O ESTADO
João Eichbaum
Sabendo de antemão que seria apedrejado diante dos
elogios à Dilma e ao Tarso Genro, com relação ao trágico episódio de Santa
Maria, o colunista Túlio Milman, da Zero Hora, já começa dizendo:” talvez
alguns leitores desanimem na segunda linha e nem cheguem ao fim do texto”.
De fato, a perspectiva era essa. Com tantos, com
centenas, talvez milhares de heróis que se dedicaram, de uma forma ou de outra,
a auxiliar no resgate e no atendimento às vítimas, na assistência aos
familiares, no reforço aos profissionais da área, vem o Túlio Milman elogiar a
Dilma, por que ela viajou do Chile para Santa Maria, determinando “à sua
equipe” que fizessem a “a coisa funcionar”.
Convenhamos. Essa é demais. Quando a Dilma aqui chegou,
já estava tudo andando, sem que ninguém precisasse mandar. E tudo andando
organizadamente, sem atropelo, tudo funcionando, como se já tivesse sido
ensaiado.
Foi o povo que mostrou sua força, seu caráter, sua
honestidade, seu amor ao próximo. Muito antes de ter a Dilma dito à sua equipe
que “fizessem a coisa funcionar”, a “coisa” já estava funcionando, e muito bem
(não há outro advérbio que se possa usar. O “bem”, nessa hora, nem soa
adequadamente).
O elogio do Túlio Milman ao Tarso Genro, se limitou à
“presença” deste e sua disposição para dar entrevistas e “prestar
esclarecimentos”.
Ora, é exatamente isso que o Tarso gosta de fazer: de
aparecer. E ele precisa “aparecer”, porque as obras do seu (mal denominado)
governo não aparecem. E é por isso que ele está presente em qualquer desgraça.
Vocês sabem para que servem as presenças da
Dilma, do Tarso e de “suas equipes” numa
hora dessas?
Só para atrapalhar. Onde eles vão, vai aquele batalhão
de jornalistas, fotógrafos, câmeras, seguranças e puxassacos em geral. E isso
só serve para atrapalhar quem realmente está trabalhando.
O Estado não se confunde com as pessoas. O Estado,
através dos seus executivos, que são os funcionários, está onde deve estar,
independentemente de quem seja o mandatário político.
Mas políticos
demagogos acham sempre que “l’état c’est moi”, que o Estado são eles mesmos, ou
pior, que eles estão acima do Estado.
Vocês já imaginaram se, para socorrer as vítimas e
proceder aos resgates, os funcionários tivessem que aguardar a chegada do Tarso
e da Dilma?
Por favor, Túlio Milman. Vá escrever sobre futebol.
Talvez seja sua área.
Um comentário:
Vá falar de futebol, Túlio Milman,talvez seja tua área. Subscrevo a opinião aqui expressa.
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