A NOVA INQUISIÇÃO
João Eichbaum
Jesus Cristo é quase unanimidade. Poucos, pouquíssimos são os
que se atrevem a lhe atribuir desvalia.
Mas, a mensagem dele, embora seja
repetida de boca em boca, até hoje não conseguiu obter resultados plenamente
favoráveis. Há ódio no mundo, ódio que gera guerras. Há ambição de poder, que
também gera assassinatos e guerras, se for preciso. Há hipocrisia, um
instrumento que é usado para chegar ao poder, de qualquer forma. E aquela
história de “amar ao próximo como a si mesmo” é pura balela.
A mensagem de Jesus Cristo, que ergueu
igrejas, catedrais e basílicas como verdadeiros portentos de arquitetura, se
presta até hoje mais como meio de enriquecer do que de transformar o bicho
homem num ser domesticável.
A serviço da mensagem de Jesus Cristo já
se usou tortura e morte, queimou-se muita gente nas fogueiras da Inquisição.
Mas, nem isso adiantou. A Inquisição
perdeu a moral, os homens continuaram a ser o que eram, sem aquela unanimidade
de amar o próximo.
Agora, aqui no Brasil, está voltando a
Inquisição. Todo mundo está sendo obrigado, por lei, a amar o próximo, seja
qual for a sua cor e a sua preferência sexual. A lei é dura, o crime é
inafiançável. Qualquer deslize, qualquer emoção fora de controle, qualquer
palavrão inconsciente, impensado, serve de motivo para chamar a polícia,
registrar ocorrência, etc.
Recentemente tivemos o caso de um jogo
de futebol em Bento Gonçalves que está rendendo manchetes até hoje. Andaram
botando bananas em cima do capô do carro do árbitro daquele jogo, e aí deu o
maior bafafá. O clube acabou perdendo os pontos e sendo rebaixado de categoria.
E o árbitro se tornou um herói, só por causa das bananas. Agora, é homenageado,
dá entrevistas, está se transformando numa espécie de ser humano invulnerável.
Tudo por causa das bananas.
É a Inquisição voltando. Perdemos a
liberdade de expressar nossa indignação contra certo tipo de pessoas. Banana,
agora, é instrumento de crime. Os seres humanos passaram a ser divididos entre
os que são macacos e os que não são macacos. Aqueles que podem e os que não
podem ser macacos.
É a hipocrisia oficializada.
Bom. O Clube Esportivo, de Bento
Gonçalves, perdeu pontos, foi rebaixado,
por causa das bananas. Aconteceria a mesma coisa para o Grêmio, para o
Internacional, para o Corintians e outros famosos?
O que acontecerá para a seleção
brasileira se, eliminada pela atuação de
um árbitro cor de ébano, provocar a ira da torcida do país da Dilma, a ponto de
fazer chover banana sobre o campo?
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