O LADO INÍQUO DA DEMOCRACIA
João Eichbaum
Há uma
descrença generalizada nas instituições brasileiras. É muita sem-vergonhice na
política, muita incompetência e muita ganância no Poder Executivo, muita
irresponsabilidade e muita indolência no Poder Legislativo e muito insegurança
e muita vaidade no Poder Judiciário.
Mas, os
membros dos Três Poderes, vivem muito bem, obrigado. Todos têm ótimos salários,
subsídios, seja lá como se chame o dinheirão que eles ganham, mais
auxílio-moradia, verbas de gabinete, de representação, diárias e tantos outros
penduricalhos que os colocam no andar de cima.
Agora, o
tal de impeachment vem desnudando essa gente toda, mostrando para o povo que os
sustenta, quem são mesmo eles. A chefe do Executivo simplesmente deixou de
governar, para cuidar de si mesma, se agarrando com unhas e dentes no Poder.
Suas funções se reduziram ao leilão de cargos em troca de votos contra o
impeachment, às negociatas com as funções públicas, como se a pátria e ela
fossem a mesma pessoa, com as mesmas necessidades, as mesmas deficiências, a
mesma cara de pau.
O
Legislativo, que nunca mereceu crédito de ninguém, largou de vez sua missão de
legislar, para se envolver inteiramente no torvelinho político, regido pela
coreografia do mau caráter.
O STF
que, - quer se queira, quer não, - representa o Judiciário, se transformou num
palco de cenas inéditas, impróprias para quem veste toga, nas quais desfilam
mais ideologias e fraquezas pessoais, como a arrogância e a vaidade, do que a serenidade do
juízo bem fundamentado.
E nós,
com a espada de Dâmocles sobre a cabeça, correndo contra o tempo na declaração
do Imposto de Renda, para sustentar esse espetáculo deprimente, esse olimpo
conspurcado pelo excremento da imoralidade.
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