A NOVA
DESEMBARGADORA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
João Eichbaum
Decididamente:
moralidade é uma palavra que não existe no dicionário do serviço público. E, assim
sendo, é claro que a atitude moral também não existe no comportamento daqueles
que exercem o poder público.
Cara de pau, sim. Cara
de pau é o que mais se vê entre os poderosos.
Para quem ainda não
sabe, dou a notícia: foi escolhida pela Dilma Rousseff, como desembargadora do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a advogada Letícia Mello.
Com 37 aninhos, levou a
melhor sobre colegas mais vividos, pelo
menos: Henrique Alochio, de 47 anos e Rosane Thomé, 52 anos.
Mas, como – perguntarão
vocês – porque a advogada mais nova, exatamente a mais nova foi escolhida como
desembargadora, quando, com tal idade, dificilmente um juiz de carreira,
concursado, chega lá?
Ah, meus caros,ela tem
“pedigree”. A agora desembargadora não é senão filha do ministro Marco Aurélio de Melo,
do Supremo Tribunal Federal, que lá chegou também por ter “pedigree”: é primo
do então Presidente da República, que o nomeou.
E a mãe da novel
desembargadora é também do ramo, a desembargadora do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios Sandra de Santis Mendes de Farias Melo. (que
nomão, hein? Te mete!)
A menina Letícia foi a
mais votada da lista de candidatos organizada pela OAB do Rio de Janeiro.
Então, começa por aí: os advogados interesseiros, querendo granjear a simpatia
do Ministro e de sua esposa desembargadora, botaram na lista a filhinha do
casal. A lista, com seis nomes, foi para o Tribunal Regional Federal. Lá, os
desembargadores eliminaram três candidatos e fizeram chover votos para a menina
Letícia, para puxar o saco do ministro e fazer feliz sua colega desembargadora
do Distrito Federal e Territórios.
Certamente foram
eliminados da lista os advogados com tendências petistas, a fim de que a Dilma
não caísse na tentação de nomeá-los e puseram a Presidente da República em
camisa de força, para escolher a mais votada, a menina Letícia.
É assim, meus amigos,
que se botam homens e mulheres debaixo da toga de ministro e desembargador
neste país.
Agora, quando lerem meu
romance ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA, ninguém poderá me chamar de mentiroso.
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