sexta-feira, 8 de abril de 2016

O LADO INÍQUO DA DEMOCRACIA

João Eichbaum

Há uma descrença generalizada nas instituições brasileiras. É muita sem-vergonhice na política, muita incompetência e muita ganância no Poder Executivo, muita irresponsabilidade e muita indolência no Poder Legislativo e muito insegurança e muita vaidade no Poder Judiciário.

Mas, os membros dos Três Poderes, vivem muito bem, obrigado. Todos têm ótimos salários, subsídios, seja lá como se chame o dinheirão que eles ganham, mais auxílio-moradia, verbas de gabinete, de representação, diárias e tantos outros penduricalhos que os colocam no andar de cima.

Agora, o tal de impeachment vem desnudando essa gente toda, mostrando para o povo que os sustenta, quem são mesmo eles. A chefe do Executivo simplesmente deixou de governar, para cuidar de si mesma, se agarrando com unhas e dentes no Poder. Suas funções se reduziram ao leilão de cargos em troca de votos contra o impeachment, às negociatas com as funções públicas, como se a pátria e ela fossem a mesma pessoa, com as mesmas necessidades, as mesmas deficiências, a mesma cara de pau.

O Legislativo, que nunca mereceu crédito de ninguém, largou de vez sua missão de legislar, para se envolver inteiramente no torvelinho político, regido pela coreografia do mau caráter.

O STF que, - quer se queira, quer não, - representa o Judiciário, se transformou num palco de cenas inéditas, impróprias para quem veste toga, nas quais desfilam mais ideologias e fraquezas pessoais, como a  arrogância e a vaidade, do que a serenidade do juízo bem fundamentado.

E nós, com a espada de Dâmocles sobre a cabeça, correndo contra o tempo na declaração do Imposto de Renda, para sustentar esse espetáculo deprimente, esse olimpo conspurcado pelo excremento da imoralidade.


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