segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CHEGOU A VEZ DO SUPREMO

João Eichbaum

Na semana que passou, duas manifestações vieram demonstrar que o Supremo Tribunal Federal começa a ser apresentado para a população brasileira tal como ele é, realmente. A primeira delas circula na Internet e foi publicada na íntegra pelo blog do Jorge Ferrão, Alerta Total, atribuindo a autoria do texto a  “autor desconhecido”.
Vale a pena ler o texto completo, mas pinço apenas alguns tópicos que espero despertem a curiosidade nos leitores:
“Pelo presente instrumento, venho dirigir-me a vossa excelência. Com minúsculas e na segunda pessoa, pessoa de segunda que és, mauricinho de nariz empertigado. Tu, que te ocultas, sorrateiro, por trás dessa impecável e pretíssima toga de bosta.
Venho oficiar-te, honorável patife, que há mais retidão e honra na palavra espontânea e honesta que brota do coração de um humilde iletrado do que no alfarrábio que sustém tuas áridas, infindáveis, mirabolantes e ordinárias sentenças. As mesmas que revestes, impávido, em capa dura, fazendo-as constar com letras douradas dos anais que ostentas nas prateleiras intermináveis onde expões tua soberba grandiloquência farisaica e tua rocambolesca sapiência estéril.”
A outra manifestação parte de Élio Gaspari que, na sua coluna de ontem, intitulada UM RETRATO DO SUPREMO, mostra quem é quem naquela Corte. Apresentando dados coligidos por alunos da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, o colunista da Folha de São Paulo exibe a “produtividade” dos ministros.
Ninguém escapa. Não há um único ministro que sirva de modelo de celeridade. Não há um deles sequer do qual transpareça uma ânsia  de fazer justiça. Pelo contrário. O que os dados refletem é a irresponsabilidade daqueles que “pedem vista” e sentam em cima dos processos. Não há um, unzinho ao menos, que cumpra os prazos processuais – dever de todos os juízes.
Resumindo: a indignação que brota do artigo do “autor desconhecido” e o estudo de que parte Élio Gaspari mostram que o Supremo Tribunal Federal é o espelho da “Corte Suprema” pintada no livro  “ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA.



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