O “DOUTOR” AGOSTINHO
João Eichbaum
“Santo” Agostinho é tratado, tanto em manuais como em grandes obras religiosas, como “doutor” da Igreja.
A palavra “doutor” deve ser entendida aqui “lato sensu”, quer dizer, em sentido amplo, com significação atrelada diretamente à sua etimologia. “Doutor” provém do vocábulo latino “doctor” que, por sua vez, brota, no mesmo idioma, do verbo “doceo, docui, doctum, docere”, que significa ensinar.
Assim, os chamados “doutores” da Igreja devem tal tratamento à sua docência, ou seja, à arte de ensinar, e não à conquista de um diploma que lhes tenha conferido tal qualificação.
De fato, Agostinho, Tomaz de Aquino e outros, mas principalmente eles, são os verdadeiros artífices da doutrina cristã, transformada numa “ciência”, conhecida como teologia.
Confesso que nunca li, quer as obras do Agostinho, quer as do Tomaz de Aquino, mas bastam duas asneiras “ensinadas” pelo primeiro, para que eu o descarte como mestre ou “doutor”.
Agostinho – já o disse em outra crônica – foi quem inventou o “limbo”.
Limbo, para quem não sabe, seria o lugar para onde iriam as “almas” das crianças mortas sem terem recebido o batismo cristão. Um lugar neutro, que não era nem o céu, nem o inferno, mas uma espécie de depósito de “pagãos inocentes”.
Tal ensinamento foi adotado pela Igreja até o ano passado, ou retrasado, quando o papa resolveu abolir essa criação do famoso “doutor” Agostinho.
É inconcebível que tamanha asneira tenha durado tantos séculos. Nem vou discuti-la, porque é de uma imbecilidade que dispensa comentários.
Outra grande asneira do “santo” Agostinho foi ensinar que a “cópula conjugal é um ato impuro por si mesmo”.
Eu disse “cópula conjugal”, ou seja, o relacionamento sexual entre casais oficialmente casados.
A burrice desse “doutor” me atordoa. Não haveria, entre coevos seus, alguém mais inteligente para lhe ensinar que todo o animal tem por finalidade última a procriação? E que o ato sexual nada mais é do que uma função fisiológica, imposta pela natureza, tendo por destino aquela finalidade?
Muitas funções fisiológicas do animal são “impuras” e, em razão disso, o animal homem inventou WCs, toilletes, etc. Não seria necessário que um Agostinho da vida escolhesse apenas uma dessa funções, para acoimá-la de “impura”.
Imagine-se que, atendo-se aos seus “ensinamentos”, o povo se abstivesse completamente do sexo: a humanidade teria desaparecido.
Ah, antes que me esqueça: antes de se tornar cristão, Agostinho aproveitou a vida, teve mulheres e até um filho. Isso quer dizer que, enquanto usou o corpo, como o faz qualquer ser vivente, agiu de acordo com a natureza. Mas, quando usou a cabeça, fez o que poucos gostariam de fazer: dizer asneiras.
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