UM LUPANAR CRISTÃO
João Eichbaum
Falta
dignidade nos políticos. Falta-lhes compostura, respeito por eles mesmos,
respeito pelo povo brasileiro, respeito pelo país em que vivem. Um mínimo de
dignidade desconstruiria esse mercado de consciências em que se transformou o
quadro político brasileiro.
É a
Presidente da República oferecendo cargos e verbas em troca de sua permanência
no Poder. São políticos debandando do governo, como uma vara de suínos famintos
na direção do cocho de lavagem, que são os poderes, os cargos e as verbas, numa
virtual mudança de mandatários.
Há juízes
prolatando decisões de duvidosa substância jurídica ou infectadas de escandaloso
atropelo à lei. Há juízes se pronunciando publicamente sobre matérias que estão
virtualmente sob sua jurisdição. Há juízes que não escondem preferências
políticas ou ideológicas, e juízes que se arrogam a condição da palmatória do
mundo, usando da função jurisdicional como instrumento de repressão da
consciência de outros juízes.
Há
palpiteiros de todos os matizes, que se dizem juristas de luz própria, dando
pitacos para cá e para lá, enrolados em opiniões que confundem com argumentos,
como se fossem descomprometidos motoristas de táxi ou senhoras criadoras de
assuntos em salão de beleza.
Brasília
se transformou num grande lupanar cristão: é dando que se recebe, pedi e
recebereis. Ali, ninguém é de ninguém, mas todo mundo é de todo mundo,
dependendo para onde sopra o vento. Dessa promiscuidade, todavia, os papagaios
falantes do mundo jurídico não falam, porque no Direito deles não há espaço
para a moral. O que vale é a linguagem do prostíbulo, onde tudo o que não é
proibido é permitido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário