QUANDO
É O MEDO DA FOME QUE VOTA
João
Eichbaum
Reportagem
da Folha de São Paulo mostra um quadro social, no Piauí, que beira os limites
do inacreditável. Numa cidadezinha do interior, a maior empresa do local
emprega só duas pessoas.
Calma
lá, explico. Essa empresa não passa de um mercadinho, que vende produtos
alimentícios e instrumentos para a agricultura. Pertence a um piauiense que foi
trabalhar em São Paulo, juntou algum dinheiro e retornou para a terrinha, onde
montou o mercado.
No
mercado trabalham ele, a mulher e dois empregados. O resto da população, que é
constituída, na maior parte, por agricultores, tem como garantia de
sobrevivência unicamente o benefício do "bolsa-família" já que, no
sertão nordestino, as secas castigam e o resultado da agricultura é, na
prática, uma loteria.
Então,
acontece o seguinte: o mercado vende no caderno e só recebe o pagamento quando
chega o "bolsa-família".
Essa
é a face ridícula do benefício criado pelo Lula: o caráter de esmola.
O
que era para ser um incentivo para o trabalho, um impulso para mínimas
ambições, se transformou na salvação da fome, no encosto para o conforto. Em
outras palavras, o que era para ser um meio, acabou se transformando num fim em
si mesmo. Seus beneficiários vivem pela e para a esmola do governo e essa os
faz viver. E procriar, naturalmente, que ninguém é de ferro.
Ou
vocês têm outra explicação para a acachapante vitória da Dilma no Piauí?
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