AS PARTES TRASEIRAS E OUTROS DOTES DA MULHER
DO MINISTRO
João Eichbaum
Dias
atrás, a revista Veja online publicou matéria sobre Marcela Temer, a mulher do
vice-presidente, Michel Temer, figura de aparições obrigatórias nas manchetes
jornalísticas e nos noticiários de televisão, dominados pelas mais recentes
bandalheiras políticas deste país.
Marcela
mereceu da reportagem da Veja a exaltação das seguintes qualidades: bela,
recatada e do lar. Quarenta e três anos mais moça do que Temer, ela é uma ex-candidata a modelo, que se formou em
Direito, para virar bibelô de marido. A
única coisa que faz na vida é levar e buscar o filho na escola, o Michelzinho.
O tema da
Veja repercutiu na Zero Hora de Porto Alegre, mas sob outro prisma. O jornal
gaúcho convocou as feias e mal-amadas a opinarem sobre o assunto. Não deu
outra: as tais de feministas desancaram na bela e recatada, aparentemente por
uma única razão. Por ela ser “do lar”.
Para as
feministas, isso é coisa do passado. A mulher de hoje não é mais assim. A
mulher moderna, para ser mulher, segundo elas, tem que ser independente, tanto do ponto de vista profissional como sexual: nada de submissão aos machos, nada de fazer papinha
de criança, nada de recolher cueca do varal.
Menos de
uma semana depois, surgiu nas manchetes outro exemplar de mulher: a mulher
bela, mas não recatada, dessas do tipo não tô nem aí, a Miss Bumbum Milena
Santos. Mulher do Ministro do Turismo, ela é dona de um par de bem arredondados
glúteos, desses de fazerem até papagaio assobiar. E, com tal ostentação da
natureza, suas fotos apareceram no Facebook: umas em poses sensuais no gabinete
do Ministro, outras expondo curvas e carnes, uns peitões de descolar o céu da
boca, e a bunda saltando pra fora do maiô número zero.
Até agora
a Zero Hora não ousou colher a opinião das feias e mal-amadas. Ou essas se
negam a falar sobre o assunto, sob pena de admitirem que a verdadeira mulher de
hoje é representada pela dona da bunda que serviu de repasto para os olhos de milhares
de frequentadores do Face, e não a recatada mulher do lar, que provavelmente
pendurou o diploma de Direito na cozinha.