MENTES PROGRAMADAS
Arlindo Montenegro*
Cuidado com o
que pensa. Pensamentos se tornam palavras. Palavras se convertem em ações.
Ações se tornam hábitos. Hábitos configuram o caráter, que é a
roupa da festa... Da sua vida. Ensinamentos ancestrais que, se fossem
observados pelos pais, professores, líderes religiosos e adultos, as crianças e
jovens de hoje poderiam fazer diferente. “Fazer diferente” do que fizeram todas
as gerações passadas.
O moço do
subúrbio, que aprendeu a história do Brasil ouvindo o professor barbudinho,
reuniu-se com os amigos pra fumar um baseado. Foi quando um deles falou que ia
haver uma manifestação contra este governo de corruptos. E convidou os
companheiros:
- Vamos fazer
uma bagunça?
- A troco de
que meu fiel?
- Tem um
pessoal que da uns trocados e o lanche.
- Demorou. Tô
nessa! Quanto vai rolar?
- Cento e
cinquenta prá cada um.
- Já to
sabendo. Vi na televisão que lá fora a turma pega pesado.
As cenas
chegaram aos lares do Brasil e do mundo. Os olhos do Big Brother” registraram
tudo. A pauleira, os moços caminhando, um com o braço nos ombros do outro,
amigavelmente, a labareda do foguete, o profissional da imprensa caindo, a
mocinha conhecida como “Sininho”, a fada dos irresponsáveis e imaturos como o
Peter Pan, detentora da planilha de pagamentos, irada avançando contra os
repórteres, contra o mundo...
“Idealistas”?
Ou programados para “chegar lá”, fumando maconha, cheirando cocaína e bebendo
coca cola em vez de água de coco, suco de mangaba, genipapada ou assai.
Programados para pensar que podem mudar o mundo no tapa, na facada, no tiro, na
bomba ou assaltando bancos. Já vi este filme há cinquenta anos. O figurino foi
transmitido por presos políticos do passado, para os presos comuns.
O “lumpem
proletariado” utilizado como “massa de manobra” desta revolução sem fim. Isto
não faz parte dos conteúdos escolares de história, nem dos ensinamentos dos
pais e dos líderes religiosos, nem dos comentários de “âncoras” da tevê. Os
fatos incômodos são apagados. As imagens retocadas. A história é adaptada. As
origens esquecidas.
Se estas
crianças pudessem absorver ensinamentos éticos e produtivos, não importa o
berço pobre ou rico... Se soubessem ler e fossem estimuladas para buscar
verdades preservando a liberdade mental, a coragem seria lúcida, refinada, e
então se poderia divisar a possibilidade de escolher governantes com mentes
sadias em vez de psicopatas.
Os meninos
pagos para bagunçar aparecem uniformizados de negro, usam máscaras. Os
pagantes, os que distribuem quentinhas estão nas sombras. Serão os futuros
deputados? Vereadores? Presidentes? Quem vai saber? O que está por vir já
está traçado, escrito, documentado, desde quando as galinhas tinham dentes e os
animais falavam.
Soldados
brasileiros foram mandados para matar e morrer na Segunda Guerra Mundial. Para defender
a “democracia”... Em defesa do “comunismo” as guerrilhas se espalharam por toda
a América do Sul, inaugurando os sequestros, assaltos a bancos, roubos de
explosivos, bombas em quartéis, delegacias e embaixadas. “Idealistas”
querendo invadir as mentes, tomar o poder, mudar o mundo?
O ilustre
letrado Marcola, que aprendeu muito das táticas com um professor “preso
político”, deve estar dando risadas com todo este “auê” de mascarados, pensando
que nem um velho comunista, promovido a “herói nacional”, “defensor da
democracia”, que declarava em 1964: “Nós estamos no poder”. Os verdadeiros
detentores do poder internacionalista pensariam: “O poder é nosso e ninguém
tasca! Vocês são apenas marionetes da nossa vontade”.
“Comunistas”
e “democratas”, “idealistas”, “humanistas”, aparecem condenando os “atos de
vandalismo”. Todos mascarados. Omitem que os pensamentos e as opiniões foram implantadas
tecnicamente, cientificamente, irremediavelmente para gerar estas ações. Que o
caráter destas pessoas que declaram apavoradas diante das câmeras da televisão:
“Só estou querendo o melhor para o meu país...” está viciado desde o berço.
Aí vem o
carnaval, a copa de futebol, as “eleições”... Enquanto nos divertimos, enquanto
a adrenalina desta aventura interminável para preservar a vida em meio à guerra
é injetada em nossas veias, nos bastidores os donos do poder analisam as
reações e projetam os atos sequenciais contra a nação.
*Arlindo
Montenegro é Apicultor.
Publicado em
Alerta Total
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