segunda-feira, 13 de outubro de 2014

QUANDO É O MEDO DA FOME QUE VOTA
João Eichbaum

Reportagem da Folha de São Paulo mostra um quadro social, no Piauí, que beira os limites do inacreditável. Numa cidadezinha do interior, a maior empresa do local emprega só duas pessoas.
Calma lá, explico. Essa empresa não passa de um mercadinho, que vende produtos alimentícios e instrumentos para a agricultura. Pertence a um piauiense que foi trabalhar em São Paulo, juntou algum dinheiro e retornou para a terrinha, onde montou o mercado.
No mercado trabalham ele, a mulher e dois empregados. O resto da população, que é constituída, na maior parte, por agricultores, tem como garantia de sobrevivência unicamente o benefício do "bolsa-família" já que, no sertão nordestino, as secas castigam e o resultado da agricultura é, na prática, uma loteria.
Então, acontece o seguinte: o mercado vende no caderno e só recebe o pagamento quando chega o "bolsa-família".
Essa é a face ridícula do benefício criado pelo Lula: o caráter de esmola.
O que era para ser um incentivo para o trabalho, um impulso para mínimas ambições, se transformou na salvação da fome, no encosto para o conforto. Em outras palavras, o que era para ser um meio, acabou se transformando num fim em si mesmo. Seus beneficiários vivem pela e para a esmola do governo e essa os faz viver. E procriar, naturalmente, que ninguém é de ferro.
Ou vocês têm outra explicação para a acachapante vitória da Dilma no Piauí?



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