DA ANIMALIDADE
João Eichbaum
A maioria absoluta dos
seres humanos se deixa magnetizar, se entrega, sem concessões, às idéias e ao
fascínio de outros seres da mesma espécie, que nada têm de especial, nem de
grandioso, salvo a qualidade de saber fisgar incautos e pusilânimes.
É dos mentirosos que o
povo gosta, dos que o enganam, dos que lhe prometem maravilhas, como sete mil
virgens depois da morte, ou o “bolsa-família” durante da vida.
O povo não acredita nas
pessoas honestas, não lhes dá valor. A mentira o atrai de tal forma que ele não
consegue dela se libertar.
Tanto as religiões como
os políticos mentem. As religiões prometem o paraíso depois da morte, prometem
o amparo e a proteção dos deuses. Mas, só depois da morte. Os espertalhões
sabem que depois que o sujeito morreu ele não exigirá explicações, não cobrará
as promessas.
Os políticos prometem,
porque sabem que o povo esquece e não lhes cobra.
Em suma, o povo se
alimenta, se sustenta de mentiras. E se deixa envolver de tal maneira pelos
mentirosos, que os venera cegamente, briga por eles, mata por eles, é capaz de
botar fogo no mundo por eles.
Agora ofenderam o Maomé
e deu no que deu. Atiçaram a ira dos fanáticos, o mundo inteiro está se
convulsionando, porque a animalidade dos seres humanos que acreditam em Maomé
se sobrepõe ao mínimo de inteligência que os distingue das outras espécies de
animais.
Coisa semelhante
aconteceria no Brasil se o Lula deixasse de respirar, como aconteceu no passado
quando Getúlio Vargas se matou.
Mas, nada há para fazer.
Os primatas humanos são assim mesmo, feitos mais de animalidade do que de
racionalidade.
Só que há outra espécie
de energúmenos, que se dizem intelectuais e vivem falando em direitos humanos,
em dignidade da pessoa humana e outras besteiras do gênero. A história vive
lhes dando provas da animalidade, muitas vezes quase total, do ser humano, e
eles insistem em proclamar uma dignidade, que é incompatível com o conceito de
animalidade.
E assim vai ser, para
sempre, porque, muitas vezes, no pouco espaço destinado à racionalidade se
instala também a imbecilidade. Estão aí os juízes das Execuções Penais, que se
preocupam com os coitadinhos dos presos, para não me deixar mentir.
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