O
SINODO DO HOMOSSEXUALISMO
João Eichbaum
O
papa Francisco é um homem moderno. Ou faz questão de aparecer como tal. E mais:
demonstra preocupação, menos com a liturgia do cargo do que com as cobranças
que o povo e alguns segmentos da sociedade lhe possam fazer. A impressão que se
tem é de que ele se sente na obrigação de retribuir a calorosa recepção, que
sua investidura como pontífice máximo da cristandade, despertou no mundo
inteiro, conferindo-lhe uma liderança que poucos de seus antecessores tiveram.
Quando
esteve no Brasil, o preço que sua popularidade pagou foi cobrança de um tema
que, para a imprensa brasileira, é o mais importante de todos: homossexualismo.
É,
sim, na pobreza de visão que a “grande imprensa” tem, a homofobia, o casamento
”gay” e outras coisas do gênero, representam os maiores problemas, ou
pelo menos a matéria jornalística mais importante. A impressão que se tem é de
que nesse nicho da imprensa só tem veado e sapatão.
Então
esse “problema” foi levado ao papa e de Sua Santidade foi cobrado um
pronunciamento, do qual ele não se esquivou, deixando de boca aberta os
apalermados jornalistas: “quem sou eu para julgar os homossexuais”?
E
como um “gaucho” que não foge da peleia, o papa argentino acabou por convocar
um sinodo, em cuja pauta figura o tal de “homossexualismo”. Anteontem os bispos
se pronunciaram sobre o tema: não disseram nada de novo. Em outras palavras
repetiram o que já havia dito o papa para os ansiosos jornalistas brasileiros:
os homossexuais não devem ser escorraçados da Igreja, mas casamento, mesmo, só
de homem e mulher.
Pronto.
Está aí. A Igreja falou.
Será
que o pronunciamento vai mudar o mundo e seus costumes? Será que os pederastas,
de agora em diante, vão dar a bunda com menos “stress”? Era exatamente isso que
a “grande imprensa” brasileira queria ouvir?
Os
bispos ficaram na deles: o que não tem solução, nem o Espírito Santo resolve.
Cada um dá o que gosta de dar, e Deus não ta nem aí. Por acaso Jesus Cristo
condenava as prostitutas? Ou a imprensa brasileira pensava que a Igreja iria
atirar pedra nos homossexuais?
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