DA SÉRIE
“ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA”
João Eichbaum
Os sessenta anos do Luiz Fux serão comemorados no Rio
Janeiro, no dia 26 vindouro.
Tudo bem. Quem é que não gostaria de chegar aos
sessenta anos, comemorando e, sobretudo, bebemorando, com os cabelos pintados?
Até aí, portanto, nada de mais.
Acontece,
porém, que quem vai pagar a festa será o advogado Sérgio Bermudes. A mansão do causídico servirá como ponto de encontro da elite jurídica e judiciária do país.
Para quem não sabe, Sérgio Bermudes é um advogado que
faz parte da biografia do Fux, como de outros ministros do Supremo e do
Superior Tribunal de Justiça. Com trânsito livre nas várias esferas do poder,
de qualquer um dos três poderes, Sérgio Bermudes trabalha no varejo e no
atacado com aquela varinha mágica que dá jeito em tudo. Principalmente na
nomeação de ministros. Fux foi um deles.
Agora, essa festa, para a qual estão convidadas cento
e quarenta pessoas, é sugestão da advogada Marianna Fux. Pelo sobrenome vocês
podem imaginar que tem ligação com o Luiz Fux: é filha dele.
Então, entendam: a festa foi sugerida pela filha, mas
vai ser realizada e paga pelo advogado Sérgio Bermudes. Por que?
Saibam vocês que essa filha do Luiz Fux trabalha no
escritório do Sérgio Bermudes e quer ser desembargadora. E a maneira mais fácil
de passar de empregada a desembargadora, sem ter que mostrar qualidade,
talento, vocação para julgar, independência, é se valer de padrinhos.
Nesse item, não poderia haver melhor padrinho do que o
seu patrão, que tira do bolso do colete o nome de ministros e desperta a
vocação adormecida dos juízes. O interesse é tanto dele como dela. O resto que se “fucks”.
Podem ter certeza de que na festa estarão os
desembargadores do Rio de Janeiro, para quem será encaminhada a lista sêxtupla
de advogados. E a figura principal, da
qual depende a nomeação, foi a primeira a ser convidada: o Sérgio Cabral, outro
que o trem não pega.
O Fux não foi fiel e grato para com o Zé Dirceu. Mas o
Sérgio Cabral não pode se queixar dele.
Vocês se lembram daquela liminar que o Fux concedeu,
trancando a apreciação do veto da Dilma à lei dos “royalties”? Vocês sabiam que
o Rio de Janeiro foi um dos estados que tiraram proveito da liminar?
Olha aqui, ó, se vocês acham que tudo se faz com
seriedade no Judiciário, continuem acreditando na santidade da justiça, mas não
esqueçam de que estarão sempre sujeitos ao passivo do verbo “fuck”.
Um comentário:
Espero que não saia essa festa. Que o juízo volte a imperar. Que nada do que aqui se conta se confirme. Amém!
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