TEATRO DE BAIXA QUALIDADE
João Eichbaum
O homem ainda está muito
longe de ser o que ele pensa que é. Nessa aleivosia chamada regime democrático,
para ser melhor, para ter condições de avançar como animal social,
distanciando-se da origem puramente animal, o ser humano devia escolher, como
líderes, os melhores de sua espécie.
Somente se projetando na
direção de um “status” que lhe assegure dignidade, ele pode aspirar a alguma
coisa melhor do que essa vidinha impulsionada pelo ego, como elemento de tração
da personalidade. Enquanto continuar assim como está, ficará atrás da formiga e
da abelha, seres sociais por excelência.
Domingo passado, debaixo do
céu da pátria, assistimos a cenas de baixa qualidade teatral, cujos personagens,
enroscados no cordão do próprio ego, não poderiam ser outros, senão os animais
humanos. Eram os que se dizem representantes do povo na Câmara dos Deputados.
Na média, são tão medíocres quanto o povo que os escolheu. Alguns até muito
piores. Nada existe neles que lhes realce um pouco de dignidade.
Da superstição religiosa ao servilismo
ideológico, ali desfilaram energúmenos, atoleimados com cara de cachorro
agradecido, destrambelhados e pernósticos. E em número expressivo compareceram
os hipócritas, que homenagearam papai, mamãe, filhos, netos nascidos e por
nascer, e a querida esposa: era o dia de infidelidade às amantes.
Só mesmo o homem pode
construir sua dignidade e, com ela, seu grupo social. Ninguém mais. Os deuses inventados por ele
não o conseguiram. Nem Alá, nem Buda, nem o Deus judaico-cristão. Se existem
deuses que ajudam um pouco, tornam a vida melhor, mas nem por isso infundem
dignidade no ser humano, são Baco, o do vinho, e Vênus, a deusa do amor. O resto
nem como mitologia serve para fazer dos homens coisa melhor do que a ilusão da política,
da bebedeira e do amor.
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