sexta-feira, 21 de março de 2014

A NOVA DESEMBARGADORA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

João Eichbaum

Decididamente: moralidade é uma palavra que não existe no dicionário do serviço público. E, assim sendo, é claro que a atitude moral também não existe no comportamento daqueles que exercem o poder público.
Cara de pau, sim. Cara de pau é o que mais se vê entre os poderosos.
Para quem ainda não sabe, dou a notícia: foi escolhida pela Dilma Rousseff, como desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a advogada Letícia Mello.
Com 37 aninhos, levou a melhor sobre colegas  mais vividos, pelo menos: Henrique Alochio, de 47 anos e Rosane Thomé, 52 anos.
Mas, como – perguntarão vocês – porque a advogada mais nova, exatamente a mais nova foi escolhida como desembargadora, quando, com tal idade, dificilmente um juiz de carreira, concursado, chega lá?
Ah, meus caros,ela tem “pedigree”. A agora desembargadora não é senão filha do ministro Marco Aurélio de Melo, do Supremo Tribunal Federal, que lá chegou também por ter “pedigree”: é primo do então Presidente da República, que o nomeou.
E a mãe da novel desembargadora é também do ramo, a desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Sandra de Santis Mendes de Farias Melo. (que nomão, hein? Te mete!)
A menina Letícia foi a mais votada da lista de candidatos organizada pela OAB do Rio de Janeiro. Então, começa por aí: os advogados interesseiros, querendo granjear a simpatia do Ministro e de sua esposa desembargadora, botaram na lista a filhinha do casal. A lista, com seis nomes, foi para o Tribunal Regional Federal. Lá, os desembargadores eliminaram três candidatos e fizeram chover votos para a menina Letícia, para puxar o saco do ministro e fazer feliz sua colega desembargadora do Distrito Federal e Territórios.
Certamente foram eliminados da lista os advogados com tendências petistas, a fim de que a Dilma não caísse na tentação de nomeá-los e puseram a Presidente da República em camisa de força, para escolher a mais votada, a menina Letícia.
É assim, meus amigos, que se botam homens e mulheres debaixo da toga de ministro e desembargador neste país.
Agora, quando lerem meu romance ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA, ninguém poderá me chamar de mentiroso.


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