terça-feira, 19 de abril de 2016

TEATRO DE BAIXA QUALIDADE

João Eichbaum

O homem ainda está muito longe de ser o que ele pensa que é. Nessa aleivosia chamada regime democrático, para ser melhor, para ter condições de avançar como animal social, distanciando-se da origem puramente animal, o ser humano devia escolher, como líderes, os melhores de sua espécie.

Somente se projetando na direção de um “status” que lhe assegure dignidade, ele pode aspirar a alguma coisa melhor do que essa vidinha impulsionada pelo ego, como elemento de tração da personalidade. Enquanto continuar assim como está, ficará atrás da formiga e da abelha, seres sociais por excelência.

Domingo passado, debaixo do céu da pátria, assistimos a cenas de baixa qualidade teatral, cujos personagens, enroscados no cordão do próprio ego, não poderiam ser outros, senão os animais humanos. Eram os que se dizem representantes do povo na Câmara dos Deputados. Na média, são tão medíocres quanto o povo que os escolheu. Alguns até muito piores. Nada existe neles que lhes realce um pouco de dignidade.

 Da superstição religiosa ao servilismo ideológico, ali desfilaram energúmenos, atoleimados com cara de cachorro agradecido, destrambelhados e pernósticos. E em número expressivo compareceram os hipócritas, que homenagearam papai, mamãe, filhos, netos nascidos e por nascer, e a querida esposa: era o dia de infidelidade às amantes.


Só mesmo o homem pode construir sua dignidade e, com ela, seu grupo social.  Ninguém mais. Os deuses inventados por ele não o conseguiram. Nem Alá, nem Buda, nem o Deus judaico-cristão. Se existem deuses que ajudam um pouco, tornam a vida melhor, mas nem por isso infundem dignidade no ser humano, são Baco, o do vinho, e Vênus, a deusa do amor. O resto nem como mitologia serve para fazer dos homens coisa melhor do que a ilusão da política, da bebedeira e do amor. 

Nenhum comentário: