E NO BRASIL?
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com.br
De que matéria serão feitos os brasileiros? Por que muito
poucos deles conseguem absorver as regras de civilidade, de boa convivência e,
sobretudo, de honestidade?
Por que razão a tendência dos brasileiros é contemplar com
altíssimos índices de popularidade os políticos desavergonhados, desonestos,
salafrários, estelionatários, ladrões?
Por que? Por que?
Claro que de nossas origens não podemos nos orgulhar. Depois
de ser “descoberto” por Pedro Álvares Cabral, o país foi entregue ao deus-dará.
Para cá veio toda a espécie de gente meter a mão nas riquezas naturais. Cada
qual levou o que pôde daqui.
Evidentemente não eram pessoas honestas. Eram aventureiros
sem escrúpulos que aqui vinham roubar e se aproveitar sexualmente das inocentes
índias. E emprenharam uma multidão delas.
Mais tarde, foi a vez de Portugal mandar para cá a escória:
os condenados, pelos mais variados crimes, à pena de degredo. E a história se
repetiu, com uma cruza da desonestidade com a ignorância.
Essa é a nossa origem. Somos frutos de uma miscigenação da
pior espécie. Nas raízes de nossa árvore genealógica não encontramos vestígios
de honestidade, decência.
Somos descendentes também dos Césares safados, loucos,
concupiscentes, megalomaníacos, da velha Roma. Ou não?
O que salvou boa parte deste país foram as levas de
imigrantes. Principalmente alemães.
Era exatamentre sobre isso que eu queria falar.
Olhem só. O ex-presidente da Alemanha, Christian Wulff, está sendo
investigado pelo Ministério Público (Staatsanwaldschaft) por corrupção.
A
acusação que pesa sobre ele é de que, quando governador da Niedersachsland, por
ocasião da visita à Oktoberfest sua hospedagem teria sido paga pelo diretor
de cinema David Groenewold.
Algum tempo depois, supostamente a pedido do mesmo Groenewold, Wulff teria escrito uma carta ao presidente da
Siemens, Peter Löscher, sugerindo-lhe patrocinar um projeto cinematográfico do
mencionado diretor.
Essa seria a “corrupção”, esse seria o “crime”
de Wulff: escrever uma carta de recomendação em favor de um amigo, que lhe
pagara despesas de hotel. Nem um centavo saiu dos cofres públicos.
Agora comparem. A Dilma, às custas dos cofres
públicos, levou para Roma cerca de cinquenta pessoas, com hospedagem de luxo,
quando apenas ela teve acesso ao papa.
Isso só se ficou sabendo através da imprensa.
Ministério Público, Tribunal de Contas...o que é isso? Existem? Ah, sim, são
nomeados pelo presidente da República...
De que matéria são feitos, mesmo, os
brasileiros?
Um comentário:
Isso que é blindagem, a das nossas autoridades. Fazem o que querem e nada lhes acontece. A esperança é que um dia, através da melhor educação do nosso povo, haveremos de impor aos dirigentes, que nos respeitem!
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