segunda-feira, 24 de março de 2014

IMORALIDADE OU DESÍDIA?

João Eichbaum

Por detestar indecências e absurdos, afirmo: compraram merda por bosta. Isso. Isso mesmo que vocês estão lendo. A Dilma, que era a presidente da Petrobrás, comprou a preço de ouro um meio monte de merda. Assim,ó. A refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, foi vendida para a Astra Oil por quarenta e dois milhões e quinhentos mil dólares, e a tal de Astra Oil vendeu para a Petrobrás por trezentos, olha só, por trezentos e sessenta milhões de dólares, a metade da porcaria. E por contrato ainda a Petrobrás ficou obrigada a comprar o monte inteiro da merda, que acabou lhe custando oitocentos e vinte milhões e quinhentos mil dólares.
E aí meteram no meu, no teu, no nosso e no vosso. O deles continuou virgem, como vereis.
É mole?
Acontece que esse negócio das arábias precisava ser aprovado pelo Conselho de Administração da empresa brasileira, à cuja testa estava a Dilma, comandando os conselheiros, escolhidos entre companheiros precisando de emprego e empresários de altíssimo coturno. Entre eles um muito badalado, por ser "gaúcho", com entrada e saída em todas as áreas, grande mentor da Qualidade Total: Jorge Gerdau Johannpeter.
Que a Dilma caísse nesse conto do vigário sozinha, tudo bem. Ela não é do ramo. Não conseguiu administrar nem uma lojinha de um e noventa e nove. Mas o Jorge Gerdau, o famoso Jorge Gerdau, conselheiro do Lula e da Dilma?
Peralá. Por que é que ele foi compor o Conselho da Petrobrás? Porque precisava dum emprego?
Tem dó.
Ele foi pra lá por causa da fama. Fama só de jornal, claro.
Porque se ele fosse um homem entendido na coisa, bom de negócio, não iria dizer "amém" para a Dilma que, sem saber ou não, estava enriquecendo a companheirada do PT.
Ou ele, o Jorge Gerdau, foi convidado para o Conselho sob a única condição de dizer "amém", a troco de alguns mil reais  mensais que não são de jogar fora ? Confesso pra vocês que eu queria ganhar o que ganha um Conselheiro da Petrobrás.
Então, ficamos assim: a Dilma não sabia bosta nenhuma do que se tratava, e se tratava de bosta mesmo. Mas confiava no Jorge Gerdau, que era mestre no assunto.
Resultado: deu merda.
Então, que o Jorge Gerdau vá passar os dedos na almofada com tinta da Polícia Federal, ou caia fora, para não se misturar com corruptos, tratando de cuidar de sua empresa, em Sapucaia do Sul, onde gente sem qualificação morre ou fica aleijada, carregando ferro ainda ardendo em fogo.
Mas não pose nos jornais com pinta de grande empresário. Que arrume outro enredo na novela da vida, para aparecer nas colunas sociais.





Um comentário:

Gigi disse...

O cronista não se omite. Para mim há coisas ainda não muito claras. E estranhei que a VEJA, edição nas bancas, "pegou um tanto leve" com relação à presidente. A mim me parece que, quanto mais nos informemos, mais nos impressionemos com esse negócio ruinoso. Apenas um mau negócio, ou alguém andou ganhando muito nisso? E esse conselheiro gaúcho, não teria algo a dizer?