segunda-feira, 29 de setembro de 2014

VENDEDORES QUE NÃO CONHECEM O PRODUTO

João Eichbaum

A chamada “propaganda eleitoral” é uma das muitas asneiras oficializadas neste país. O José Simão, excelente cronista-humorista da Folha de São Paulo, cunhou muito bem aquilo que o vulgo chama de “horário eleitoral”: o hilário eleitoral.
É preciso não ter luzes para acreditar nos políticos brasileiros. É preciso ser muito mal auxiliado pela inteligência para dar fé ao que eles prometem no chamado “horário eleitoral”.
Um mínimo de inteligência ou sensatez revela quão falsos ou ignorantes são eles.
Por exemplo. Em entrevista para um canal de televisão do Rio Grande do Sul, Aécio Neves revelou que uma de suas metas é a modificação do “Código Penal”, tornando imputáveis os chamados “menores incapazes”. Outra: a restrição da constituição de partidos políticos.
Quem tem um mínimo de conhecimento das atribuições constitucionais dos governantes e dos representantes do povo sabe que só o Congresso Nacional tem competência para mudar tanto o Código Penal como a organização partidária. Mas, Aécio Neves, que é ou foi parlamentar, não sabe disso. E pelo visto ignora as atribuições do Executivo.
Dilma e Marina têm como foco principal as “medidas sociais”, tipo bolsa-família e qualquer espécie de caridade feita com o dinheiro de quem trabalha. Ao invés de revelarem seus projetos na economia, sem a qual não há circulação de riquezas, emprego e arrecadação suficiente para atender às “necessidades sociais” de quem não trabalha, ficam enganando a plateia, prometendo frutos sem terem plantado a árvore.
Candidatos ao parlamento resumem suas promessas em “saúde, segurança, educação, emprego”. Sinal de que eles não sabem que tais “produtos políticos” são atribuições do Executivo.
Será que existem tantos Tiriricas assistindo ao “horário eleitoral”, quanto os Tiriricas que se apresentam como salvadores da pátria, na telinha e no microfone, achando que todo mundo é palhaço?




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