VENDEDORES QUE NÃO CONHECEM O
PRODUTO
João Eichbaum
A chamada
“propaganda eleitoral” é uma das muitas asneiras oficializadas neste país. O
José Simão, excelente cronista-humorista da Folha de São Paulo, cunhou muito
bem aquilo que o vulgo chama de “horário eleitoral”: o hilário eleitoral.
É preciso não
ter luzes para acreditar nos políticos brasileiros. É preciso ser muito mal
auxiliado pela inteligência para dar fé ao que eles prometem no chamado
“horário eleitoral”.
Um mínimo de
inteligência ou sensatez revela quão falsos ou ignorantes são eles.
Por exemplo.
Em entrevista para um canal de televisão do Rio Grande do Sul, Aécio Neves
revelou que uma de suas metas é a modificação do “Código Penal”, tornando
imputáveis os chamados “menores incapazes”. Outra: a restrição da constituição
de partidos políticos.
Quem tem um
mínimo de conhecimento das atribuições constitucionais dos governantes e dos
representantes do povo sabe que só o Congresso Nacional tem competência para
mudar tanto o Código Penal como a organização partidária. Mas, Aécio Neves, que
é ou foi parlamentar, não sabe disso. E pelo visto ignora as atribuições do
Executivo.
Dilma e
Marina têm como foco principal as “medidas sociais”, tipo bolsa-família e
qualquer espécie de caridade feita com o dinheiro de quem trabalha. Ao invés de
revelarem seus projetos na economia, sem a qual não há circulação de riquezas,
emprego e arrecadação suficiente para atender às “necessidades sociais” de quem
não trabalha, ficam enganando a plateia, prometendo frutos sem terem plantado a árvore.
Candidatos ao
parlamento resumem suas promessas em “saúde, segurança, educação, emprego”. Sinal de que eles não sabem que tais “produtos políticos” são atribuições do
Executivo.
Será que existem
tantos Tiriricas assistindo ao “horário eleitoral”, quanto os Tiriricas que se
apresentam como salvadores da pátria, na telinha e no microfone, achando que todo mundo é palhaço?
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