sexta-feira, 1 de abril de 2016

UM LUPANAR CRISTÃO

João Eichbaum

Falta dignidade nos políticos. Falta-lhes compostura, respeito por eles mesmos, respeito pelo povo brasileiro, respeito pelo país em que vivem. Um mínimo de dignidade desconstruiria esse mercado de consciências em que se transformou o quadro político brasileiro.
É a Presidente da República oferecendo cargos e verbas em troca de sua permanência no Poder. São políticos debandando do governo, como uma vara de suínos famintos na direção do cocho de lavagem, que são os poderes, os cargos e as verbas, numa virtual mudança de mandatários.
Há juízes prolatando decisões de duvidosa substância jurídica ou infectadas de escandaloso atropelo à lei. Há juízes se pronunciando publicamente sobre matérias que estão virtualmente sob sua jurisdição. Há juízes que não escondem preferências políticas ou ideológicas, e juízes que se arrogam a condição da palmatória do mundo, usando da função jurisdicional como instrumento de repressão da consciência de outros juízes.
Há palpiteiros de todos os matizes, que se dizem juristas de luz própria, dando pitacos para cá e para lá, enrolados em opiniões que confundem com argumentos, como se fossem descomprometidos motoristas de táxi ou senhoras criadoras de assuntos em salão de beleza.
Brasília se transformou num grande lupanar cristão: é dando que se recebe, pedi e recebereis. Ali, ninguém é de ninguém, mas todo mundo é de todo mundo, dependendo para onde sopra o vento. Dessa promiscuidade, todavia, os papagaios falantes do mundo jurídico não falam, porque no Direito deles não há espaço para a moral. O que vale é a linguagem do prostíbulo, onde tudo o que não é proibido é permitido.




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