski - que nem eu, nem milhões de brasileiros conheciam, - para o Supremo.
E sabe quem levou o Fux para o Supremo?
Acertou. O Sérgio Bermudes. Exatamente o Sérgio Bermudes, que é compadre do Fux, cuja filha também faz parte da folha de pagamentos do seu escritório.
Só que a coisa não é tão simples assim. Sempre tem mais gente envolvida. Não são só os interesses do Sérgio Bermudes que contam. O bolo é bem maior.
Acontece que a mulher do Sérgio, do outro Sérgio, o Cabral, governador do Rio, outra dona de escritório de advocacia, é amicíssima do Fux. O nome dela, se você quer saber, é Adriana. É claro que o Sérgio Cabral fez parte da corrente, assim como o Palocci, de quem Fux também grangeou a amizade. Tudo gente boa.
É assim, com tudo isso no currículo, que o Fux está de bom tamanho para o Supremo. Mesmo que o ego dele tenha aguentado umas cinco horas de banco, à espera do ministro da justiça, um tal de Cardozo, que o foi apresentar à Dilma Roussef.
Isso: para ser confirmado, ele teve uma entrevista com a Dilma, olho no olho, tal e coisa.
Agora, esperem para ver. Ele vai pagar sua nomeação com uma moeda chamada Battisti? Ou seu ego vai mandar todo mundo à puta que os pariu, apostando numa candidatura a qualquer Corte Internacional?
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