PLANETACHO
COMO DIRIA ANITTA
A minha rua* anda parecida com uma luta da MMA: a média gira em
torno de quatro assaltos por dia.
Seu Jorge,proprietário de um pequeno
mercadinho de frutas, fechou as portas esta semana, depois de ser assaltado
sistematicamente. Cansou de tanta violência ou de passar o tempo inteiro com os
braços para cima, enquanto quem tem poder para fazer algo os cruza.
É tanto assaltante, mas tanto
assaltante, que deveriam até usar crachá para não roubarem um do outro. A
polícia realmente não está dando mais conta.
Uma manchete desta semana no jornal da
cidade falava da demora para se registrar uma ocorrência na delegacia. A fila
de espera é tão grande, que alguns desistem de fazer o BO. Não se sabe se por
impaciência ou por medo de ser assaltado na própria fila.
Quem diria que a rua da minha infância,
onde a gurizada brincava de cowboy, se tornaria mais perigosa do que a
verdadeira Tombstone do xerife Wyatt Earp. Naquele tempo corríamos livres entre
os quintais das casas vizinhas, as mesmas que hoje estão cercadas por grades de
ferro, com cercas elétricas.
Hoje, em pleno século vinte e um,
voltamos ao tempo do lendário e violento oeste americano. Apesar de tudo, a
tecnologia é tanta que um meliante que se preze pode até abrir mão de um
revólver ou de uma faca**, mas não pode ficar sem uma maquininha de cartão.
Vem aí o assalto no débito ou no
crédito. É como diz Anitta, a grande compositora moderna: prepara...
*Moro na esquina da Ali Babá com a Ronald Biggs
**Esta semana um sujeito chegou ao
extremo de tentar assaltar um mercado com uma lingüiça. Não me perguntem o
calibre.
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