segunda-feira, 15 de julho de 2013

O BALÃO FUROU


João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com


       O sucesso das manifestações populares  sem sindicalistas, sem políticos E sem líderes de qualquer espécie, parece que despertou ciúmes, inveja, emulação, seja lá o que for nos primeiros. E para mostrar sua força ou, quem sabe, para testá-la, os sindicatos e centrais sindicais trataram de marcar uma "greve geral" para o dia 11 passado. Para isso, divulgaram com antecedência que não haveria transporte coletivo. Não se sabe se outro recado partiu deles, ou se foi conseqüência do trauma que ficou por causa de algumas cenas de vandalismo que marcaram as manifestações populares anteriores: um certo pânico começou a tomar conta das pessoas e uma grande interrogação dominou silenciosamente, de tal sorte que ninguém sabia o que iria acontecer no dia 11.
         E de parte da população aconteceu o seguinte: poucos se arriscaram a sair de casa. Já de parte dos sindicalistas aconteceu o que sempre acontece: arruaceiros bloquearam estradas, atearam fogo em pneus, impediram o direito de ir e vir e o direito de trabalhar. No final do dia, alardearam o "êxito" da mobilização.
           A tal de mobilização, que era para ter sido "greve geral", porém, serviu para mostrar que o povo não tá nem aí para os sindicatos. Comparado com as manifestações populares sem líderes de algumas semanas atrás, o movimento deflagrado pelos sindicatos merece a qualificação de fiasco. É claro que,  sem transporte e com medo de depredações, a maioria da população ficou em casa, e quem dispunha de meio de transporte e coragem deu de ombros para os sindicatos e foi trabalhar.
                   Mas o fiasco mesmo ficou por conta da descoberta da Folha de São Paulo, que flagrou, no fim do dia, dirigentes sindicais remunerando a "participação" de manifestantes à taxa de 70 setenta reais por cabeça.
                     Foi assim que os sindicatos mostraram a sua "força": com o dinheiro surrupiado dos trabalhadores, que leva o apelido de "contribuição sindical". E dessa fonte de muito dinheiro eles não abrem mão. O fim da "contribuição sindical" nunca esteve em pauta, porque ela é que sustenta os baderneiros.



Um comentário:

Gigi disse...

Também vejo assim. Velhas raposas sindicais fizeram o mesmo que o governo federal: tentaram se adonar e dirigir os protestos populares. Uns e outros, deram com os burros nágua. Bem feito! Cumprimento o cronista pela lúcida análise.