sexta-feira, 29 de maio de 2015

O VÍRUS DA CRENÇA

João Eichbaum

Richard Dawkins, além de escritor, é conferencista. Tanto nas exposições escritas como nas orais ele faz uso constante de metáforas. Uma das metáforas que chama muita atenção é a comparação que ele faz entre a religião e o vírus do computador: “a religião é como um vírus de computador que se instala no cérebro com a instrução de apenas se replicar com o passar das gerações”.

Assim é, realmente. Tudo começa no batismo. O batismo, como já disse alguém, se não me engano Luiz Fernando Veríssimo, se transformou num de requisito de cidadania. Todo mundo tem que se batizar, todo mundo tem que ter padrinhos. O contexto social exige o batismo. Pouquíssimos escapam dele. Se a criança não for batizada, os pais terão que dar explicações.

Mesmo  com  pais que não sejam praticantes de algum credo, a criança não deixa de ser levada à pia batismal ou a qualquer cerimonial que represente o batismo. E se não for educada nos princípios religiosos, com crisma, ou confirmação, eucaristia, etc. ela vai ser induzida na escola, quer pelo convívio com outras crianças, quer por doutrinação específica, ao tomar conhecimento da existência de “um ser superior”.

Se os pais forem religiosos ou pelo menos abertos a crenças religiosas, a criança terá na “catequese” o complemento de sua lavagem cerebral. E assim, com a cabeça cheia de minhocas, o ser humano enfrentará os altos e baixos da vida, intercalando interjeições: “ se Deus quiser” ou “graças a Deus”.

Que o vírus funciona, não há a menor dúvida. A maioria absoluta da população do planeta não se livra dele, por uma razão muito simples: ele não incomoda. Além disso, o ingrediente da esperança numa vida melhor, antes ou depois da morte, serve de estímulo para que não seja descartado. Mas o proveito real de tudo isso só quem tira são os parasitas que se apresentam como “representantes de Deus” e vivem à custa dos crentes, vendendo ingressos para a “vida eterna”.






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